Por 30 anos, experimento em Berlim deu órfãos a pedófilos
Rina Goldenberg rpr
18 de junho de 2020
Estudo detalha projeto bizarro no lado ocidental da capital alemã: autoridades entregavam deliberadamente crianças sem-teto a homens reconhecidamente pedófilos, com pressuposto de que eles seriam pais carinhosos.
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Durante quase 30 anos, autoridades de Berlim entregaram deliberadamente crianças órfãs a homens reconhecidamente pedófilos para adoção, segundo detalha um estudo divulgado nesta semana na Alemanha.
O experimento bizarro, comandado pelo professor Helmut Kentler, começou nos anos 1970, na então Berlim Ocidental, e foi tolerado por décadas pelas autoridades locais. O argumento era de que pedófilos se tornariam pais especialmente carinhosos.
O estudo conduzido pela Universidade de Hildesheim aprofunda o que se sabia sobre o projeto – um relatório de 2016, de outra universidade, já havia tornado pública a existência do experimento.
Helmut Kentler (1928-2008) ocupava uma posição de liderança no centro de pesquisa educacional de Berlim. Ele se dizia convencido de que o contato sexual entre adultos e crianças era inofensivo.
As agências de bem-estar infantil de Berlim e o governo estadual fizeram vista grossa ou até aprovaram as adoções.
Há alguns anos, duas das vítimas se apresentaram e contaram sua história. Desde então, os pesquisadores da Universidade de Hildesheim investigaram os arquivos do caso e conduziram entrevistas.
O que eles encontraram foi uma "rede entre instituições educacionais", o escritório estadual de assistência juvenil e o governo de Berlim, na qual a pedofilia era "aceita, apoiada, defendida".
O próprio Kentler estava em contato regular com as crianças e seus pais adotivos. Ele nunca foi processado: quando suas vítimas vieram à tona, um possível crime já havia prescrevido. Isso impediu até agora que as vítimas recebessem indenização.
Os pesquisadores descobriram que vários dos pais adotivos eram acadêmicos de alto nível. O estudo revela uma rede que incluiu altos membros do Instituto Max Planck, da Universidade Livre de Berlim, e da famosa Escola Odenwald, em Hessen, na Alemanha Ocidental, que esteve no centro de um grande escândalo de pedofilia vários anos atrás. Desde então está fechada.
A secretária estadual para questões de jovens e crianças de Berlim, Sandra Scheeres, chamou as descobertas de "chocantes e horripilantes".
Um primeiro relatório sobre o "experimento Kentler" foi publicado em 2016 pela Universidade de Göttingen. Os pesquisadores afirmaram então que o governo estadual parecia não ter interesse em descobrir a verdade. Agora, as autoridades prometeram investigar o assunto mais a fundo.
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Foto: Imago Images/Agencia EFE
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Foto: Getty Images/AFP/G. Julien
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Foto: Getty Images/I. Estrela
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Autoridades de Pequim isolaram onze bairros após o registro de novas infecções por coronavírus. Nove escolas e jardins de infância também foram fechados. As sete novas infecções estão relacionadas a um mercado de carne. Em Pequim já havia sido registrado um caso de infecção local nas 24 horas anteriores, o primeiro em 55 dias e o primeiro caso de contágio local na China em 18 dias. (13/06)
Foto: Getty Images/AFP/G. Baker
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Quase três meses após registrar a primeira morte por covid-19, o Brasil atingiu a marca de 41.828 óbitos. Foram mais 909 registros em 24 horas. Com essa nova marca trágica, o Brasil ultrapassou o Reino Unido e assumiu a segunda posição no ranking de países com mais vítimas. Com 828 mil casos, o Brasil também é o segundo país com mais infectados diagnosticados. (12/06)
Foto: picture-alliance/dpa/PPI
Discórdia sobre encenação
Maior autoridade militar do país, o general Mark Milley diz que sua presença no ato do dia 2 de junho, em que Trump posou para uma foto diante de uma igreja, deu impressão de envolvimento de militares na política americana. Em discurso gravado em vídeo, o chefe do Estado Maior dos EUA pediu desculpas publicamente por ter participado da encenação do presidente americano. (11/06)
Foto: Reuters/T. Brenner
Suécia encerra investigação da morte do premiê Olof Palme
Mais de 34 anos depois do assassinato do premiê Olof Palme, investigadores da Suécia afirmaram que o caso foi encerrado porque o principal suspeito do crime já morreu. Palme foi morto a tiros no centro de Estocolmo em 1986. O procurador responsável pelo caso identificou o atirador como sendo o homem que, no início da investigação, era o principal suspeito, Stig Engström, morto em 2000. (10/06)
Foto: picture-alliance/AP Photo/A. Holmstrom
Última homenagem a George Floyd
O funeral de George Floyd, morto durante uma ação policial nos Estados Unidos, reuniu centenas de pessoas numa igreja em Houston, no Texas, a cidade onde ele cresceu. Ele será enterrado junto de sua mãe. Além da família e amigos de Floyd, artistas, políticos e atletas famosos participaram da homenagem. (09/06)
Foto: Reuters/G. A. Vasquez
Nova Zelândia se declara livre do coronavírus
A Nova Zelândia removeu todas as medidas restritivas após a última paciente com covid-19 receber alta, informou a premiê Jacinda Ardern. Apesar de manter rigidez nos controles de fronteira, medidas como distanciamento social e limites de reuniões públicas não são mais necessárias. "Estamos confiantes de que eliminamos, por ora, as transmissões do vírus", disse a premiê. (08/06)
Foto: Getty Images/AFP/M. Mitchell
Cidades têm protestos contra Bolsonaro e a favor da democracia
Várias cidades brasileiras, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, registraram protestos a favor da democracia, contra o governo do presidente Jair Bolsonaro e contra o racismo e o fascismo. Atos pró-Bolsonaro também ocorreram, mas em menor escala. Em meio à pandemia, manifestantes se aglomeraram, a maioria usando máscaras. (07/06)
Foto: Reuters/D. Vara
Protestos antirracistas pelo mundo
Milhares de pessoas participaram em várias cidades do mundo de protestos antirracistas e contra a violência policial organizados em apoio às manifestações que ocorrem há dias nos Estados Unidos, apesar de restrições impostas pela pandemia de covid-19. Em Berlim, ato reuniu cerca de 15 mil manifestantes. (06/06)
Foto: picture-alliance/NurPhoto/E. Contini
ONU lança iniciativa para zerar emissões
O secretariado da ONU para o clima lançou uma nova iniciativa de combate às mudanças climáticas. Com o lema "Race to Zero" ("corrida para o zero"), a campanha tem como objetivo eliminar as emissões de gases causadores do efeito estufa, como o dióxido de carbono, até, o mais tardar, 2050. Meta já conta com a adesão de centenas de cidades, empresas e universidades. (05/06)
Foto: picture-alliance/AP/Imaginechina
Autores pedem retratação de estudo sobre cloroquina
Três dos quatro autores de um estudo alvo de críticas sobre a cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da covid-19 publicado pela revista científica "The Lancet" pediram a retratação da publicação. Eles argumentaram que não é possível garantir a veracidade dos dados utilizados. Com o pedido, a revista cancelou a validade do artigo. Estudo levou à suspensão de pesquisas em todo o mundo. (04/06)
Foto: picture-alliance/dpa/Zuma/Quad-City Times/K. E. Schmidt
Nova pista no caso Madeleine
Pouco mais de 13 anos após o desaparecimento da menina britânica Madeleine McCann em Portugal, o Departamento Federal de Investigações da Alemanha anunciou que está investigando um alemão de 43 anos suspeito de envolvimento no caso. Ele está preso por outro crime. Além de ter passagem por tráfico de drogas, ele foi condenado diversas vezes por crimes sexuais. (03/06)
Foto: picture-alliance/empics/J. Stillwell
Protesto contra racismo termina em confronto em Paris
Um protesto não autorizado em Paris contra a violência policial e a injustiça racial terminou em confronto entre a polícia e os manifestantes. Incialmente pacífico, o ato reuniu 20 mil pessoas na capital francesa e homenageou George Floyd e também Adama Traore, um jovem negro detido em 2016, que morreu sob custódia da polícia francesa. (02/06)
Foto: picture-alliance/dpa/AP/D. Cole
Proteção sarcástica
A criatividade nas medidas protetoras contra o coronavírus ganha também tons macabros, como no caso deste motorista de ônibus colombiano. O humor amargo não é totalmente sem motivo: ele participa de um protesto em Bogotá, estando há quatro meses sem trabalho nem salário devido às restrições ditadas pela pandemia. (01/06)