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População de origem estrangeira bate recorde na Alemanha

Rebecca Staudenmaier av
1 de agosto de 2018

Segundo microcenso de 2017, o número de cidadãos com "histórico migratório" subiu a quase um quarto da população do país.

Berlin Ramadanfest Symbolbild Integration
Foto: picture-alliance/dpa/J. Carstensen

O número de habitantes de origem estrangeira da Alemanha atingiu uma nova máxima em 2017, segundo os resultados de um microcenso publicados nesta quarta-feira (01/08).

O Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis) aponta que, de um total de 82,8 milhões, cerca de 19,3 milhões dos que vivem no país têm "histórico migratório". Isso representa um acréscimo de 4,4% em relação ao microcenso do ano anterior.

O Destatis define uma pessoa "com histórico migratório" quem não nasceu na Alemanha ou tenha pelo menos um progenitor de nacionalidade estrangeira. Os dados incluíram tanto cidadãos alemães (51%) quanto estrangeiros (49%).

Os dados do microcenso anual provêm da projeção de uma amostra de 1% da população do país, concentrando-se nos moradores de unidades residenciais particulares. O próprio departamento ressalva ser provável que os residentes de acomodações partilhadas, como lares para solicitantes de refúgio ou centros de acolhimento para migrantes, estejam subrepresentados no estudo.

Dos portadores de histórico migratório, 14% têm origem turca, seguidos de 11% de polonesa, 7% russa, 6% cazaque e 4% romena. Pela primeira vez, o Destatis inclui perguntas sobre os idiomas falados em casa: dos 24 milhões de unidades com mais de uma pessoa, em 2,5 milhões a língua primária não é o alemão.

Alemanha e o #MeTwo

Não só a sociedade alemã está se tornando mais diversa: a maioria dos descendentes de estrangeiros é portador da cidadania alemã. Entre os 19,3 milhões de ascendência estrangeira, 13,2 milhões imigraram, eles próprios, para a Alemanha, sobretudo por razões familiares,

Embora a etnodiversidade esteja em alta, continuam eclodindo no país acirrados debates sobre integração e discriminação. Recentemente, imigrantes e alemães de ascendência estrangeira passaram a partilhar na internet suas experiências com o racismo quotidiano, sob o hashtag #MeTwo.

O movimento foi lançado depois de o jogador Mesut Özil anunciar que abandonaria a seleção alemã de futebol, citando o racismo entre os motivos para sua decisão.

Muitos se solidarizam online com a frustração do craque pelo tratamento que recebe na Alemanha devido a suas raízes turcas. "Nasci e fui educado na Alemanha, então por que as pessoas não aceitam que eu seja alemão?", queixou-se Özil.

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