Morte de Heloisa do Santos não é caso isolado. Mudanças promovidas na gestão Bolsonaro, além de narrativa armamentista do ex-governo, foram fundamentais para desvirtuar a Polícia Rodoviária Federal.
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A morte Heloisa do Santos, de 3 anos, no Rio de Janeiro, numa ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) reacendeu o debate sobre os excessos cometidos pela corporação nos últimos anos. A menina foi baleada em 7 de setembro no carro da família na Baixada Fluminense. Levada ao hospital, ela não resistiu aos ferimentos. Há relatos de que policiais envolvidos no caso teriam tentado intimidar parentes da vítima no hospital. O caso está sendo investigado.
A morte de Heloisa não é um caso isolado. Em maio do ano passado, uma operação da PRF em conjunto com a Polícia Militar deixou 23 mortos na Vila Cruzeiro, também no Rio. A ação foi investigada pela Justiça Militar do estado e pela própria corregedoria da corporação. Ainda não se qual foi a conclusão do inquérito na justiça. Já as apurações da PRF foram arquivadas sem denúncia.
No mesmo período, em outro caso emblemático: Genivaldo de Jesus foi morto asfixiado dentro de uma viatura da corporação em Sergipe. O processo de investigação da Corregedoria da PRF, concluído em agosto deste ano, recomendou a demissão dos agentes envolvidos, ratificada posteriormente pelo ministro da Justiça, Flavio Dino.
O ordenamento de atribuições da corporação diz que a Polícia Rodoviária Federal é responsável por realizar o patrulhamento ostensivo, aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito, executar serviços de prevenção, atendimento de acidentes e salvamento de vítimas, realizar perícias, formular boletins de ocorrências em questões envolvendo trânsito, entre outros tópicos.
"Há também um papel de fiscalização, blitz, sobretudo no combate ao tráfico de drogas, armas e munições. Em tese, ela deve ficar nas rodovias, sobretudo federais, guardando nossas fronteiras", destaca o cientista político Pablo Nunes, coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) no Rio de Janeiro.
"Parece-me que se nós olharmos para esses casos de violência percebemos que a PRF tem deixado de cumprir com as suas reais atribuições", acrescenta o antropólogo Lenin Pires, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e diretor do Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (IAC/UFF).
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Desvirtuamento sob Bolsonaro
Duas medidas adotadas durante o governo do ex-presidente de Jair Bolsonaro são fundamentais para entender o acirramento na violência do órgão. A primeira foi editada em 2019 pelo então ministro da Justiça, Sergio Moro, que autorizou a PRF a atuar em operações conjuntas com outras polícias de natureza ostensiva, investigativa e de inteligência para cumprir mandados de busca e apreensão e coibir a prática criminosa. A portaria ampliou o campo de atuação da corporação.
Dois anos depois, André Mendonça, na época ministro da Justiça, revogou a portaria editada por Moro. Ele retirou a prerrogativa das operações investigativas, ostensivas e de inteligência, mas manteve a liberação para operações conjuntas e o ingresso em locais alvos de mandados de busca e apreensão com decisão judicial.
As mudanças constantes e a indefinição sobre os limites das portarias deram margem para ações que extrapolam os limites da PRF. A narrativa armamentista que dominou a gestão bolsonarista, assim como suas tentativas de ingerência sobre as forças de segurança, também contribuíram para desvirtuar a PRF de suas obrigações.
"A primeira tentativa de aparelhamento aconteceu na Polícia Federal, mas não foi possível. Na PRF o discurso bélico adentrou com mais força", comenta Nunes.
"Esse movimento de cooptação mostra uma fragilidade institucional de uma corporação que não é de elite, diferentemente da PF. Falta uma identidade mais bem delineada à PRF, o que consequentemente poderia alterar esse quadro de interferências", complementa o jurista Guilherme Assis de Almeida, da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador associado do Núcleo de Estudos da Violência (NEV-USP)
Almeida relembra a atuação da PRF no segundo turno das eleições no ano passado, quando o então diretor-geral, Silvinei Vasques, alinhado a Bolsonaro, teria dificultado o tráfego de veículos em cidades do Nordeste para impedir que eleitores de Lula pudessem votar. Silvinei está preso desde 9 de agosto e é investigado pelo uso da máquina pública para interferir no pleito.
Durante o período do governo de transição, em novembro do ano passado, o grupo de trabalho responsável pela Justiça e Segurança Pública cogitou uma atuação mais restrita da PRF, mas não se sabe que medidas foram colocadas em prática ao longo dos quase dez meses de governo. Somente neste ano, oito mortes foram registradas em confrontos com agentes da PRF. Em 2022, foram 44.
"Nós temos visto desde 2017 um crescimento desse apelo bélico no controle da vida social. É uma militarização dos discursos sobre segurança pública que acaba por agregar todas as polícias, não só a PRF", ressalta Pires.
Roteiro do caos
A violência que tem marcado a PRF acontece, sobretudo, em incursões nas favelas ou bairros pobres, e o histórico de possíveis abusos vai além das ações envolvendo Genivaldo, Heloisa ou o massacre na Vila Cruzeiro.
Em 2021, 26 pessoas foram mortas em Varginha numa operação conjunta da PRF com a Polícia Militar de Minas Gerais contra o Novo Cangaço. Em março do ano passado, a corporação atuou com o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e a PF no Complexo do Chapadão, zona norte do Rio. Os policiais rodoviários responderam por três das seis mortes no local.
"A PRF está inserida no contexto de polícia política que nós temos no Brasil atualmente. Uma polícia despreparada e que foi treinada a partir do conjunto de práticas violentas que nós já conhecemos. Ela utiliza essas práticas contra os segmentos sociais mais desfavorecidos, preferencialmente pobres e negros", analisa Pires.
Esse discurso, pondera Nunes, é reforçado na suposta "guerra às drogas". "Há essa justificativa de que as drogas chegam às favelas pelas rodovias e que, portanto, esse cenário poderia justificar a alta letalidade. Isso só mostra a necessidade de aclarar quais são as reais atribuições da PRF."
O cientista político também argumenta que os oficiais da PRF "não tem treinamento para realizar operações conjuntas". "Os sistemas de inteligência inexistem. É tudo absolutamente desarticulado. Como combater o crime dessa forma?", questiona.
Mudanças necessárias
Em agosto, quando assinou o despacho que demitiu os policiais envolvidos na morte de Genivaldo, Flavio Dino deu prazo de 120 dias para que a corporação reveja a "doutrina policial e manual de procedimentos operacionais da instituição, a fim de identificar eventuais falhas ou lacunas."
A corporação deveria ainda instituir, até o fim do mês, uma coordenação dedicada aos direitos humanos. A divisão será liderada pela policial Liamara Cararo Pires, que pretende desenvolver e rever diretrizes relacionadas ao uso da força. Também foi criada uma comissão especializada em direitos humanos para ajudar na formação de agentes na Universidade da Polícia Rodoviária Federal.
Guilherme Assis de Almeida defende que membros da PRF usem as câmeras corporais – o projeto para implementação do item está em curso. "O policial precisa prestar contas da sua atuação."
Nunes reforça a necessidade um plano nacional de segurança pública que envolva não só a PRF, mas todas as outras corporações em nível federal e estadual, a fim de evitar novos massacres e operações desarticuladas. "O contexto de criminalidade deixou de ser local. Ele tem abrangência nacional. O PCC não está só em São Paulo, assim como o Comando Vermelho também se espalhou".
"Quais são as normas da PRF? Isso precisa ficar claro rapidamente", pondera Pires. "Outro fator importante é buscar dentro da própria organização os policiais que estão dispostos a travar uma batalha interna para constranger e punir disciplinarmente agentes obscurantistas que atuem à revelia da lei", acrescenta o antropólogo.
O mês de setembro em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês.
Foto: Evaristo Sa/AFP
Nagorno-Karaakh em breve desabitado
Fileira de automóveis no Azerbaijão, em direção à fronteira da Armênia. Desde de tomada militar e anúncio da dissolução do enclave de Nagorno-Karabakh em 01/01/2024, mais e 80% da população já deixou a região separatista no sul do Cáucaso. Organizações humanitárias apelam à comunidade internacional por ajuda financeira para melhores condições de acolhimento aos refugiados. (30/09)
Ataque a bomba mata mais de 50 em evento religioso no Paquistão
Pelo menos 54 mortos e mais de 50 feridos em ataque suicida num evento para comemorar o aniversário do profeta Maomé em Mastung, distrito da conturbada província do Baluchistão, no sudoeste do Paquistão. Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pela explosão, que ocorre em meio a uma alta de ataques reivindicados por grupos militantes no oeste do país. (29/09)
Foto: picture alliance / ASSOCIATED PRESS
Morre o ator Michael Gambon
O ator anglo-irlandês Michael Gambon, que por cinco décadas se notabilizou por atuar em produções shakespearianas nos palcos do Reino Unido e que alcançou fama mundial ao interpretar o personagem Alvo Dumbledore em seis dos oito filmes da saga "Harry Potter", morreu aos 82 anos. Gambon atuou também em "A Revolta dos Brinquedos" (1992) e "Assassinato em Gosford Park" (2002). (28/10)
Foto: Leon Neal/AFP/Getty Images
Rosa Weber se despede do STF
Prestes a completar 75 anos, idade-limite para atuação no serviço público, a ministra Rosa Weber se despediu da presidência do Supremo Tribunal Federal, destacando o fato de ter sido somente a terceira mulher a integrar a Corte. Em discurso emocionado, ela lembrou os ataques de 8 de janeiro e exortou a defesa intransigente da democracia constitucional. (27/09)
Foto: Carlos Moura/AFP
Biden se une a grevistas da indústria automobilística em Detroit
Pela primeira vez na história, um presidente dos EUA participou de um piquete junto a grevistas na porta de fábrica. Joe Biden, com um megafone em mãos, disse que automobilísticas como GM e Ford, que superaram tempos difíceis e agora se beneficiam de lucros altos, devem dar os 40% de aumento exigidos pelos trabalhadores. Líderes sindicais elogiaram a atitude do democrata. (26/09)
Foto: Evan Vucci/AP Photo/picture alliance
Milhares deixam enclave no Azerbaijão em direção à Armênia
Milhares de armênios étnicos deixaram Nagorno-Karabakh em direção à Armênia depois que o Azerbaijão consolidou com uma rápida investida militar o controle sobre o enclave que era há muito tempo disputado. A fuga provocou filas em postos de combustíveis e um grande congestionamento na estrada que liga a região à Armênia. (25/09)
Foto: ALAIN JOCARD/AFP
Quando a maratona vira bagunça
Antecipando a importante Maratona de Berlim deste domingo, esportistas que não se levam tão a sério realizaram já na véspera sua tradicional maratona de patins inline. Para animar o evento, alguns se fantasiaram da forma mais excêntrica possível, de Superman a camponesa dinamarquesa. A vitória coube à colombiana Gabriela Rueda e ao belga Jason Suttles – nenhum dos quais está na foto. (24/09)
Dezenas de milhares foram às ruas na França no sábado para protestar contra racismo sistêmico, acusações de violência policial e crescente desigualdade social, que afetam de forma particular os moradores de periferias. Os organizadores estimaram 80 mil participantes, enquanto o governo falou de cerca de 31 mil. (23/09)
Foto: Bertrand Guay/AFP/Getty Images
Papa alerta para "fanatismo da indiferença" contra migrantes na Europa
Em visita à cidade francesa de Marselha, o papa Francisco pediu que governos europeus trabalhem para resgatar migrantes e permitam ações das ONGs que atuam no Mediterrâneo. Ele condenou a "paralisia do medo" e o "desinteresse que, com luvas de veludo, condena outros à morte". "É um dever da humanidade e da civilização", alertou. (22/09)
Foto: Alessandro di Meo/AFP/Getty Images
STF derruba tese do marco temporal das terras indígenas
Por 9 votos a 2, os ministros do Supremo Tribunal Federal invalidaram a regra que limitaria demarcações de terras indígenas às ocupadas por eles no dia em que a Constituição de 1998 foi promulgada. "É um resultado que define o futuro das demarcações de terras indígenas no Brasil", comemorou a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara. (21/09)
Foto: Ueslei Marcelino/REUTERS
Zelenski e Scholz em Nova York
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, tem agenda repleta durante a Assembleia Geral da ONU, num esforço extremo para angariar apoio para seu país sob ataque russo desde 24 de fevereiro de 2022. Além de discursar no plenário, quando acusou as Nações Unidas de estarem "impotentes", ele encontrou-se com numerosos líderes. Na foto, ao lado do chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz. (20/09)
Foto: Michael Kappeler/dpa/picture alliance
Na ONU, Lula cobra reforma de organismos internacionais
O presidente Lula usou seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas para reforçar que o Brasil abandonou o isolacionismo que caracterizou os quatro anos de seu antecessor, Jair Bolsonaro. Lula também voltou a pleitear a reforma de organismos internacionais, em especial o Conselho de Segurança da ONU. O discurso marcou o retorno de Lula ao palco da ONU após um hiato de 14 anos. (19/09)
Foto: TIMOTHY A. CLARY/AFP/Getty Images
Irã e EUA realizam troca histórica de prisioneiros
Cinco cidadãos americanos aprisionados no Irã deixaram o país e desembarcaram em Doha, no Catar, em uma histórica troca de prisioneiros entre Washington e Teerã. Já o Irã conseguiu como concessão a libertação de cinco iranianos que estavam detidos nos EUA e a transferência de US$ 6 bilhões em fundos do país que estavam congelados no exterior no âmbito das sanções impostas por Washington. (18/09)
Foto: Lujain Jo/AP/picture alliance
Ativistas do clima borrifam tinta no Portão de Brandemburgo
Ativistas ambientais borrifaram tinta laranja e amarela nas colunas do Portão de Brandemburgo, um dos principais monumentos de Berlim. Ao menos 14 pessoas foram detidas pela polícia. A ação foi executada pelo grupo Letzte Generation (A Última Geração), que cobra que o governo alemão tome medidas mais drásticas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. (17/09)
Foto: Paul Zinken/dpa/picture alliance
África do Sul realiza funeral de Estado para líder zulu
Milhares de pessoas em luto participaram na África do Sul do funeral do líder zulu Mangosuthu Buthelezi. Político veterano, príncipe do povo zulu e figura controversa durante o período do apartheid, Buthelezi morreu aos 95 anos. Durante o funeral, membros do público compareceram a um estádio na cidade de Ulundi vestindo trajes tradicionais zulus feitos de peles de animais. (16/09)
Foto: Rajesh Jantilal/AFP/Getty Images
Ex-faz-tudo de Bolsonaro entregou dinheiro de joias "em mãos" ao ex-presidente, diz revista
Segundo reportagem da Veja, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, teria confessado à Polícia Federal repasse de 68 mil dólares pela venda de dois relógios de luxo dados de presente ao então presidente durante viagens em agendas no exterior. Bolsonaro já havia declarado antes desconhecer o negócio e negado o recebimento de valores. (15/09)
Foto: Geraldo Magela/Agencia Senado
STF emite primeiras condenações por atos golpistas de 8 de janeiro
Corte sentenciou três réus a penas entre 17 e 14 anos de prisão, mais multa e indenização pelos crimes de associação criminosa, golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado durante a invasão dos Três Poderes em Brasília.Mais de 200 outros casos aguardam julgamento. (14/09)
Foto: Joedson Alves/AA/picture alliance
STF inicia julgamento de acusados dos atos golpistas de 8 de janeiro
O STF deu início ao julgamento dos primeiros acusados de participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando extremistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Os réus respondem pelas acusações de golpe de Estado, associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. (13/09)
Foto: Adriano Machado/REUTERS
Fazendo esporte como Deus os criou
No parque La Casa de Campo, na capital espanhola Madri, os corredores levaram à última consequência o combate ao calor insuportável. E abriram mão de tudo – menos dos sapatos, meias e um ou outro boné. (13/09)
Foto: Oscar del Pozo/AFP
Milhares de mortos e desaparecidos em enchente na Líbia
Chuvas intensas levaram ao rompimento de barragens acima da cidade de Derna, afirmou um porta-voz do grupo que controla o leste do país dividido. Testemunhas afirmam que o nível da água chegou a três metros. Em Tripoli, autoridades apelaram à comunidade internacional por ajuda. A tempestade Daniel já havia passado na semana anterior pela Grécia, deixando vilarejos inteiros debaixo d'água. (11/09)
Foto: AA/picture alliance
Brasil assume a presidência do G20 ao final da cúpula na Índia
Passagem foi simbólica, com o país assumindo o posto oficialmente em 1º de dezembro. Lula anunciou que prioridades devem ser o combate à desigualdade, à fome e às mudanças climáticas, além de reforma das instituições de governança internacional. Declaração final do evento foi pouco ambiciosa em termos ambientais, e críticas veementes à Rússia também ficaram de fora. (10/09)
Foto: AFP
Terremoto deixa mais de mil mortos no Marrocos
Mais de 1.800 feridos, cerca de 1.200 gravemente. Sismo de magnitude 6,8 teve epicentro próximo à cidade turística de Marrakech, cujo centro histórico, Patrimônio Mundial da Unesco, também foi danificado. Abalo foi sentido ainda na vizinha Argélia e até em Portugal. (09/09)
Foto: Saouri Aissa/Xinhua/IMAGO
Alemanha atinge recorde de 3,26 milhões de refugiados
Segundo o partido A Esquerda, é o maior contingente desde os anos 1950. Dados são de junho de 2023 e somam refugiados, solicitantes de asilo e tolerados (pessoas que não tiveram o asilo reconhecido, mas que por alguns motivos não podem ser deportadas). Quadro é atribuído, entre outros fatores, à guerra na Ucrânia e a flexibilizações nas leis migratórias. (08/09)
Foto: DW
Presidente Lula assiste ao desfile militar do 7 de Setembro em Brasília
No dia anterior, o governo demitiu a ministra dos Esportes, Ana Moser, para acomodar um aliado do Centrão: o deputado federal André Fufuca (PP-MA), que apoiou o impeachment de Dilma Rousseff (PT). A troca foi criticada por Moser, que falou em "abandono" do esporte no país, e por simpatizantes do governo, que têm cobrado – sem sucesso – a indicação de uma mulher à próxima vaga no STF. (07/09)
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Suprema Corte do México descriminaliza aborto em todo o país
A mais alta instância jurídica do México removeu a prática do aborto do Código Penal Federal e declarou inconstitucional a penalização do procedimento. A Suprema Corte determinou que a criminalização da prática "é uma violação dos direitos humanos das mulheres e de pessoas com capacidade de gestar." (06/09)
Foto: Jose Luis Plata/REUTERS
Milhares de desabrigados no Rio Grande do Sul e dezenas de mortos após região sofrer com fortes chuvas
A passagem de mais um ciclone extratropical pelo Sul do país provocou enchentes e matou ao menos 41 pessoas no RS – configurando, segundo o governador Eduardo Leite, a pior catástrofe natural da história do estado. A cidade de Muçum (foto), no Vale do Rio Taquari, foi uma das mais afetadas. Há outras dezenas de pessoas desaparecidas e mais de 10 mil desabrigados ou desalojados. (05/09)
Foto: DIEGO VARA/REUTERS
"Ansioso pelos memes”, diz Olaf Scholz ao aparecer de tapa-olho
O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, divulgou uma foto na qual aparece usando um tapa-olho, após ter sofrido uma queda no fim de semana. Ele teve hematomas e arranhões no lado direito do rosto. Na publicação da imagem em sua conta na rede X (antigo Twitter), ele escreveu: "Obrigado pelos votos de recuperação. Parece pior do que é! Ansioso pelos memes", acrescentou. (04/05)
70 mil pessoas isoladas em festival nos EUA após chuvas
Mais de 70 mil pessoas ficaram isoladas no deserto no estado americano de Nevada, após tempestades e inundações varrerem a área, transformando o local onde ocorria o festival de contracultura Burning Man num mar de lama. Um dia após as chuvas, ninguém conseguia chegar ou sair da Black Rock City, a "cidade" construída anualmente para o festival. (03/09)
Foto: Trevor Hughes/USA TODAY/IMAGO
Índia lança sonda para estudar o Sol
A Índia lançou com sucesso um foguete que leva uma sonda para estudar o Sol. A primeira missão solar da agência espacial do país asiático marca uma nova conquista para o programa espacial indiano. Dias antes, a Índia se tornou a primeira nação do mundo a pousar no polo sul da Lua. A sonda Aditya-L1 será posicionada a 1,5 milhões de quilômetros da Terra para registar a atividade solar. (02/09)
Foto: Seshadri Sukumar/Zuma/IMAGO
Paris bane aplicativos de patinete elétrico
Começou a vigorar em Paris a proibição de patinetes elétricos de uso compartilhado. A decisão foi tomada em um plebiscito realizado em abril. Apoiadores da medida apontam esses veículos como causadores de acidentes e alegam que eles obstruem as calçadas. Segundo dados das empresas de aplicativo de aluguel, os equipamentos foram usados por 400 mil pessoas em 2022. (01/09)