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População brasileira vai encolher a partir de 2042, diz IBGE

22 de agosto de 2024

Número de habitantes no Brasil pode atingir pico máximo seis anos antes do previsto. Queda na taxa de fecundidade é principal fator.

Moradores circulam em rua comercial do Rio de Janeiro, Brasil.
Com menos nascimentos, população brasileira deve encolher a partir de 2042Foto: picture-alliance/dpa/RiKa

A população brasileira deve encolher a partir de 2042, segundo dados publicados nesta quinta-feira (22/08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O órgão calcula que o país vai atingir seu número máximo de habitantes em 2041, quando chegará a 220,4 milhões de pessoas.

A redução nas taxas de fecundidade e o aumento da idade média em que as mulheres têm filhos estão entre os principais fatores elencados pelo IBGE para traçar o novo pico populacional do país. A última projeção do tipo feita pelo órgão, em 2018, indicava que o Brasil só atingiria sua população máxima em 2048.

Estes fatores diferem nos estados, que também enfrentam as consequências de migrações internas no país. O ano de inflexão do crescimento populacional de Alagoas, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, por exemplo, deve ocorrer ainda nesta década. Na outra ponta, Santa Catarina e Roraima só verão sua população diminuir em 2064.

Esta estimativa de crescimento da população se baseia nos três últimos censos demográficos, além de séries históricas do Registro Civil e do sistema de informações do Ministério da Saúde e dados sobre migração.

Proporção de idosos no Brasil aumenta a cada anoFoto: Robervaldo Rocha/Câmara Municipal de Manaus

Mudança nos indicadores

De 2000 a 2023, por exemplo, a taxa de fecundidade caiu de 2,32 para 1,57 filho por mulher, seguindo uma tendência mundial. A expectativa é que até 2040 o índice reduza ainda mais, para 1,44.

Segundo o IBGE, essa taxa deve subir ligeiramente nas décadas seguintes, mas não retornará aos níveis registrados atualmente.

O recuo geral da taxa de fecundidade se reflete no número de nascimentos, que também cai a cada ano. Segundo as Projeções de População do IBGE, o Brasil registrou 3,5 milhões de nascimentos em 2000, 2,9 milhões em 2010 e apenas 2,5 milhões em 2022. As regiões Norte e Nordeste foram as que mais contribuíram para uma queda ainda maior nos últimos anos.

A gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE, Izabel Marri, afirma que a queda nas taxas é observada desde a década de 1960, sendo influenciada, por exemplo, pela urbanização, a participação das mulheres no mercado de trabalho e o aumento da escolaridade feminina.

Estes fatores também contribuem para o aumento da idade média da maternidade, passando de 25,3 anos, em 2000, para 27,7 anos, em 2020. A previsão é de que, em 2070, a idade média para as mulheres terem filhos seja de 31,3 anos. "Indiretamente, isso também contribui para a redução do total de nascimentos”, disse Marri em nota publicada pelo IBGE.

Brasil fica mais idoso 

Como consequência destes indicadores, a pirâmide etária brasileira deve mudar com o tempo. Nos últimos 23 anos, por exemplo, o número de brasileiros com 60 anos ou mais quase dobrou. Hoje, os idosos são 15,6% dos habitantes. Em 2070, serão 37,8%, quase quatro a cada 10 brasileiros – a maior parcela da população. A idade média dos brasileiros também subiu em 2023, chegando a 35,5 anos.

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A esperança de vida ao nascer também subiu de 71,1 anos em 2000 para 76,4 em 2023. A expectativa é que o indicador continue a crescer para os níveis pré-pandemia. Segundo a projeção, um brasileiro que nascer em 2070 deverá viver, em média 83,9 anos.

Já a mortalidade infantil recua desde o ano 2000, quando o país registrava 28,1 óbitos por mil crianças com até um ano de idade. Esse número caiu mais da metade em 2023 e vai continuar a reduzir até 2070.

gq/ra (Agência Brasil, ots)