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PolíticaPolônia

Polônia terá 2° turno entre liberal e nacionalista pró-Trump

Publicado 18 de maio de 2025Última atualização 19 de maio de 2025

Nenhum candidato consegue reunir mais de 50% dos votos no primeiro turno da eleição presidencial. Prefeito pró-UE e historiador admirador de Trump disputarão nova rodada em junho.

Telão exibe as imagens do ultraconservador Karol Nawrocki e Rafal Trzaskowski num debate
O ultraconservador Karol Nawrocki (e) e Rafal Trzaskowski no último debate presidencial antes da eleição polonesaFoto: Aleksander Kalka/NurPhoto/dpa/picture alliance

A eleição presidencial da Polônia será decidida num segundo turno entre um candidato pró-UE e um nacionalista admirador de Donald Trump, segundo a contagem de votos divulgada nesta segunda-feira (18/05).

Fechadas às urnas no primeiro turno deste domingo , o resultado final indica que o atual prefeito de Varsóvia e candidato governista, Rafal Trzaskowski, conquistou 31,36% dos votos, à frente do historiador ultraconservador Karol Nawrocki, que aparece com 29,54%. Os dois superaram outros 11 candidatos no primeiro turno.

Como nem Trzaskowski nem Nawrocki obtiveram mais de 50% dos votos, um segundo turno deve ser realizado entre os dois em 1° de junho.

"Eu disse que seria apertado e está apertado. Há muito trabalho pela frente, precisamos de determinação, precisamos de seus votos...", declarou Trzaskowski neste domingo. Já o oposicionista Nawrocki conclamou seus apoiadores a "salvar a Polônia" no segundo turno.

Cerca de 29 milhões de poloneses foram convocados a votar neste domingo na eleição presidencialFoto: Wojtek Radwanski/AFP/Getty Images

O pleito na Polônia fez parte de um trio de eleições que ocorreu neste domingo na Europa. Eleitores também foram às urnas na Romênia e em Portugal.

Impacto para o governo Tusk

A eleição polonesa vem sendo encarada como um plebiscito para decidir se os eleitores permitirão que o primeiro-ministro Donald Tusk implemente integralmente sua agenda liberal ou se irão prolongar o período de confrontos sociais e institucionais que marcou a Polônia na última década.

Ao contrário de outros sistemas parlamentaristas, o presidente polonês mantém poderes estratégicos, uma vez que comanda as Forças Armadas, influencia a política externa e pode vetar leis aprovadas pelo Legislativo.

Embora o Parlamento possa derrubar o veto com uma maioria de três quintos, a coalizão de Tusk não tem os votos necessários, razão pela qual quem vencer estas eleições presidenciais terá o poder de acelerar ou abrandar as reformas do atual governo.

Trzaskowski e Nawrocki disputam a sucessão do atual presidente Andrzej Duda, que está há dez anos no cargo. Trzaskowski, atual prefeito de Varsóvia, é apoiado pelo governo de Tusk, um premiê liberal e pró-UE. Já Nawrocki, um historiador nacionalista e admirador de Trump, é apoiado pela oposição nacionalista do Partido Lei e Justiça (PiS).

Tusk assumiu o cargo de primeiro-ministro em dezembro de 2023, após as eleições legislativas que resultaram numa derrota para o PiS depois de oito anos de hegemonia da legenda nacionalista e eurocética.

O resultado da eleição não deve apenas determinar quem ocupará a presidência do quinto país mais populoso da União Europeia (UE) até 2030, mas também definirá a capacidade de Tusk de implementar sua agenda e o posicionamento internacional da Polônia, que recuperou sua influência na Europa desde que o político liberal retornou ao poder, em 2023.

Um presidente alinhado com Tusk provavelmente pode fortalecer alianças com Berlim e Paris e acentuar o declínio do Grupo de Visegrado, liderado pela Hungria, favorecendo ainda laços com os países bálticos.

Por outro lado, uma vitória de Nawrocki, que é apoiado pelo PiS, pode priorizar as relações com os Estados Unidos, mantendo laços com a ala de Donald Trump, mas poderia novamente tensionar as relações com a UE. Nawrocki também se declara admirador do presidente americano, com quem se reuniu na Casa Branca duas semanas antes das eleições, o que rendeu acusações de interferência.

Se Trzaskowski vencer a eleição, analistas apontam que Tusk terá liberdade para desenvolver seu programa. Caso contrário, continuarão as dificuldades para governar efetivamente e implementar as promessas de campanha.

jps/as (DW, AFP, ots)