Poluição atmosférica causa mais de 500 mil mortes na Europa
12 de outubro de 2017
Concentração de partículas atmosféricas é responsável por maioria das mortes. Automóveis, agricultura, geração de energia, indústria e sistema de aquecimento de casas são os maiores poluentes na região.
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A poluição atmosférica causa mais de 500 mil mortes prematuras na Europa por ano, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (11/10) pela Agência Europeia do Ambiente (AEA). A maioria das mortes está relacionada a concentrações de partículas atmosféricas menores de 2,5 micrômetros, que podem entrar nos pulmões e na corrente sanguínea.
De acordo com o estudo, em 2014, 520.400 mortes prematuras em 41 países europeus foram causadas por poluentes atmosféricos gerados pela combustão de combustíveis fósseis.
Do total ,a concentração de partículas atmosféricas foi responsável por quatro em cada cinco mortes (428 mil), sendo que 399 mil delas ocorreram nos 28 países da União Europeia (UE).
O documento revelou que, em 2015, 7% da população urbana dos países do bloco foram expostas a índices de concentrações de partículas atmosféricas acima do permitido na UE. Já se forem considerados os limites da Organização Mundial de Saúde (OMS), que são mais rígidos, esse número sobe para 82%.
Partículas de poeira no ar são um perigo para a saúde
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Apesar dos altos números, os dados revelaram uma ligeira melhora da qualidade do ar em relação a 2013, quando 85% da população europeia foi exposta a limites de concentrações de partículas atmosféricas superiores aos recomendados pela OMS.
Outro poluente que tem causado mortes é o dióxido de nitrogênio. Cerca de 9% da população urbana na União Europeia foi exposta a níveis deste gás acima dos limites do bloco e das orientações da OMS. Estima-se que 78 mil mortes foram causadas na Europa em 2014 devido a essa exposição.
A agência alerta que, no futuro, a concentração de dióxido de nitrogênio pode continuar causando 75 mil mortes anualmente.
O estudo indicou que os maiores poluentes na região são automóveis, a agricultura, a geração de energia, a indústria e o sistema de aquecimento de casas.
"Enquanto sociedade não devemos aceitar os custos da poluição atmosférica. Com decisões corajosas e investimentos inteligentes em transportes, energia e agricultura mais limpos, conseguiremos combater os problemas da poluição e melhorar a nossa qualidade de vida", destacou Hans Bruyninckx, diiretor executivo da AEA.
A agência ressaltou ainda que a má qualidade do ar tem impactos econômicos, ao aumentar despesas com saúde, causar danos no meio ambiente e reduzir a produtividade de trabalhadores.
"O relatório da AEA revela que a má qualidade do ar continua a ter efeitos consideráveis sobre a saúde. A Comissão Europeia está determinada a resolver este problema e a ajudar os Estados-membros a assegurar que a qualidade do ar que os seus cidadãos respiram respeite as normas mais elevadas", disse Karmenu Vella, comissário da UE responsável pelo Ambiente, Assuntos Marítimos e Pesca.
CN/afp/dpa/ots
Os maiores medos dos habitantes das cidades
Elas são como ímãs: oferecem infraestrutura, educação, trabalho e contatos sociais, tudo num só lugar. Mas a densidade demográfica as torna particularmente vulneráveis.
Foto: picture-alliance/Asianet Pakistan/R. Ali
Medo do terrorismo
Do que os habitantes de cidades têm medo? Na Europa e nos EUA, atentados terroristas realizados pelo "Estado Islâmico" estão no topo da lista. Mas o número de vítimas em cidades ocidentais, como Barcelona, é bem menor do que em outras regiões. Este ano, Cabul, no Afeganistão, e Aleppo, na Síria, tiveram os maiores números de vítimas por conta de ataques motivados pelo terrorismo.
Foto: Reuters/S. Perez
Mudança climática
De acordo com uma pesquisa do Pew Research Center, a mudança climática fica em segundo lugar entre as ameaças mais temidas. A maioria dos centros urbanos, como Houston, fica em regiões costeiras ou ao lado de rios. Seus habitantes são diretamente afetados pela elevação do nível do mar. Ao mesmo tempo, 75% dos gases responsáveis pela mudança climática são produzidos em cidades.
Foto: Reuters/J. Bachmann
Mais vulneráveis
É indiscutível que a mudança climática também causa fenômenos climáticos extremos. Furacões como Irma, Harvey e a forte chuva de monção na Índia ocorridos neste ano destroem a vida de centenas de milhares de pessoas, como em Mumbai. Quanto mais pobre a cidade, piores as consequências.
Foto: picture-alliance/AA/I.Shaikh
Uma armadilha
Catástrofes naturais, como terremotos e tsunamis, afetam as cidades de maneira particularmente drástica. Hospitais, ruas e pontes são destruídos. A infraestrutura entra em colapso. Em muito pouco tempo, uma cidade pode virar uma armadilha porque as pessoas não têm outras alternativas.
Foto: Getty Images/Feng Li
Ataque cibernético
A pesquisa do Pew Research Center mostrou que o medo de ciberataques de outros países figura como terceiro maior temor. Cidades são particularmente sensíveis a esse tipo de ataque: a interrupção no fornecimento de energia ou água, o colapso no sistema de trânsito ou a destruição das telecomunicações podem afetar uma cidade inteira de um só golpe. O medo dos ataques cibernéticos é onipresente.
Foto: Colourbox
Colapso do transporte
Muitas pessoas num espaço reduzido: na verdade, essas condições favorecem os caminhos curtos. Mas os aluguéis em regiões centrais de todo o mundo estão ficando inacessíveis. Cada vez mais pessoas moram numa cidade e trabalham em outra: na Alemanha são quase 60% dos trabalhadores. Cada ponte e cada grande via de acesso pode ter um engarrafamento, e a qualidade do ar piora.
Medo da criminalidade
Violência, ataques, estupros, roubos: a taxa de criminalidade nas cidades é decisiva para a qualidade de vida. As cidades mais perigosas ficam na América Central e do Sul. Em Caracas, na Venezuela, 130 pessoas em cada 100 mil habitantes são assassinadas. Em Acapulco, no México, o número é de 113 e, em San Pedro Sula, em Honduras, 112. Só regiões em guerra são mais perigosas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/E. Felix
Desigualdade visível
A diferença entre ricos e pobres é mais visível nas grandes e nas megacidades. De um lado, bairros murados para os mais abastados. Do outro, as favelas, cujo número de habitantes cresce, na média mundial, 10% a cada ano. A desigualdade crescente também representa um risco para a segurança.
Foto: picture alliance/blickwinkel/McPHOTO
Esperança
Milhões de refugiados buscam um novo lar em cidades. Não importa se por motivos religiosos ou em fuga da pobreza, de conflitos ou de catástrofes ambientais ou tragédias naturais. As cidades são o principal ponto de chegada de quem tem esperança de encontrar trabalho ou poder recomeçar a sua vida.