Por que os EUA mantêm tantas tropas no Oriente Médio
Cathrin Schaer
31 de janeiro de 2024
Sua missão original acabou há anos, mas militares americanos ainda estão na Síria e no Iraque. Em meio à alta das tensões, alguns países questionam a presença contínua desses soldados na região.
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No domingo, um ataque com drone matou três soldados americanos e feriu cerca de 30 outros perto da fronteira entre a Síria e a Jordânia. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta terça-feira (30/01) que decidiu dar uma resposta, embora não tenha especificado exatamente o curso da ação que tomaria.
De acordo com o Pentágono, nos últimos quatro meses, militantes apoiados pelo Irã realizaram mais de 150 ataques a bases ocupadas pelas forças dos EUA no Iraque e na Síria. Isso gerou sérias preocupações sobre a escalada das tensões no Oriente Médio, com o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertando sobre "novas repercussões" da guerra em Gaza de forma mais ampla na região.
Ao mesmo tempo, o conflito em Gaza também faz com que todas as partes avaliem suas parcerias de segurança – tanto as nações do Oriente Médio que abrigam bases americanas e como os próprios Estados Unidos.
Síria: interesses conflitantes
O ataque de domingo ocorreu próximo à base de al-Tanf, na Síria, perto das fronteiras do Iraque e da Jordânia. "Desde 2016, [al-Tanf] tem servido como ponto de lançamento para operações de combate ao Estado Islâmico e treinamento para facções da oposição síria que lutam contra o grupo jihadista", afirmou na semana passada um relatório do International Crisis Group, uma ONG especializada em solução de conflitos internacionais.
Cerca de 900 soldados americanos estão na Síria, ostensivamente como parte da coalizão internacional que combate o grupo extremista "Estado Islâmico", ou EI, que assumiu o controle de grandes áreas do Iraque e da Síria em 2014, mas foi considerado amplamente derrotado em 2019.
Mais recentemente, observadores disseram que quase não houve operações contra o EI. Mas a área de fronteira nessa parte do norte da Síria é um quebra-cabeça de interesses nacionais e internacionais concorrentes, incluindo os de Turquia, Rússia, Irã e EUA, juntamente com vários grupos sírios e curdos.
É por isso que as tropas dos EUA ainda estão na região. Al-Tanf também é usado para "interromper as atividades dos representantes do Irã na Síria e também serve como alavanca nas longas negociações sobre o futuro do país", argumentaram recentemente analistas do think tank americano Washington Institute for Near East Policy.
Os soldados americanos também apoiam o que eles chamam de organizações parceiras na área, incluindo as Forças Democráticas da Síria, um grupo sírio-curdo que controla grande parte do nordeste da Síria.
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Jordânia: equilíbrio complicado
O ataque suicida com drone nesse fim de semana atingiu o que é conhecido como Torre 22, uma base de apoio logístico a cerca de 20 quilômetros da base de al-Tanf, que conta com cerca de 350 soldados americanos que supostamente também estão lá para combater o EI.
A Tower 22 fica, na verdade, na Jordânia, embora o governo jordaniano pareça ter tentado minimizar esse fato nas notícias.
A família real da Jordânia tem criticado a forma como a ofensiva militar israelense em Gaza está sendo conduzida, e os jordanianos têm expressado oposição ao papel de Israel no conflito palestino. O governo e a família real do país têm que administrar esse posicionamento face à cooperação e o contato de longo prazo que nutrem com os EUA e Israel.
Atualmente, há cerca de 3 mil soldados americanos na Jordânia, a convite do governo jordaniano. Em particular, os militares dos EUA ajudaram a financiar e a estabelecer a segurança da fronteira da Jordânia. Os militares dos EUA usam regularmente as bases aéreas da Jordânia. Mas, por exemplo, os jordanianos negaram que armas dos EUA para Israel estejam sendo transportadas através de suas fronteiras.
Iraque: luta contra o EI?
Durante e após a invasão do Iraque pelos EUA, que derrubou o regime de Saddam Hussein, o número de soldados americanos atingiu o pico de cerca de 150 mil. Entretanto, nas últimas duas décadas, esse número foi reduzido para cerca de 2.500. Essas tropas também estão lá como parte da coalizão internacional que combate o EI.
"Se formos realmente honestos, o debate [sobre a presença dos EUA] foi além da missão contra o EI", disse recentemente à DW Sajad Jiyad, membro do think tank americano Century Foundation, sediado em Nova York. "Os iraquianos provavelmente têm capacidade suficiente para impedir que o EI lance uma grande insurgência."
"Mas há outros benefícios em sua presença como treinamento, reconhecimento, apoio aéreo e compartilhamento de inteligência. No Iraque, também, os EUA se veem como um contrapeso à crescente influência iraniana no país", observou Jiyad.
Mas esse também é o motivo pelo qual as tropas dos EUA no Iraque estão sendo atacadas há anos. As milícias apoiadas pelo Irã, que agora também desempenham um papel político importante, se opõem à presença americana e encontraram muitos motivos para atacar as bases americanas no país com foguetes e drones.
O conflito de Gaza lhes oferece mais desculpas. Em cerca de dois anos, a partir de janeiro de 2021, houve cerca de 60 ataques a tropas dos EUA no país. Desde meados de outubro de 2023, houve cerca de 160 em apenas quatro meses. O Iraque iniciou recentemente conversações sobre se os soldados americanos remanescentes, que estão lá a convite do governo para combater o EI, serão convidados a se retirar definitivamente do país.
Catar, Bahrein, Kuwait
De longe, os maiores destacamentos de tropas dos EUA estão nos Estados menores do Golfo. Ao todo, Catar, Kuwait e Bahrein abrigam mais de 30 mil militares americanos. Todos os três países são designados como "grandes aliados não pertencentes à Otan".
Como resultado de uma parceria militar que vem crescendo desde o final da década de 1980, o Kuwait agora tem a quarta maior presença de tropas dos EUA no mundo. Embora o Kuwait seja pequeno, "o país é estrategicamente significativo devido à sua localização geográfica fundamental no canto nordeste da Península Arábica e ao lado do corredor aéreo Europa-Ásia", explica o Middle East Institute, com sede em Washington, em um relatório de 2022.
O próprio Kuwait costuma ser neutro em disputas regionais e depende da presença dos EUA para sua própria defesa. Ao contrário de muitos outros aliados dos EUA na região, o país não cobra dos americanos pelo uso de suas terras.
No Catar, a Base Aérea de al-Udeid abriga cerca de 10 mil funcionários americanos. Ela foi o quartel-general das operações dos EUA no Afeganistão e, depois, da retirada do país em 2021. O Catar e os Estados Unidos mantêm um relacionamento militar desde o início da década de 1990 e, no início de janeiro, estenderam seu acordo sobre a base aérea por mais dez anos. Observadores sugeriram que o acordo não foi anunciado com grande alarde devido às sensibilidades relacionadas ao conflito de Gaza.
Por fim, a maior base naval dos EUA no Oriente Médio está localizada no Bahrein, que abriga a 5ª Frota dos EUA e mais de 9 mil militares.
O Bahrein foi a primeira nação do Oriente Médio a sediar uma importante base militar dos EUA e "estrategicamente, o Bahrein é o nó central da presença marítima internacional, protegendo os pontos de estrangulamento mais importantes do mundo", explicaram os analistas do think tank americano Atlantic Council no final de 2023, depois que o país assinou um novo acordo de cooperação estratégica com os EUA.
O mês de janeiro em imagens
Veja alguns dos principais acontecimentos do primeiro mês do ano.
Foto: David Cantiniaux/AFPTV/AFP/Getty Images
Humanos modernos habitavam a Europa Central há 45 mil anos
Descobertas feitas na caverna de Ilsenhöhle, no estado alemão da Turíngia mostram que os humanos modernos colonizaram o Centro e o Noroeste da Europa muito antes do que se sabia. Segundo os achados, o Homo sapiens viveu na região há pelo menos 45 mil anos – e isso a uma temperatura média de 7 a 15 graus Celcius mais baixa do que hoje. Descoberta também revela coexistência com Neandertais. (31/01)
Foto: Marcel Weiss/Max-Planck Institute/AFP
Loja de departamento alemã KaDeWe faz pedido de falência
O grupo que controla a icônica loja de departamento KaDeWe, em Berlim, entrou com um pedido de falência afirmando que "aluguéis exorbitantemente altos" tornaram uma operação lucrativa praticamente impossível. A KaDeWe, abreviação de "Kaufhaus Des Westens", foi fundada em 1907 e é um popular destino de turistas. Analistas avaliam que a loja deve seguir operando. (30/01)
Foto: Annegret Hilse/REUTERS
Agricultores impõem "cerco" a Paris em protesto
Agricultores franceses tentaram impor um "cerco" a Paris nesta segunda-feira ao impedir o tráfego em várias rodovias no entorno da capital. Eles exigem que o governo adote medidas para ajudá-los a lidar com os efeitos da inflação, competir com as importações de produtos mais baratos e, de modo geral, garantir o sustento de suas famílias. (29/01)
Foto: Christophe Ena/AP Photo/picture alliance
Ativistas do clima jogam sopa na "Mona Lisa"
Ativistas do clima jogaram sopa contra a "Mona Lisa", obra-prima de Leonardo da Vinci exposta no Museu do Louvre, em Paris. As duas mulheres dizem integrar o grupo "Riposte Alimentaire" e atiraram um líquido de cor laranja contra o vidro que protege o quadro. "O que é mais importante, a arte ou o direito a alimentos saudáveis e sustentáveis?", gritou uma delas. (28/01)
Foto: David Cantiniaux/AFPTV/AFP/Getty Images
Alemanha tem mais um dia de atos contra a ultradireita
"A diferença entre 1933 e 2024? Você!", lê-se nas janelas de um prédio em Düsseldorf no sábado, enquanto cerca de 100 mil pessoas se reuniam na cidade para protestar contra a ultradireita alemã. Data coincidiu com Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, e 1933 faz referência ao ano em que Adolf Hitler assumiu o poder na Alemanha. (27/01)
Foto: David Young/dpa/picture alliance
Tribunal da ONU exige que Israel "previna genocídio" em Gaza
A Corte Internacional de Justiça (CIJ) determinou que Israel "tome todas as medidas cabíveis" para prevenir "atos de genocídio" contra palestinos e permita a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Com a decisão, o tribunal da ONU determinou medidas provisórias solicitadas como parte de uma denúncia apresentada pela África do Sul contra Israel, em que este é acusado de cometer genocídio. (26/01)
Foto: Patrick Post/AP/dpa/picture alliance
5º país a pousar na lua, Japão confirma aterrissagem de alta precisão
País diz que a sonda Slim fez inédito pouso de alta precisão às 00h20 do dia 20 de janeiro (horário de Tóquio), aterrissando a 55 metros de distância do alvo – uma revolução diante da precisão convencional de vários quilômetros. Houve, porém, problemas com o motor na descida, o que levou a aeronave a aterrissar em posição distinta da originalmente planejada e ao seu posterior desligamento. (25/01)
Foto: JAXA/AFP
Greve de trens paralisa Alemanha por seis dias
Começou às 2h uma greve de operadores de trens em toda a Alemanha, prevista para durar quase seis dias. É a segunda deste ano e foi convocada pelo sindicato GDL, que tem 40 mil membros e representa principalmente maquinistas de trem. Os transportes de mercadorias devem parar por um total de 144 horas. O motivo é a disputa sobre salários com a companhia ferroviária, a Deusche Bahn. (24/01)
Foto: Rainer Keuenhof/Manngold/IMAGO
Turquia aprova adesão da Suécia à Otan
O Parlamento da Turquia aprovou, com 20 meses de atraso, a adesão da Suécia à Otan. A votação terminou com 287 votos a favor, 55 contra e quatro abstenções. O aval turco deixa agora a Hungria como o único dos 31 países-membros da Otan que ainda não aprovou a entrada sueca na aliança. Todos os países que integram o grupo precisam ratificar a adesão de um novo membro. (23/01)
Foto: Ali Unal/AP Photo/picture alliance
Última homenagem a Wolfgang Schäuble no Bundestag
Personalidades e políticos compareceram à cerimônia no Bundestag, em Berlim, em homenagem a Wolfgang Schäuble, ex-presidente da câmara baixa do Parlamento e ex-ministro das Finanças, morto no final de 2023. Estiveram presentes o chanceler alemão, Olaf Scholz, e sua antecessora, Angela Merkel; e os presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, entre outros. (22/01)
Foto: John Macdougall/AFP/Getty Images
Fim de semana de atos contra extrema direita
A Alemanha teve um fim de semana de intensos protestos em defesa da democracia e em repúdio ao extremismo de direita. A nova onda de manifestações veio em resposta a uma reunião da ultradireita para discutir um plano para deportar milhões de estrangeiros. Entre 19 e 21 de janeiro, registraram-se atos em mais de 100 cidades alemãs, reunindo mais de 1,4 milhão de pessoas ao todo. (21/01)
Foto: Thomas Imo/photothek/picture alliance
Frio extremo mata dezenas nos EUA
Um frio extremo nos Estados Unidos causou dezenas de mortes, muitas delas por hipotermia ou acidentes de trânsito, informaram autoridades. Neste inverno no Hemisfério Norte, grande parte do país, mesmo no sul, tem sido atingida por baixíssimas temperaturas, tempestades intensas de neve e gelo, além de ventos fortes. As condições extremas fecharam escolas e cortaram a energia de milhares. (20/01)
Foto: hip Somodevilla/Getty Images
Ao menos 50 mil saem às ruas em Hamburgo contra a extrema direita
Público superou expectativa dos organizadores. Sindicatos, igrejas, agentes culturais, partidos e demais setores da sociedade civil convocaram ato, dissolvido posteriormente pela polícia, que alegou questões de segurança. Por toda a Alemanha, milhares têm protestado contra os planos da extrema-direita de deportar estrangeiros. Há dezenas de atos marcados pelo país para os próximos dias. (19/01)
Foto: epd-bild/picture alliance
Crise climática faz Groenlândia perder 30 toneladas de gelo por hora, aponta estudo
Pesquisa publicada na revista "Nature" usou imagens de satélite para estimar a quantidade de gelo perdida abaixo do nível do mar. Ritmo é 20% maior do que o inicialmente pensado. Cientistas temem que fenômeno comprometa correntes oceânicas e, por consequência, afete padrões climáticos globais, ecossistemas e a segurança alimentar da humanidade. (18/01)
Foto: Mario Tama/Getty Images
Neve e gelo provocam caos na Alemanha
Nevascas, chuva congelada e granizo deixaram várias regiões da Alemanha em alerta. Meteorologistas recomendaram que a população evitasse sair de casa ou dirigir automóveis, após a neve e o gelo deixarem ruas e calçadas escorregadias, aumentando o risco de acidentes para pedestres e motoristas. Aulas foram suspensas e transportes públicos e voos foram cancelados em vários estados. (17/01)
Foto: Matthias Schrader/AP/picture alliance
Em Davos, Zelenski pede mais apoio do Ocidente
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, apelou aos aliados ocidentais para que ajudem seu país a garantir superioridade aérea sobre a Rússia, à medida em que o cansaço com a guerra aumenta. "Os nossos parceiros conhecem as nossas necessidades e qual a quantidade", assinalou durante um discurso em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial. (16/01)
Foto: Denis Balibouse/REUTERS
Atentado deixa um morto e feridos em subúrbio de Tel Aviv
Uma mulher morreu e mais de uma dúzia de pessoas ficaram feridas durante um atentado em um subúrbio ao norte de Tel Aviv. Dois palestinos foram presos suspeitos de usarem carros roubados para atropelar as pessoas. O comandante da polícia israelense definiu o ocorrido como um "ataque terrorista", enquanto o Hamas saudou o ataque em Raanana como uma reação à "agressão contínua" em Gaza. (15/01)
Foto: Jack Guez/AFP
Chuvas e inundações matam onze pessoas no Rio de Janeiro
Fortes chuvas e inundações na região metropolitana do Rio de Janeiro provocaram a morte de ao menos 11 pessoas por afogamento, soterramento e descargas elétricas. Na capital fluminense, o prefeito, Eduardo Paes, decretou situação de emergência devido aos danos e impactos provocados pelas chuvas. (14/01)
Foto: Pilar Olivares/REUTERS
Candidato pró-independência ganha eleição presidencial em Taiwan
Atual vice-presidente e considerado "sério perigo" pela China devido às suas posições pró-independência, Lai Ching-te venceu com ampla vantagem sobre os adversários. Resultado pode elevar ainda mais tensão com Pequim, que vê ilha como província rebelde. (13/01)
Foto: Ann Wang/REUTERS
EUA e aliados atacam houthis no Iêmen
Os EUA e aliados realizaram uma série de ataques aéreos contra a milícia houthi, que controla parte do Iêmen, é apoiada pelo Irã e vinha atingindo com drones e mísseis embarcações no Mar Vermelho. Os bombardeios elevaram os temores de que o conflito entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas na Faixa de Gaza se alastre para uma guerra regional no Oriente Médio. (12/01)
Foto: US Central Command via X/REUTERS
CIJ começa analisar denúncia da África do Sul contra Israel
Manifestantes se reuniram diante da Corte Internacional de Justiça (CIJ), quando o tribunal começou a analisar uma ação da África do Sul acusando Israel de genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza. Na petição, o país africano diz que "os atos e omissões de Israel [...] têm caráter genocida, pois foram cometidos com a intenção específica [...] de destruir os palestinos em Gaza". (11/01)
Foto: Robin Utrecht/ANP/picture alliance
Onda de violência no Equador
Uma onda de violência desencadeada por grupos criminosos deixou ao menos 10 mortos no Equador. O presidente do país, Daniel Noboa, editou um decreto declarando a existência de um conflito armado interno. A crise começou na segunda-feira, após a fuga da prisão do criminoso José Adolfo Macías, mais conhecido como "Fito" e chefe de uma das facções criminosas mais temidas do país.(10/01)
Foto: Karen Toro/REUTERS
2023 foi ano mais quente da história, confirma serviço climático da UE
O mundo nunca esteve tão quente quanto em 2023. Essa frase, repetida pela comunidade científica em diferentes estudos ao longo do ano passado, foi confirmada agora pelo Copernicus. Com uma temperatura média de 14,98º C, 2023 ficou 1,48º C acima do período pré-industrial – e perigosamente próximo do limite de 1,5º C fixado pela comunidade internacional no Acordo de Paris. (09/01)
Foto: Javier Torres/AFP
Morre Franz Beckenbauer, 78, maior lenda do futebol da Alemanha
Conhecido como "Kaiser" (Imperador), ele se alçou à fama no Bayern de Munique, onde brilhou como jogador entre os anos 1960 e 1970. Venceu a Copa do Mundo na seleção alemã duas vezes: em 1974, como jogador, e em 1990, como técnico. Além disso, venceu a então Copa dos Campeões da Europa (atual Liga dos Campeões) três vezes com o Bayern de Munique e uma Eurocopa com a seleção alemã. (08/01)
Foto: Frank Hoermann/SVEN SIMON/picture alliance
Incêndio deixa milhares de rohingya desabrigados em Bangladesh
Fogo consumiu tendas em Kutupalong, considerado o maior campo de refugiados do mundo e que abriga principalmente refugiados de minoria muçulmana, deixando ao menos 4 mil sem teto. Apátridas, os rohingya em Bangladesh fogem de perseguição no vizinho Mianmar. Autoridades suspeitam de ataque incendiário. (07/01)
Foto: Shafiqur Rahman/AP Photo/picture alliance
Magia do gelo
Uma "Disleylândia de gelo e neve": é assim que muitos descrevem o Harbin Ice and Snow World, um dos festivais de inverno mais importantes do mundo, na cidade de Harbin, na província de Heilongjiang, norte da China. O local vem se expandindo desde que começou, em 1999, e hoje cobre mais de 750.000 metros quadrados e consome mais de 300.000 metros cúbicos de gelo e neve. (06/01)
Foto: Pedro Pardo/AFP/Getty Images
Morre Zagallo, único tetracampeão mundial da história
Ícone do futebol, Mário Jorge Lobo Zagallo morreu na noite de 5 de janeiro, aos 92 anos, por falência múltipla de órgãos, decorrente da progressão de comorbidades anteriores. Como jogador, o "Velho Lobo" levantou a taça do mundo em 1958 e 1962. Como treinador, liderou a lendária seleção de 1970. Em 1994, voltou a conquistar título como coordenador técnico. (05/01)
Foto: Hassan Ammar/AP
Frio extremo provoca caos no norte da Europa
Uma onda de frio extremo gerou caos nos países da Escandinávia. Milhares de pessoas ficaram presas em carros em estradas na Suécia e Dinamarca, onde serviços de trem foram suspensos devido à tempestades de neve. Na Finlândia, um novo recorde sazonal de frio foi registrado em Enontekio, no noroeste do país, onde os termômetros atingiram -42,1 ºC. (04/01)
Foto: EMMA-SOFIA OLSSON/TT NEWS AGENCY/AFP via Getty Images
Ucrânia e Rússia retomam troca de prisioneiros após 5 meses
Troca de prisioneiros foi descrita por autoridades ucranianas como sendo a maior desde o início do conflito, em fevereiro de 2022. Mais de duzentos soldados e civis de cada lado foram libertados após complexas negociações intermediadas pelos Emirados Árabes Unidos. "Este é um grande dia para a Ucrânia", comemorou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski. (03/01)
Um ataque aéreo atingiu um escritório do Hamas na capital do Líbano, matando um dos principais líderes do grupo radical palestino. A origem do ataque foi atribuída a um drone israelense. Saleh al-Aruri, vice-líder do Hamas no país, foi morto. Incidente ocorre em meio ao agravamento das tensões entre o grupo libanês e Israel ocorrido após o início da guerra na Faixa de Gaza. (02/01)
Foto: AHMAD AL-KERDI/REUTERS
Terremoto gera alerta de tsunami no Japão
A Agência de Meteorologia do Japão (JMA) emitiu um alerta de tsunami para as regiões costeiras ocidentais de Ishikawa, Niigata e Toyama. A JMA informou que a prefeitura de Ishikawa, na região de Noto, ao longo do Mar do Japão, foi atingida por uma série de terremotos que registraram magnitude preliminar de 7,4. Coreia do Sul e Rússia também emitiram alertas. (01/01)