Estudo aponta aumento da simpatia por ideias típicas do populismo de direita na Alemanha, como a rejeição à acolhida de imigrantes, crença em teorias da conspiração e defesa de uma ditadura.
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Desde 2006, a Fundação Friedrich Ebert, ligada ao Partido Social-Democrata (SPD), questiona a população alemã sobre seu sentimento em relação à extrema direita. Os resultados são publicados a cada dois anos no chamado Mitte-Studie (estudo sobre o centro).
Os autores da sondagem se dizem menos preocupados com o extremistas de direita do que com sentimentos típicos de extrema direita que parecem ser compartilhados por parcela cada vez maior da população.
Enquanto a cifra dos que têm uma visão de mundo claramente de extrema direita tem permanecido constante, na faixa de 2,5%, cresce a aceitação de ideias típicas do populismo de direita, como a rejeição ou desvalorização de determinados grupos populacionais, a crença em teorias da conspiração ou mesmo a defesa de formas autocráticas de governo.
"Algumas posições de extrema direita e ideias populistas de direita têm um lugar cativo na sociedade alemã", avalia Franziska Schröter, da Fundação Friedrich Ebert.
Os pesquisadores entrevistaram 1.890 pessoas entre 18 e 97 anos de idade, entre setembro de 2018 e fevereiro de 2019.
Os autores do estudo afirmam que a disseminação do populismo de direita – ao contrário da percepção generalizada – não é fenômeno novo na Alemanha. Enquanto em 2006, um em cada oito alemães concordava com posturas racistas, no estudo atual, o resultado é de um para cada 14 entrevistados. A hostilidade em relação aos muçulmanos era em 2006 de mais de 30%, bem mais difundida do que a atual, de 18,7%. O antissemitismo clássico e teses xenofóbicas eram duas vezes mais disseminados entre os entrevistados durante os anos 2000 do que o detectado pelo estudo mais recente.
Ao mesmo tempo, a "depreciação de pessoas que procuram refúgio" aumentou pela terceira vez consecutiva, de 44,3% em 2014 para 54%. A cifra se refere a entrevistados que são contrários à ideia de que o Estado deve ser generoso em processos de concessão de refúgio e que acreditam que a maioria dos requerentes de refúgio não estariam fugindo de perseguição em seus países de origem.
"Isso nos surpreendeu, já que o número de novos pedidos de refúgio caiu significativamente desde 2016", disse Schröter.
Tais posições são particularmente disseminadas no leste da Alemanha. Assim, o estudo confirma a percepção generalizada de que os alemães do leste concordam em maior número com posições de extrema direita do que os alemães ocidentais.
No entanto, de acordo com o estudo, a diferença não é tão grande quanto o estereótipo sugere. O número de pessoas que apoiam claramente ideias de extrema direita – que minimizam os crimes nazistas, desejam uma ditadura de direita e diferenciam entre pessoas que merecem e que não merecem viver – no leste e no oeste é quase o mesmo.
Já pontos de vista típicos do populismo de direita são mais comuns na região da antiga Alemanha Oriental, segundo os autores do estudo. Enquanto um em cada dois cidadãos do oeste da Alemanha diz ser contra a acolhida de refugiados, dois entre três alemães orientais têm essa posição. E enquanto 26% alemães do leste rejeitam muçulmanos, 19% dos alemães ocidentais têm essa visão.
"Sobretudo, o sentimento de raiva coletiva em relação a imigrantes entre os alemães do leste, de 52%, é significativamente maior do que na parte ocidental do país, de 44%", diz o estudo.
Falta de confiança na democracia
A confiança na democracia alemã também é menor nos estados do leste do que nos do oeste alemão, sendo maior a defesa do autoritarismo entre os cidadãos da região onde ficava a extinta Alemanha Oriental.
Os autores do estudo dedicam um capítulo inteiro da obra para discutir o motivo dessa diferença entre leste e oeste do país. Entre as possíveis causas, são citadas a euforia inicial e a posterior decepção com a Reunificação da Alemanha, as diferentes percepções de democracia de um lado e outro e a situação atual em regiões estruturalmente fracas.
No entanto, regiões estruturalmente fracas também existem no oeste da república. E lá também os entrevistados expressaram uma falta significativa de confiança na democracia e em suas instituições: quase metade dos entrevistados pensa que existem organizações secretas que influenciam as decisões políticas.
Cerca de um terço dos moradores dessas regiões sente que não estar sendo adequadamente representado e considera as decisões democráticas como "compromissos podres" e acredita que "o governo esconde a verdade do público". E quase um quarto acredita que representantes da política e da mídia são "farinha do mesmo saco".
Se tantos alemães têm ideias negativas sobre determinados grupos da população, assim como sobre instituições civis e políticas, considerando políticos e representantes da mídia como corruptos, como é possível que 86% dos entrevistados afirmem não haver uma alternativa à democracia e 93% coloquem como prioridades a dignidade e a igualdade entre as pessoas?
"Parte da população não faz jus aos seus próprios valores", diz o autor do estudo William Berghan, da Universidade de Bielefeld.
Ao final de sua conclusão, os autores do estudo colocam pelo menos um ponto de interrogação atrás do título alarmante do trabalho: Verlorene Mitte - feindselige Zustände (centro perdido – situações hostis, em tradução livre). O texto afirma que, além da "estabilidade de muitas posições antidemocráticas no centro", há alguns resultados positivos, como uma "forte orientação a favor da sociedade civil", que enfrenta o desafio colocado por novos movimentos de direita.
Para vencê-lo, três coisas seriam importantes, segundo os autores do estudo: mais ensino sobre democracia, medidas mais intensas para combater preconceitos e que opiniões preconceituosas contra pessoas e ideias hostis à democracia não sejam mais banalizadas.
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Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) do primeiro-ministro Pedro Sánchez alcançou vitória folgada nas eleições gerais, conquistando 122 dos 350 assentos no Congresso. Por outro lado, extremistas de direita estão de volta ao órgão legislativo após 37 anos. Agora, Portugal, Irlanda, Luxemburgo e Malta são únicos países da UE sem presença ultradireitista em seus parlamentos nacionais. (28/04)
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Seguindo anúncio do comandante-em-chefe do Exército argelino de que a elite dominante seria julgada por corrupção, começa processo contra cinco bilionários do país antes próximos do ex-presidente Abdelaziz Bouteflika. Ainda assim, manifestações populares de protesto contra o velho regime entram na nona semana consecutiva. (22/04)
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Atentados sangrentos no Sri Lanka
Uma devastadora série de explosões simultâneas em três igrejas e três hotéis de luxo no Sri Lanka, que matou mais de 200 pessoas e feriu 460. A polícia prendeu oito suspeitos e supõe que haja conexões com o exterior. Entre os mortos estão 32 estrangeiros. (21/04)
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A polícia de Londonderry está tratando como "incidente terrorista" a morte de uma jornalista de 29 anos, em tiroteio num conjunto habitacional, e suspeita do envolvimento do grupo Novo IRA. Antes, foram lançadas bombas incendiárias sobre o Creggan Housing. A vítima vinha relatando sobre os conflitos no país. (19/04)
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) revogou sua decisão anterior de censurar dois sites haviam publicado reportagens que citavam o presidente do Tribunal, Dias Toffoli. Na esteira da decisão, Toffoli liberou o ex-presidente Lula a dar entrevistas para jornais. O petista havia sido impedido de falar com a imprensa no ano passado, também por decisão do STF. (18/04)
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O ex-presidente do Peru Alan García se suicidou, com um tiro na cabeça, no momento em que a polícia chegou a sua casa em Lima para prendê-lo. Ele era investigado por suspeita de ter recebido propina da Odebrecht. Presidente do Peru entre 1985 e 1990 e entre 2006 e 2011, Garcia chegou a ser encaminhado pela polícia a um hospital. Foi submetido a uma cirurgia de emergência, mas não resistiu. (17/04)
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Macron promete reconstruir Notre-Dame em até 5 anos
O Presidente da França, Emmanuel Macron, disse que a Catedral de Notre-Dame, em Paris, poderá ser reconstruída "em cinco anos". "Sim, vamos reconstruir a catedral de forma ainda mais bonita. Quero que isso aconteça em cinco anos, nós podemos". Especialistas, no entanto, são mais cautelosos e estimam que será necessário mais de uma década para recuperar o monumento. (16/04)
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Incêndio destrói parte da Catedral de Notre-Dame
Um incêndio atingiu a Catedral de Notre-Dame, em Paris, um dos monumentos mais visitados do mundo. As imagens da construção em chamas e dos céus da capital francesa cobertos de fumaça logo correram o mundo, enquanto franceses e turistas observavam em choque nas ruas. Foram necessárias horas até que os bombeiros conseguissem conter as chamas e evitar um colapso total da igreja. (15/04)
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Voo inaugural de um gigante
A maior aeronave do mundo completa com sucesso seu primeiro teste. O Stratolaunch, com uma envergadura da mesma extensão de um campo de futebol, decolou de um aeródromo no deserto de Mojave, na Califórnia, e realizou exercícios de testes por duas horas e meia. O avião foi concebido para ser uma plataforma móvel de lançamento de satélites no espaço. (14/04)
Foto: Stratolaunch Systems Corp.
Papa pede a jovens para deixar vício de celular
Por ocasião da visita de alunos do renomado Liceu Ennio Quirino Visconti, ao Vaticano, pontífice apela para que eles se "libertem da dependência" de telefones celulares. O papa lembrou que "o telefone celular é uma droga" que "pode reduzir a comunicação a simples contatos". Francisco disse ainda que "a vida é comunicar e não somente simples contatos." (13/04)
Foto: picture-alliance/AP Photo/G. Borgia
Desabamento de prédios deixa ao menos três mortos no Rio
Ao menos três pessoas morreram após o desabamento de dois prédios na comunidade de Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro. Oito pessoas fircaram feridas. Ambos os prédios eram residenciais, tinham entre quatro e seis andares e ainda estavam em obras. A suspeita é que os prédios tenham sido construídos pela milícia, que domina o comércio de imóveis na região. (12/04)
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Prisão de Assange
O fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, foi preso em Londres, após a polícia ter sua entrada permitida na embaixada equatoriana onde ele se refugiava há quase sete anos. Assange esteve por trás de um dos maiores vazamentos de documentos secretos da história dos EUA. Ele temia ser enviado pelos britânicos para os EUA, onde enfrenta investigação. (11/04)
Foto: Reuters/P. Nicholls
Primeira foto de um buraco negro
Uma equipe internacional de astrônomos revelou pela primeira vez a imagem real de um buraco negro, que poderá revolucionar a compreensão sobre o tema. A imagem foi obtida pelos cientistas que trabalham na rede mundial de telescópios Event Horizon Telescope. Os esforços envolveram a colaboração de profissionais em várias partes do mundo. (10/04)
Condenados por protestos pró-democracia em Hong Kong
Nove líderes da Revolução dos Guarda-Chuvas, o maior movimento de desobediência civil na história de Hong Kong, foram considerados culpados por perturbação da ordem pública e estão sujeitos a pena de até 7 anos de prisão. Entre os condenados estão Chan Kin-man, professor de Sociologia; Benny Tai, professor de Direito; e Chu Yiu-ming, pastor da Igreja Batista. (09/04)
Foto: picture-alliance/AP Photo/K. Cheung
Demissão do ministro da Educação
O presidente Jair Bolsonaro demitiu o ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez. A pasta vive uma crise desde o início do governo. A gestão do colombiano foi marcada por polêmicas e paralisia. O substituto será Abraham Weintraub, que, segundo Bolsonaro, é professor universitário e possui ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a pasta. (08/04)
Foto: Marcelo Cassal Jr. /Abr
Bolsonaro tem pior avaliação entre presidentes estreantes
Pesquisa Datafolha apontou que 30% dos brasileiros consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo. Essa foi a pior avaliação negativa que um presidente brasileiro eleito registou nos seus primeiros três meses de mandato desde 1990. O levantamento também apontou que 61% dos entrevistados consideram que o presidente Jair Bolsonaro fez menos do que se esperava desde que assumiu o cargo. (07/04)
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Inauguração do novo Museu da Bauhaus
Weimar inaugurou o novo Museu da Bauhaus. O evento foi um dos pontos altos das comemorações do centenário da renomada escola de artes e design. O novo museu, focado na fase inicial da escola fundada por Walter Gropius, tem o formato de um cubo, e apresenta a coleção mais antiga da Bauhaus, com mais de mil objetos num espaço de 2,2 mil metros quadrados. (06/04)
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Bolsonaro cancela horário de verão em 2019
O presidente Jair Bolsonaro anunciou que não haverá horário de verão neste ano. Segundo ele, a decisão foi tomada com base em estudos que apontaram para a "eliminação dos benefícios" da mudança de horário. O porta-voz da Presidência disse que essa é a posição para 2019 e que a continuidade do programa nos anos seguintes será avaliada posteriormente. (05/04)
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Temer réu pela quarta vez
O ex-presidente Michel Temer se tornou réu pelo crime de lavagem de dinheiro, no caso de uma reforma na casa de uma de suas filhas, Maristela. A denúncia afirma que as obras foram financiadas com dinheiro de propina, obtida em contratos da Eletronuclear na usina de Angra 3. Maristela e outras duas pessoas também são rés. Temer, alvo de dez inquéritos e réu em quatro, nega as acusações. (04/04)
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Brunei oficializa pena de morte por sexo gay
Novas leis penais islâmicas – que incluem morte por apedrejamento por sexo gay e adultério – entraram em vigor no Brunei. As medidas causaram indignação internacional e provocaram protestos de países, grupos de direitos civis e até de celebridades. As leis fazem do pequeno sultanato o primeiro país do leste ou do sudeste da Ásia a implementar o rígido código islâmico em nível nacional. (03/04)
Foto: Getty Images/AFP
Crivella é alvo de processo de impeachment
A Câmara Municipal do Rio aprovou a abertura de um processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella (PRB). Acusado de crime de responsabilidade, ele segue no cargo até o fim da análise da denúncia, que pode durar 90 dias. Foram 35 votos a favor da investigação e 14 contra. É a primeira vez desde a redemocratização que o Rio abre um processo de impeachment contra um prefeito. (02/04)
Foto: Getty Images/AFP/Y. Chiba
Bolsonaro visita Muro das Lamentações
Jair Bolsonaro visitou o Muro das Lamentações ao lado de Benjamin Netanyahu, tornando-se assim o primeiro presidente a fazer a visita ao lado de um primeiro-ministro israelense. O local está localizado em Jerusalém Oriental, que foi ocupada por Israel na Guerra dos Seis Dias e depois anexada. Uma visita ao lado do premiê pode ser interpretada como aprovação tácita da anexação. (01/04)