PopKomm
21 de setembro de 2007De fato, as opiniões acerca da música pop alemã fora do país não costumam ser das melhores. Apesar de Rammstein, Tokio Hotel e Kraftwerk estarem há muito consagrados, os comentários dos jornalistas especializados, lidos no programa da PopKomm, que acontece em Berlim, provam que fora da Alemanha só se fala da música pop do país como "um lixo".
Dentro da Alemanha, ao contrário, a música pop nacional ganha cada vez mais admiradores. Enquanto no último ano apenas 20% da lista das canções mais ouvidas no país eram "produções nacionais", hoje são quase 40%. Mesmo assim, uma carreira internacional costuma ser para os músicos alemães apenas uma utopia.
Apesar dos nichos que foram construídos no decorrer dos últimos anos – DJs como Paul van Dyk e Sven Väth são verdadeiras estrelas internacionais –, o sucesso fora do país só costuma ser alcançado por artistas de vanguarda ou da cena underground. Na música pop, é algo raro. Muitas vezes, falta aos músicos não necessariamente potencial, mas recursos financeiros e um bom trabalho de relações públicas.
Fazer e não apenas falar
Na PopKomm que se encerra neste sábado (22/10), fica claro que o problema que envolve a imagem da música alemã chegou aos escalões oficiais do governo. O ministro da Cultura, Bernd Neumann, inaugurou o programa Iniciativa: Música – uma parceria público-privada entre empresários do setor e instâncias governamentais responsáveis pela política cultural.
A idéia é melhorar as condições de trabalho e impulsionar a exportação. "A música é ainda um fator econômico e cultural muito subestimado", diz Dieter Gorny, ex-diretor do canal de TV Viva e vice-presidente da associação da indústria fonográfica. O Conselho Alemão de Música havia, no passado, apelado várias vezes à federação pedindo um esforço maior do governo em prol dos talentos nacionais.
Para Christian Höppner, secretário-geral do Conselho, "é ótimo que os planos tenham se tornado realidade". A concessão dos recursos de um milhão de euros, segundo Höppner, é apenas um primeiro passo rumo a uma série de medidas a serem tomadas a longo prazo. A PopKomm, neste contexto, pode ser bastante útil, por chamar a atenção para os jovens talentos musicais alemães e incentivar o visitante estrangeiro a importar a música do país.
Plataforma para nichos musicais
Além de 150 músicos e bandas alemães, o festival, que será encerrado com a noite dos DJs, conta com 300 apresentações de artistas de 35 países – de nomes conhecidos no mercado a outros "nichos musicais", como acentua Dirk Schade, diretor do festival.
A PopKomm, segundo ele, oferece a bandas e artistas que "não têm chances de aparecer na mídia tradicional" uma plataforma para seus trabalhos. Os estilos presentes na feira vão do rock, hip hop e chansons até clássico, punk e eletrônicos.
Como um dos encontros mais importantes do setor, a PopKomm reúne ao mesmo tempo um festival de música, uma feira para especialistas e um fórum de discussão sobre temas afins. Somente da feira deste ano participam 15 mil visitantes e mais de 800 expositores de mais de 50 países.
Entre os assuntos em debate durante três dias estão as novidades do setor e informações de especialistas da indústria fonográfica. A PopKomm acontece pela quarta vez em Berlim, depois de ter deixado Colônia, onde era realizada anteriormente.