Declínio de dez pontos percentuais é o segundo maior de um presidente após três meses no poder e leva imprensa francesa a questionar se lua de mel com os eleitores estaria começando a acabar.
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A popularidade do presidente da França, Emannuel Macron, caiu dez pontos percentuais entre junho e julho, apontou neste domingo (23/07) o semanário Le Journal du Dimanche. É o segundo maior declínio de um presidente após três meses no poder, depois da queda de 15 pontos de Jacques Chirac, em 1995, de 44% para 29%.
De acordo com a pesquisa realizada pelo instituto Ifop entre 17 e 22 de julho, 54% dos franceses estão "bastante satisfeitos" com o social-liberal Macron - a taxa era de 64% em junho. Os descontentes aumentaram de 35% para 43% no mesmo período, incluindo os 15% que disseram estar "muito insatisfeitos".
Entre os motivos para a forte queda está a renúncia do general Pierre de Villiers, chefe do Estado-Maior do Exército, após uma disputa pública sobre a limitação orçamentária imposta por Macron. De Villiers estava descontente com o corte de 850 milhões de euros previstos neste ano para o Ministério da Defesa, apesar da garantia dada por Macron de que, em 2018, a pasta teria um orçamento de 34,2 bilhões frente aos 32,7 bilhões de euros de 2017.
A crise colocou em xeque a postura de Macron, que procurou projetar uma imagem de autoridade desde que assumiu a presidência. A imprensa francesa passou a questionar se estaria perto do fim o a lua de mel de Macron com os eleitores. O jornal de centro-esquerda Libération acusou Macron de lançar um "ajuste um pouco autoritário" e sugeriu que ele "crescesse um pouco".
Pouco depois de assumir a presidência, Macron foi elogiado por se manter firme perante os presidentes americano e russo, Donald Trump e Vladmir Putin, e ganhou uma sólida maioria no Parlamento em junho. Porém, dois meses na presidência trouxeram desafios.
A imprensa e os opositores políticos passaram a questionar se o domínio de Macron sobre o Parlamento poderia levá-lo a concentrar o poder. O líder, de 39 anos, apoiou uma lei polêmica para intensificar as leis contra o terrorismo na França, que incluem medidas que os grupos de direitos humanos dizem ser draconianas.
Além disso, os franceses se preocupam com a planejada reforma trabalhista. Macron ganhou as eleições pregando uma política de centro-direita mais inclusiva, mas agora planeja cortar a assistência à habitação para moradores de baixa renda. Ele também rejeitou a ideia do primeiro-ministro, Edouard Philippe, de reduzir impostos em 2018.
Philippe perdeu oito pontos percentuais na mais recente pesquisa de popularidade: 56% dos entrevistados se dizem satisfeitos com seu desempenho. O instituto de pesquisas Ifop ouviu 1.947 eleitores entre os dias 17 a 22 de julho.
FC/rtr/afp/dpa/efe
Palácio do Eliseu, a nova residência de Macron
Luxuosa moradia oficial do presidente da França fica no coração da capital Paris. Conheça detalhes da propriedade, desde a decoração até a cozinha de onde saem milhares de refeições por ano.
Foto: Getty Images/AFP/B. Langlois
Bem-vindo, senhor presidente!
O luxuoso palácio na Rue du Faubourg Saint-Honoré número 55, no 8º distrito de Paris, é uma verdadeira joia. Fica no meio da capital, mas bem protegido de olhares indiscretos.
Foto: picture-alliance/akg-images/H. Champollion
À mesa com Macron
O salão de festas do Palácio do Eliseu tem tudo o que se espera de uma propriedade de luxo. Cortinas imponentes, lustres gigantescos e um exuberante teto com detalhes dourados. Os convidados apreciam aqui o que há de melhor na cozinha francesa.
Foto: Getty Images/AFP/F. Guillot
Fama internacional
A cozinha do palácio presidencial é apreciada pelos hóspedes de todo o mundo. Até a chanceler federal alemã, Angela Merkel, disse que já enviou o próprio chef a Paris para se inspirar no Eliseu. Milhares de refeições são criadas por ano na cozinha francesa, desde lanches até banquetes.
Foto: picture-alliance/abaca/D. Allard
Bolos para o presidente
Como em toda família francesa que se preze, a "Galette des Rois", bolo de reis, também é tradicional no palácio presidencial. Dentro do bolo, é escondida uma amêndoa ou uma pequena figura. Se Macron a mordesse no dia 6 de janeiro, ele seria rei, e isso sem a restauração da monarquia. Mas só por um dia.
Foto: Imago/Xinhua
Serviços de jantar preciosos
Os serviços de jantar folheados a ouro, assim como os talheres em ouro e prata são tão preciosos que ficam guardados em um cofre. Isso foi revelado por um antigo chef de cozinha do palácio. Ele disse também que muitos visitantes gostam de levar, secretamente, as colherinhas. Será como "lembrança"?
Foto: Getty Images/AFP/F. Guillot
Jardim que é parque
Não se sabe se Emmanuel Macron ou sua esposa, Brigitte, gostam de trabalhar no jardim. Ou se ela tem alguma ambição de imitar Michelle Obama. A ex-primeira-dama americana cultivava verduras em seu jardim na Casa Branca.
Foto: Getty Images/AFP/B. Langlois
O Salão Verde
O que não falta são cômodos no Palácio do Eliseu. Para arrumá-los, o presidente francês dispõe de um grande número de funcionários. O apartamento do casal Macron fica na ala leste do palácio.
Foto: Getty Images/AFP/F. Guillot
Última olhada no jardim
Na foto, o quase ex-presidente François Hollande na sacada de seu escritório no palácio. Até um chefe de Estado precisa de um lugar assim para fazer uma pausa e respirar ar puro.
Foto: picture-alliance/MAXPPP/L. Vu
Em casa, no coração da República Francesa
O "RF" no brasão significa República Francesa, que é o nome oficial do país. Desde 1873, o Palácio do Eliseu serve de residência oficial dos presidentes da França. Desde então, vários presidentes se mudaram para cá, mesmo que temporariamente. Em princípio, o casal Macron deve ficar por cinco anos.