Aumento do número de imigrantes freia queda da população, mas ainda assim Alemanha terá, em 2060, entre 7 milhões e 13 milhões de habitantes a menos, segundo estatísticos.
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A população da Alemanha vai continuar diminuindo nas próximas décadas, mas, graças à imigração, menos do que se esperava, segundo cálculos divulgados pelo Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) nesta terça-feira (28/04) em Berlim.
Pela nova projeção, a população deverá cair dos atuais 80,8 milhões para um número entre 67,6 milhões e 73,1 milhões até 2060, dependendo do tamanho da imigração. Há seis anos, data da projeção anterior, os estatísticos calculavam que haveria entre 65 milhões e 70 milhões de pessoas na Alemanha daqui a 45 anos.
Desde 2011 a imigração cresce na Alemanha, com fluxos migratórios oriundos principalmente do Leste Europeu e dos países em crise do sul da Europa. Os especialistas citaram a Polônia como exemplo de país que envia pessoas para a Alemanha.
As novas informações comprovam o acelerado envelhecimento da população alemã. Hoje, um em cada cinco alemães tem mais de 65 anos. Em 2060, a proporção será um em cada três. Ao mesmo tempo, a população economicamente ativa (entre 20 e 65 anos) cairá de cerca de 50 milhões para 34 milhões ou 38 milhões.
Segundo os estatísticos, a Alemanha não pode esperar que vá compensar esses números apenas com a imigração do sul e do leste da Europa, pois também nessas regiões a população envelhece e a força de trabalho diminui.
Para manter a população nos níveis atuais até 2060, seriam necessários 450 mil imigrantes por ano, afirma o Destatis. A média esperada para os próximos anos é de 130 mil. A encarregada de imigração do governo alemão, Aydan Özoguz, defendeu maior apoio aos imigrantes, para que possam encontrar logo trabalho ou cursos profissionalizantes.
Em 2060, a expectativa de vida das mulheres deverá estar em 89 anos, e a dos homens, em 85. A taxa de fecundidade deverá se manter em 1,4 filho para cada mulher, proporção considerada insuficiente para que uma população se mantenha constante.
AS/dpa/epd
Idioma alemão: uma relação de amor e ódio
Em levantamento sobre o aprendizado da língua, Brasil aparece em destaque, com um aumento de 30% no número de alunos. Já na Rússia, o alemão é cada vez menos popular.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Jähnel
Brasil
No país que abriga a segunda maior Oktoberfest do mundo, cada vez mais pessoas querem aprender alemão. De acordo com um levantamento do Ministério de Exterior alemão, o número de brasileiros que estudam o idioma aumentou 30% em relação a 2010 e está na casa dos 135 mil. Muitos jovens aprendem a língua com a intenção de estudar e trabalhar na Alemanha e, assim, ter melhores chances profissionais.
Foto: Getty Images
Polônia
A Polônia é o país que abriga o maior número de estudantes de alemão: cerca de 2,3 milhões. A maioria deles (em torno de 2,1 milhões) aprende o idioma na escola. Um dos motivos para o fenômeno é a proximidade entre os dois países. No entanto, em relação a 2010, o número de alunos de alemão diminuiu 8%.
Foto: Tobias Tanzyna/DPJW
Índia
Desde 2010, o número de estudantes que aprendem alemão na Índia aumentou mais de cinco vezes, chegando a 154 mil, segundo o levantamento feito pelo Ministério do Exterior alemão, em parceria com o Instituto Goethe e o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD). O aumento no número de entusiastas da língua alemã deve-se principalmente à expansão econômica do país.
Foto: picture-alliance/David Ebener
França
Com cerca de 1 milhão de estudantes, a França é o quarto país com mais alunos de alemão, atrás apenas da Polônia, da Grã-Bretanha e da Rússia, em números absolutos. Ao estudarem alemão, muitos franceses focam em melhores oportunidades profissionais. A tendência é que o número de estudantes do idioma se mantenha estável no país.
Foto: picture-alliance/dpa/AP Images
Egito
O número de egípcios que estuda alemão chegou a 229 mil, um aumento de 129% em relação a 2010. O principal motivo seria o crescimento da população do país do norte da África, ao mesmo tempo em que o alemão torna-se uma língua cada vez mais popular. Cerca de 5% das escolas do Egito têm a língua alemã como parte do currículo.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Scholz
China
Acompanhando a expansão econômica chinesa, o número de estudantes de alemão no país vem crescendo nos últimos anos. Hoje são 117 mil alunos – o dobro do que havia em 2010. A Alemanha é vista como um parceiro comercial confiável, e muitos jovens chineses escolhem o país europeu para estudar. Entre os países que não têm o inglês como língua oficial, a Alemanha é o favorito dos estudantes chineses.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Büttner
Indonésia
Na Indonésia, 187 mil pessoas aprendem alemão, 75% a mais do que no levantamento anterior, feito há cinco anos. Assim como para os chineses, para os jovens indonésios, a Alemanha é um destino popular para estudos no exterior.
Foto: Bay Ismoyo/AFP/Getty Images
Camarões
Em números absolutos e relativos, Camarões lidera o ranking de alunos de alemão no continente africano. No entanto, há estatísticas sobre apenas alguns países da África. Em Camarões, apesar das dificuldades, a quantidade de estudantes do idioma aumentou 10% nos últimos cinco anos e, agora, está na casa dos 220 mil. Ao mesmo tempo, um quinto das crianças camaronesas não frequenta a escola.
Foto: Dirke Köpp
Finlândia
Na Finlândia, o número de pessoas que estudam alemão diminuiu 29% nos últimos cinco anos, acompanhando a tendência verificada em toda a Escandinávia. Outras línguas estrangeiras, como o espanhol, vêm ganhando popularidade no país, o que faz com que menos alunos optem pelo idioma germânico. Em 2015, foram apenas 38 mil. Também por causa da demografia, o número de alunos em geral vem diminuindo.
Foto: picture-alliance/dpa
Rússia
O número de russos que aprendem alemão caiu 30% desde 2010, para 1,5 milhão. Assim como na Finlândia, o número alunos em geral também vem diminuindo na Rússia, e cerca de 9% de todos os estudantes russos ainda estudam o idioma alemão. Muitos deles elegem o idioma como primeira língua estrangeira, antes do inglês.
Foto: Reuters/M. Zmeyev
Estados Unidos
Apenas 0,07% de todos os alunos de escolas dos EUA aprendem alemão. Em números absolutos, são 400 mil. Somente 20% de todos os estudantes americanos aprendem uma língua estrangeira, e a maioria prefere o espanhol devido à proximidade geográfica. O francês também ainda é mais popular do que o alemão.
Foto: Reuters
África do Sul
Somente uma pequena parcela dos alunos de escolas sul-africanas estuda alemão: em torno de 0,06%, ou seja, 7.900 pessoas — número estável em comparação a 2010. No país, que tem 11 línguas oficiais, idiomas mais presentes na África, como francês e português, são fortes concorrentes do alemão.
Foto: DW/D. Späth
Austrália
Na Austrália, assim como em outros países de língua inglesa, o aprendizado de um idioma estrangeiro não tem tanta importância. De todos os estudantes australianos, apenas 3% aprendem alemão. A maioria prefere línguas como espanhol ou chinês. Ainda assim, o interesse cresceu um pouco em relação a 2010: há 2,5% mais de alunos, hoje, aprendendo o idioma.
Foto: Imago/Jan Huebner
Japão
O número de pessoas que estudam alemão no Japão diminuiu desde 2010, ao contrário da tendência verificada em muitos países asiáticos. Hoje, apenas 3,3 mil japoneses aprendem alemão, 16% a menos do que há cinco anos. Os japoneses costumam preferir estudar chinês ou coreano, e o francês também é relativamente popular no país.