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Polônia acusa russos por queda de avião em 2010

3 de abril de 2017

Ministério Público conclui que comportamento de russos na torre de controle do aeroporto de Smolensk foi uma das causas do acidente aéreo que matou o então presidente Lech Kaczynski e outras 95 pessoas, na Rússia.

Avião levava presidente polonês Lech Kaczynski e integrantes do governo
Avião levava presidente polonês Lech Kaczynski e integrantes do governoFoto: picture-alliance/dpa/S. Chirikov

O Ministério Público da Polônia acusou nesta segunda-feira (03/04) dois controladores de tráfego aéreo russos de terem contribuído deliberadamente para o acidente aéreo de 2010 em Smolensk, na Rússia, que matou o então presidente polonês Lech Kaczynski e outras 95 pessoas. A acusação é a conclusão da nova investigação sobre a tragédia.

Em entrevista coletiva, o chefe do Ministério Público Nacional, Marek Kuczynski, disse que "não há dúvida" de que uma das causas do acidente foi o comportamento das pessoas que se encontravam na torre de controle do aeroporto russo de Smolensk, mas detalhou que, por enquanto, não foram apresentadas acusações formais.

Kuczynski, que fez o pronunciamento acompanhado de dois dos investigadores responsáveis pela reabertura do caso sobre o acidente aéreo, explicou que a promotoria polonesa pretende interrogar as pessoas que se encontravam na torre de controle no dia em que aconteceu a tragédia.

O Ministério Público também afirmou que não pode revelar detalhes do que aconteceu no dia do acidente até interrogar os controladores. A investigação concluiu a culpa da torre de controle com base nos diálogos entre os pilotos poloneses e os controladores russos.

Rússia nega versão polonesa

No dia 10 de abril de 2010, o avião presidencial polonês caiu ao tentar aterrissar em Smolensk, matando Kaczynski e os 95 ocupantes do avião presidencial, entre eles sua esposa e grande parte da cúpula militar, eclesiástica e política da Polônia vinculada ao partido nacionalista-conservador Lei e Justiça.

De Smolensk, a comitiva se dirigiria por terra a um evento no cemitério de Katyn, onde jazem os corpos de milhares de poloneses massacrados pelos soviéticos, em valas que foram descobertas durante a Segunda Guerra Mundial, mas sobre as quais a ex- União Soviética negou qualquer responsabilidade.

A investigação sobre o incidente foi reaberta pela legenda Lei e Justiça, que venceu as eleições gerais de outubro de 2015. O partido considerava que os relatórios realizados após a tragédia não estavam corretos. O inquérito anterior alegava que controladores russos contribuíram involuntariamente para o pior desastre na Polônia desde a Segunda Guerra Mundial.

Moscou contestou essa versão e culpava os poloneses pelo incidente. A Rússia, no entanto, se recusa a devolver para a Polônia os destroços e as caixas-pretas do avião. As novas alegações do Ministério Público podem estremecer ainda mais a relação entre Varsóvia e o Kremlin.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou nesta segunda-feira a nova versão polonesa sobre a queda do avião e disse que as circunstâncias da tragédia já foram minuciosamente analisadas. "Não podemos concordar com essas conclusões", acrescentou.

CN/efe/rtr/ap

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