Policiais alemães são atacados ao tentar dispersar grupo
12 de abril de 2020
Agentes foram agredidos com pedras e barras de ferro ao tentar dispersar grupo de 20 pessoas em Frankfurt. Seis suspeitos foram presos. País proibiu aglomerações com mais de duas pessoas em meio à pandemia.
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Os alemães em geral têm obedecido às medidas de distanciamento social impostas no país para frear o avanço do coronavírus, mas algumas vezes a polícia precisa entrar em cena, e o controle nem sempre é fácil.
Na última sexta-feira (10/04), policiais de Frankfurt, no oeste da Alemanha, foram atacados por membros de uma gangue com pedras e barras de ferro enquanto tentavam aplicar medidas de distanciamento social, anunciaram autoridades locais no sábado.
Em um comunicado, a polícia disse que na noite da última sexta-feira policiais que realizavam uma patrulha pararam o carro quando viram um grande grupo de pessoas na rua. O grupo estava ignorando de maneira escancarada as medidas de isolamento social que foram impostas em toda a Alemanha, que proíbem aglomerações de mais de duas pessoas em público.
Quando um policial saiu da viatura, um dos membros do grupo atirou uma pedra no veículo. Os membros do grupo fugiram e os policiais não conseguiram detê-los.
Pouco depois, um segundo policial foi atacado por cerca de 20 pessoas quando saiu do veículo.
"Alguns homens estavam armados com pedras, telhas e barras de ferro e ameaçaram os policiais", diz o comunicado. Um dos homens atirou uma placa de metal de cinco quilos – o objeto não atingiu os policiais.
Após a chegada de reforços, incluindo um helicóptero, a polícia localizou e prendeu seis suspeitos, com idades entre 23 e 31 anos, em um apartamento na cidade. Foram confiscadas várias armas brancas no apartamento, incluindo facas e espadas de samurai. Os homens devem ser indiciados por agressão, tentativa de lesão corporal e vandalismo.
Este foi o primeiro incidente do tipo relatado na Alemanha desde que foram impostas medidas de isolamento social em todo o país, em março.
No estado de Hessen, onde está localizada Frankfurt, pessoas que violarem as regras podem ser multadas. No caso de aglomerações com mais de duas pessoas, a violação pode render multa de 200 euros (1.100 reais) para cada infrator – há exceções para membros da mesma família. Em caso de reincidência, os infratores podem ser presos.
Na Sexta-feira Santa, a polícia já estava em alerta para potenciais violações das medidas de isolamento. Além de ser um feriado, o dia registrou altas temperaturas, favorecendo que as pessoas saíssem de casa.
As medidas de isolamento social devem vigorar até pelo menos 19 de abril, mas a previsão é que elas sejam prorrogadas.
Vírus por toda parte! Talvez no tomate, no pacote do correio, até no próprio cão de estimação? O Departamento de Avaliação de Risco da Alemanha esclarece o que se sabe sobre o Sars-Cov-2.
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Maçanetas contaminadas
Os coronavírus conhecidos permanecem infecciosos em superfícies como maçanetas por quatro a cinco dias, em média. Como todas as infecções por gotículas, o Sars-Cov-2 se propaga por mãos e superfícies tocadas com frequência. Embora seja ainda relativamente desconhecido, os especialistas partem do princípio que os conhecimentos sobre as variedades já estudadas se aplicam ao novo coronavírus.
Por isso é necessário certo cuidado durante o almoço no refeitório do trabalho – se ainda estiver funcionando. Em princípio, coronavírus contaminam pratos ou talheres se alguém infectado espirra ou tosse diretamente neles. No entanto, o Departamento Federal alemão de Avaliação de Riscos (BfR) enfatiza que "até agora não se sabe de infecções com o Sars-Cov-2 por esse meio de transmissão".
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Medo de importados?
Ainda segundo o BfR, os pais não precisam temer um contágio através de brinquedos importados. Até o momento não pôde ser comprovado nenhum caso desses. Os estudos sugerem que o novo coronavírus seja relativamente instável em termos ambientais: os patógenos permaneceriam infecciosos durante vários dias sobretudo a temperaturas baixas e alta umidade atmosférica.
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Vírus pelo correio?
Em geral, coronavírus humanos não são especialmente resistentes sobre superfícies secas. Como sua estabilidade fora do organismo humano depende de diversos fatores ambientais, como temperatura e umidade, o BfR considera "antes improvável" um contágio por pacotes de correio – embora ressalvando ainda não haver dados mais precisos sobre o Sars-Cov-2.
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Pingue-pongue entre cão e dono?
Meu cachorro pode me contagiar e eu a ele? Também o risco de contaminação de animais domésticos é considerado muito baixo pelos especialistas, embora não o descartem. Os próprios animais não apresentam sintomas patológicos. Caso infectados, contudo, é possível transmitirem o coronavírus pelas vias respiratórias ou excreções.
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Verduras assassinas?
Igualmente improvável é a transmissão do Sars-Cov-2 através de alimentos contaminados, na avaliação do BfR, não sendo conhecidos casos comprovados. Lavar cuidadosamente as mãos antes do preparar da refeição continua sendo mandatório nos tempos da covid-19. Como os vírus são sensíveis ao calor, aquecer os alimentos pode reduzir ainda mais o risco de contágio.
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Longa vida no gelo
Embora os coronavírus Sars e Mers conhecidos até o presente reajam mal ao calor, eles são bastantes resistentes ao frio, permanecendo infecciosos a -20 ºC por até dois anos. Também aqui, contudo, não há qualquer indício de cadeias infecciosas do Sars-Cov-2 por meio do consumo de alimentos, mesmo supercongelados.
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Animais silvestres são tabu
Um efeito positivo do surto de covid-19 é a China ter proibido o consumo de carne de animais selvagens. Há fortes indícios de o novo coronavírus ter sido transmitido aos seres humanos por um morcego. O animal, porém, não teve qualquer culpa: ele foi possivelmente servido como iguaria, certamente contra a própria vontade. E agora os seres humanos amargam a "maldição do morcego que virou sopa"...