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Por conta dos fumantes

rw20 de maio de 2003

Governo quer introduzir reformas drásticas a partir de 2004, para aliviar rombos nos cofres dos planos de saúde. Uma delas prevê aumento do imposto sobre tabaco, que já perfaz 74,6% do preço final do produto.

Cigarros ficarão mais carosFoto: AP

Fatores como o aumento da expectativa de vida na Alemanha e o grande número de desempregados (10,8% em abril), pressionam os cofres da previdência. Para aliviar a grave crise, o Ministério da Saúde pretende introduzir uma série de reformas a partir de 2004. Uma delas é diminuir a contribuição dos trabalhadores ao sistema de saúde, atualmente de 14,3% do salário bruto, para menos de 13%.

Outra medida prevista pela ministra da Saúde no catálogo de 400 páginas do seu plano de reformas é o aumento de um euro no preço do maço de cigarros. Considerando que 25% dos alemães com mais de 15 anos fuma entre cinco e 20 cigarros ao dia, este pode ser um importante passo para o saneamento dos cofres públicos. O objetivo de Ulla Schmidt é aliviar em 13 bilhões de euros os encargos dos programas de saúde.

O aumento na arrecadação proveniente do imposto sobre tabaco seria usado para cobrir os gastos dos planos de saúde com gestantes e nas primeiras semanas após o parto. Enquanto a ministra social-democrata pensa em arrecadar com isso 4,5 bilhões de euros a mais, o Ministério das Finanças já avisou que o aumento não passaria de 2,5 bilhões de euros.

Contrabando, online e marca barata

O último aumento do preço dos produtos de tabaco na Alemanha havia sido de um centavo de euro por cigarro, em janeiro. Graças aos fumantes, os cofres públicos arrecadarão este ano 14,6 bilhões de euros, 8% a mais que no ano passado.

Atualmente em quinto lugar na lista dos países onde o cigarro é mais caro na Europa, com o aumento do maço de cigarro para 4,36 euros a partir de 2004, a Alemanha passaria a terceiro, atrás da Noruega e da Grã-Bretanha.

Foto: AP

Observadores acreditam que quem sairá ganhando serão os comerciantes nos países vizinhos, contrabandistas (já hoje um enorme problema em Berlim), vendas online e os fabricantes de cigarros baratos. Folker Kling, da revista especializada Tabak, integra o coro de céticos. "Quando o preço do maço subiu um marco em 1982, demorou cinco, seis anos para que o mercado se recuperasse."

Quem sai lucrando

O constante aumento de preços estimula a criatividade de comerciantes, consumidores e criminosos. Agências na internet aproveitam uma lacuna na legislação e oferecem cigarros entregues em casa. Com o simples clique do mouse do computador, pode-se fazer as encomendas em "paraísos tabagísticos" como Luxemburgo, Polônia ou República Tcheca.

Quanto mais alto o preço do produto, mais lucrativa se torna a ação dos contrabandistas. À medida em que começam a cair os controles de fronteira para os novos membros da União Européia a partir de 2004, empresas fantasmas do Leste importam grandes quantidades de cigarros a preços baixos, direto dos fabricantes, para depois contrabandeá-los de volta a preços acessíveis.

Bons tempos enfrentam, também, os fabricantes de cigarros baratos, preferidos pelos consumidores menos exigentes. Na rede barateira de supermercados Aldi, por exemplo, o maço custa 2,30 euros (o preço médio das marcas conhecidas é 3,36 euros).

Como se divide o preço de um cigarro na Alemanha (cerca de 16,3 centavos de euro):

  • Imposto sobre tabaco: 9 cents
  • ICMS: 2,25 cents
  • Custos de produção: 3,4 cents
  • Intermediários: 1,65 cent

Preços do maço de 20 cigarros em alguns países europeus e seu índice de imposto:

  • Noruega: 8,30 euros – 79% de impostos
  • Grã-Bretanha: 7,18 euros – 79,9%
  • Dinamarca: 4,03 euros – 81,7%
  • França: 3,90 euros – 65,4%
  • Alemanha: 3,36 euros – 74,6%
  • Bélgica: 2,80 euros – 76,5%
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