Policiais alemães são investigados por saudação nazista
1 de setembro de 2018
Testemunha relatou às autoridades ter visto dois policiais federais e um guarda fazendo o gesto em um bar na Baviera. Fazer a saudação em público é ilegal na Alemanha.
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Dois policiais federais alemães e um agente de segurança voluntário estão sendo investigados após uma testemunha ter relatado que viu o trio fazendo a saudação nazista e falando frases racistas em um bar na cidade de Rosenheim, no sul da Alemanha, informou neste sábado (01/09) a polícia bávara.
Em comunicado, a polícia disse que os comentários feitos pelos três homens ocorreram sob a influência do álcool e que eles estavam de folga no momento do incidente, ocorrido na noite de quinta-feira (30/08). Nenhum detalhe sobre os comentários foi divulgado. A polícia informou que está à procura de mais testemunhas.
Um porta-voz da polícia disse que os policiais federais têm entre 44 e 45 anos. A idade do guarda, que atua na segurança da cidade de forma voluntária, não foi divulgada. Na Baviera, tais guardas atuam na chamada Sicherheitswacht - uma força auxiliar controlada pela polícia - por até 40 horas por mês, sem salário.
Fazer a saudação nazista – que contém a frase "Heil Hitler” – em público é ilegal na Alemanha, assim como a exibição de símbolos nazistas. Em agosto do ano passado, um cidadão americano foi espancado em Dresden por fazer o gesto. Duas semanas depois foi a vez de dois turistas chineses serem detidos em Berlim após fazerem o gesto em frente Reichstag.
O incidente ocorre em meio à crescente preocupação na Alemanha com a infiltração de membros da extrema-direita nas forças policiais da Alemanha. Recentemente, um episódio envolvendo a polícia de Dresden provocou escândalo no país. Na semana passada, um policial de folga que participava ativamente de uma demonstração do grupo Pegida interpelou uma equipe de reportagem que havia supostamente filmado seu rosto e pediu para que outros policiais detivessem os jornalistas.
No ano passado, episódios de apologia ao nazismo entre membros das Forças Armadas da Alemanha também foram alvo de investigação por parte das autoridades após um tenente do Exército ter planejado realizar um ataque e fazê-lo parecer que foi executado por terroristas islâmicos.
JPS/dpa
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A história do mundo desde o século 20 seria bem diferente sem a atuação fatídica do Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores, sua ideologia, propaganda e crimes. Quem eram as principais figuras do movimento?
Foto: picture-alliance/dpa
Joseph Goebbels (1897-1945)
Como ministro da Propaganda, o virulentamente antissemita Joseph Goebbels cuidou para que a mensagem nazista unificada e forjada em ferro chegasse a cada cidadão do "Terceiro Reich". Ele sufocou a liberdade de imprensa, controlou mídia, artes e informação, e impeliu Hitler a declarar "guerra total". Goebbels e esposa cometeram suicídio ao fim da Segunda Guerra, após envenenar seus seis filhos.
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Adolf Hitler (1889-1945)
O líder do Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores (NSDAP) desenvolveu sua ideologia antissemita, anticomunista e racista bem antes de assumir como chanceler do Reich, em 1933. Minou as instituições políticas da Alemanha, tornando-a um Estado totalitário, e a partir de 1939 desencadeou a Segunda Guerra, enquanto supervisionava o Holocausto. Adolf Hitler se suicidou em abril de 1945.
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Heinrich Himmler (1900-1945)
Como líder da força paramilitar nazista SS ("Schutzstaffel"), Heinrich Himmler foi um dos membros do partido mais diretamente responsáveis pelo Holocausto. O também chefe de polícia e ministro do Interior controlava todas as forças de segurança do "Terceiro Reich". Ele supervisionou a construção e as operações de todos os campos de extermínio, onde mais de 6 milhões de judeus foram assassinados.
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Rudolf Hess (1894-1987)
Três anos após se filiar ao partido nazista, Rudolf Hess participou em Munique do frustrado Putsch da Cervejaria de 1923. Na prisão, ajudou Hitler a escrever "Mein Kampf". Hess fugiu para a Escócia em 1941, para tentar negociar um acordo de paz, mas foi capturado e mantido em cárcere até o fim da guerra. Em 1946, respondeu a processo em Nurembergue, cumprindo prisão perpétua.
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Adolf Eichmann (1906-1962)
Ao lado de Himmler, Adolf Eichmann foi um dos principais organizadores do Holocausto. Como tenente-coronel da SS, geriu as deportações em massa de judeus para campos de extermínio nazistas no Leste Europeu. Após a derrota alemã, fugiu para a Áustria e depois para a Argentina, onde foi capturado pelo Mossad israelense em 1960. Condenado por crimes contra a humanidade, foi executado em 1962.
Foto: AP/dapd
Hermann Göring (1893-1946)
Participante do fracassado Putsch da Cervejaria, Hermann Göring se tornou o segundo homem mais poderoso da Alemanha depois que os nazistas tomaram o poder. Ele fundou a polícia secreta do Estado, Gestapo, e serviu como comandante da Luftwaffe até pouco antes do fim da Segunda Guerra Mundial. Göring foi condenado à morte em Nurembergue, mas se suicidou na noite anterior à execução.