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ConflitosPolônia

Polônia passa a barrar entrada de carros com placas russas

17 de setembro de 2023

"Um carro registado na Rússia não tem direito de entrar na Polônia", diz ministro polonês. Medida já vinha sendo aplicada pela Finlândia, Estônia, Letônia e Lituânia. Kremlin classifica medida como "racista".

Fronteira polonesa
Além da Rússia, a Polônia também faz fronteira com Belarus, um país aliado do KremlinFoto: Michal Fludra/NurPhoto/picture alliance

A Polônia começou a barrar neste domingo (17/09) a entrada em seu território de carros registrados na Rússia, juntando-se à Finlândia e aos Estados bálticos da Estônia, Letônia e Lituânia, que já vinham aplicando a medida, baseada num pacote de sanções da União Europeia (UE). 

A cidadania do motorista e dos passageiros não faz diferença. "Um carro registado na Rússia não tem o direito de entrar na Polônia", disse no sábado (16/09) o ministro do Interior da Polônia, Mariusz Kaminski, antes da entrada em vigor da proibição. "Este é outro elemento das sanções impostas à Rússia e aos seus cidadãos em conexão com a guerra brutal na Ucrânia, devido ao fato de o Estado russo constituir hoje uma ameaça à segurança internacional", completou.

A Guarda de Fronteiras da Polônia, por sua vez, disse que os carros com placas russas "serão devolvidos ao país não pertencente à UE de onde vieram, independentemente de a origem ser a Rússia ou outro país". Além da Rússia, a Polônia também faz fronteira com Belarus, um país aliado do Kremlin. Os poloneses já vinham barrando a entrada de caminhões registrados na Rússia.

Outros países

Um dia antes, a Finlândia também havia anunciando a imposição da mesma medida contra carros russos, que se aplica inclusive a cidadãos que possuem dupla cidadania. Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Finlândia, só estão previstas exceções para cidadãos da União Europeia que residam permanentemente na Rússia e para os membros das suas famílias, assim como diplomatas. A passagem também será permitida para pessoas que viajarem à Finlândia por motivos humanitários.

A ministra das Relações Exteriores da Filândia, Elina Valtonen, acrescentou que as restrições também afetarão carros registrados na Rússia que estão na Finlândia. Segundo a ministra, estes veículos deverão deixar o país até 16 de março.

No início da semana, a Estônia, a Letônia e a Lituânia – três países que estão entre os maiores críticos da guerra russa contra a Ucrânia e que também são membros da Otan – já haviam anunciado a intenção de barrar carros com placas russas. A medida tomada pela Lituânia e a Polônia afeta especialmente o exclave russo de Kaliningrado, que é praticamente cercado pelos dois países.

Sanções

As medidas contra carros com placas russas tomadas pelos cinco países orientais da UE ocorreram após a Comissão Europeia (CE) emitir em 8 de setembro esclarecimentos sobre sanções impostas à Rússia pelo bloco em reposta à guerra de agressão do Kremlin contra a Ucrânia.

O Kremlin reagiu negativamente ao anúncio. Dimitri Medvedev, vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia, denunciou a medida da Comissão Europeia como "racista" e sugeriu que a Rússia poderia retaliar suspendendo os laços diplomáticos com a UE e retirando seus diplomatas de Bruxelas.

Mas as críticas não vieram apenas do regime de Vladimir Putin. A Fundação Anticorrupção (FBK), uma ONG fundada pelo oposicionista Alexei Navalny – atualmente preso pelo regime russo –, apelou aos Estados Bálticos para que reconsiderassem a proibição de entrada de carros com matrículas russas nos seus territórios. Uma mensagem da FBK argumentou que as restrições prejudicam os opositores do regime de Putin que são forçados a deixar a Rússia.

jps/rk (AP, DW, dpa)

 

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