População de tigres na Índia cresce mais de 30% em 4 anos
29 de julho de 2019
Número de tigres passou de 2.226 para 2.967, segundo recente censo do governo indiano. Apesar de avanço, espécie ainda está à beira da extinção. Caça e degradação ambiental são as maiores ameaças.
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A população de tigres na Índia cresceu em mais de 30% nos últimos quatro anos, revelaram dados divulgados nesta segunda-feira (29/07) pelo governo indiano. O número de tigres passou de 2.226, em 2014, para 2.967 em 2018.
Com uma população de "quase 3 mil tigres", a Índia se transformou em um "dos habitats mais seguros do mundo" para os felinos, anunciou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em um ato em Nova Déli ao apresentar, pela ocasião do Dia Internacional do Tigre, o último censo sobre a população estimada deste animal no país.
De acordo com o relatório do governo, a população do felino na Índia aumentou 33% desde 2014. O número de tigres no país mais que dobrou desde 2006, ano da realização do primeiro censo da espécie.
A contagem usa novas tecnologias e não só na localização de pegadas, como era feito anteriormente. O último censo foi realizado em 15 meses e contou com 26 mil armadilhas fotográficas que registram quase 350 mil imagens dos animais em seus habitats. Funcionários do governo também participaram da pesquisa que se estendeu por uma área de 380 mil quilômetros quadrados.
Entre as medidas adotadas pela Índia para proteger a espécie ameaçada de extinção está a proteção ambiental por meio da demarcação de reservas. O conflito com humanos, porém, cresceu desde que o país iniciou programas de conservação na década de 1970.
Especialistas afirmam que o governo indiano precisa fazer ainda mais para educar a população sobre a importância do animal e da preservação de seu habitat. Somente neste ano, mais de 60 tigres foram mortos no país. Por outro lado, 30 pessoas foram mortas por tigres no mesmo período.
Estima-se que em 1900 havia mais de 100 mil tigres no planeta. Devido à caça e à degradação de seu habitat, a população da espécie, no entanto, foi reduzida a menos de 3.200 exemplares em 2010. Nesse ano, a Índia e outros 12 países asiáticos, incluindo Rússia e China, assinaram um acordo, no qual se comprometeram a duplicar a população mundial de tigres até 2022.
Atualmente, a Índia acolhe 70% da população mundial de tigres, uma espécie que também subsiste em outros países asiáticos, como Bangladesh, Vietnã, Tailândia, Nepal e Camboja. Acredita-se que 40 mil exemplares tenham vivido no país na época de sua independência do Reino Unidos, em 1947.
O tigre é muito apreciado em países como a China para elaborar remédios tradicionais e o tráfico na Ásia é uma das maiores ameaças para a preservação da espécie.
De ursos d'água e lulas de 13 metros a "galinhas monstro sem cabeça", ainda há muito para a biologia descobrir no planeta. Conheça nove novas espécies animais – e uma participação especial do reino vegetal.
Foto: Imago/Science Photo Library
Mola tecta
Este animal de dois metros de largura e aparência bizarra encalhou numa praia da Califórnia em fevereiro de 2019, deixando atônitos os moradores locais. Trata-se de uma variedade rara de peixe-lua, apenas identificada oficialmente em 2017 e até então avistada exclusivamente nas águas do Hemisfério Sul, nas proximidades da Nova Zelândia e Austrália.
Foto: Reuters/T. Turner
Enypniastes eximia
Filmado em 2018 ao largo do leste da Antártida, este pepino-do-mar atende por um apelido saído de um filme de terror: "galinha monstro sem cabeça". Antes, ele só fora localizado no Golfo do México. Enquanto outras espécies da mesma classe habitam o fundo do oceano, a "galinha" passa o dia flutuando pelas águas, só aterrissando para se alimentar.
Medindo (monstruosos, na escala apiária) 3,8 centímetros, a abelha-gigante Wallace foi localizada por cientistas na selva da Indonésia 38 anos após ser registrada pela primeira vez. Durante 25 anos, chegou a constar da lista das espécies "mais procuradas" da Global Wildlife Conservation. Apesar das assustadoras mandíbulas, sua dieta é basicamente de néctar e pólen, como a das primas menores.
Foto: Clay Bolt
Architeuthis dux
Tendo provavelmente inspirado o mito do "Kraken", o calamar-gigante escapou aos biólogos durante décadas: a primeira fotografia de um espécime vivo foi tirada em 2004. E aqui vê-se um quadro da primeira filmagem de um dos cefalópodes em seu habitat natural, feita em 2012. Não se sabe ainda que dimensões podem alcança, mas o maior já registrado media 13 metros.
Foto: Reuters
Hyorhinomys stuempkei
Em 2015, cientistas confirmaram oficialmente a descoberta de uma nova espécie de mamífero na ilha indonésia de Sulawesi. Não se sabe por que o órgão olfativo a que o rato-de-nariz-de-porco deve seu nome tem essa forma, mas ele também ostenta assustadores dentes vampirescos – embora se alimente principalmente de minhocas e larvas de besouros.
Foto: picture-alliance/dpa/Museum Victoria
Neopalpa donaldtrumpi
Descoberta na Califórnia do Sul em 2017, esta minúscula mariposa atraiu a atenção da mídia graças ao "topete" amarelado que ostenta, espantosamente aparentado ao penteado de Donald Trump. Por ironia, o habitat do inseto se estende até o estado mexicano de Baixa Califórnia, ameaçado de ser dividido pelo muro que é a obsessão do presidente americano.
Foto: picture-alliance/dpa/V.Nazari
Chaunacidae
Parece não haver endereço melhor para criaturas de aparência excêntrica do que as profundezas do oceano. Esta raramente fotografada "rã marinha" foi descoberta em 2009, durante a expedição Deep Down Under no Mar de Coral da Austrália. Os peixes, que vivem no fundo de areia, pertencem à família dos xarrocos, cuja característica mais espetacular é a isca bioluminescente que portam defronte da boca.
Foto: picture-alliance/dpa/MARUM Universität Bremen/LMU München
Sciaphila sugimotoi
Num breve desvio para o reino vegetal, a descoberta no Japão desta extraordinária planta, em 2017, despertou interesse por todo o mundo – também pelo fato de a flora do país ser tão bem documentada. Trata-se de uma das poucas espécies de plantas que praticamente abandonaram o processo de fotossíntese, alimentando-se, em vez disso, das raízes dos fungos hospedeiros, sejam cogumelos ou mesmo bolor.
Foto: picture-alliance/ESF International Institute for Species Exploration/Takaomi Sugimoto
Xuedytes bellus
Uma nova espécie de besouro foi descoberta em 2018 numa caverna de calcário da província de Guangxi, no sul da China. Seu corpo alongado e compacto, pernas finas e longas e total ausência de olhos ou asas fazem do besouro-das-cavernas um exemplo perfeito de adaptação à vida na escuridão absoluta, assim como de evolução convergente.
Foto: picture-alliance/Sunbin Huang/Mingyi Tian/ESF International Institute for Species Exploration/dpa
Tardigrada
Embora a ciência conheça os microscópicos tardígrados desde 1777, uma nova espécie foi descoberta em 2018, justamente num estacionamento no Japão, quando um pesquisador arrancou um pedaço de musgo do concreto e levou-o para testar no laboratório. Os também chamados ursos-d'água, são praticamente indestrutíveis, e a nova espécie pode ser descendente de uma linha arcaica.