No Brasil, idade média para o matrimônio subiu nas últimas décadas, tanto para as mulheres quanto para os homens. Objetivos pessoais influenciam decisão de postergar união formal, que pode ter impactos para a sociedade.
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Medo de perder a liberdade, falta de preparo financeiro e a busca pelo par perfeito podem estar afastando jovens do altar. Um relatório recente do Urban Institute, de Washington, prevê que grande parte dos integrantes da chamada Geração Y ou geração do milênio – nascida entre os anos 1980 e 2000 – chegará solteira aos 40 anos. Outro estudo, do Pew Research Center, aponta ser provável que 25% dos jovens americanos nunca se casem.
Os adultos estão formalizando suas uniões mais tarde, e a parcela de pessoas vivendo juntas e criando filhos fora do casamento aumentou significativamente, afirma o estudo. Nos EUA, a idade média para o primeiro casamento é de 27 anos para as mulheres e de 29 anos para os homens. Nos anos 1960, era de 20 e 23 anos, respectivamente.
No Brasil, a idade média para o casamento passou de 23 anos para as noivas e 27 anos para os noivos, na década de 1970, para 30 anos para elas e 33 anos para eles, em 2014, segundo as Estatísticas de Registro Civil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Estabilidade financeira
A elevação da idade média ao casar nos últimos anos pode ser reflexo da maior dedicação aos estudos e da busca por salários mais elevados, afirma o IBGE.
Entre os adultos ouvidos pelo Pew Research Center que nunca se casaram, mas que não descartam a possibilidade, 27% afirmam não estar financeiramente preparados para o casamento, e 22% dizem não estar prontos para "sossegar". Outros 30% argumentam que ainda não juntaram os trapos formalmente por não terem encontrado alguém que tivesse as qualidades que buscam num cônjuge.
Espanholas vão ao campo à procura de maridos
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Enquanto 78% das mulheres solteiras dizem ser muito importante encontrar um parceiro com um emprego estável, os homens dão maior importância a ter como esposa alguém que compartilhe de seus valores sobre como criar os filhos.
Desde meados do século passado começou a surgir a tendência, principalmente em grandes cidades, de os indivíduos estarem mais preocupados em concretizar seus interesses e projetos profissionais do que estabelecer um compromisso afetivo, apontou o psicanalista Carlos Kessler, professor do Instituto de Psicologia da Ufrgs, em entrevista ao jornal Zero Hora.
"Outro reflexo importante da urbanização é que as pessoas tendem a ficar mais sozinhas e acabam se adaptando a essa condição. Por isso, vemos muitos casais se formando depois dos 30 anos", afirmou ao diário gaúcho.
O fato de menos jovens estarem optando por subir ao altar também pode ser um reflexo de uma rejeição da instituição do casamento, vista por muitos como ultrapassada. Dos americanos entre 18 e 29 de idade consultados pelo Pew Research Center, dois terços acreditam que a sociedade não será prejudicada se as pessoas tiverem outras prioridades além de casar e ter filhos.
Morar junto
Cada vez mais casais optam por viver sob o mesmo teto e adiar ou até abrir mão do casamento. Nos EUA, cerca de um quarto dos adultos solteiros entre 25 e 34 anos vivem com um parceiro. Segundo o IBGE, no Brasil também é cada vez mais comum a opção pelo "convívio em união consensual" e a postergação do casamento formalizado.
Tom Keane, colunista do jornal americano Boston Globe, alerta que adiar o matrimônio ou nunca se casar pode ser um problema. "O casamento é um escudo contra a pobreza; os casados são economicamente mais seguros (mesmo quando tudo acaba em divórcio)", afirma. "As crianças também se desenvolvem melhor quando criadas em lares estáveis."
Kim Parker, um dos autores do estudo do Pew Research Center, também afirmou à revista Time que os relacionamentos em que o casal vive junto sem ser casado são muito menos estáveis que um matrimônio.
No entanto, para muitos, o test drive de morar junto antes de casar é positivo. Segundo o Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos EUA, após um ano sob o mesmo teto, um em cada três jovens acaba se casando. Somente 9% terminam o relacionamento, e 62% continuam vivendo juntos. Após três anos de convivência, a taxa dos que se casam sobe para 60%.
Dez fatos que você precisa saber sobre o amor
Há infinitos mistérios sobre o amor. Como defini-lo? Por que nos apaixonamos? Por que sofremos quando temos o coração partido? Listamos dez curiosidades sobre este complexo sentimento.
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Você pode se apaixonar por qualquer pessoa
O psicólogo americano Arthur Aron realizou uma pesquisa com 100 pessoas que não se conheciam. Em duplas, elas tinham que responder a 36 perguntas íntimas, como: "A morte de quem da sua família te deixaria pior? Por quê?" Na última parte do experimento, os pares deviam se olhar nos olhos durante quatro minutos. Nem todos os estranhos se apaixonaram, mas um casal acabou se casando seis meses depois.
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Beijamos de jeitos diferentes
Em algumas culturas, beijos não são um gesto sexual ou de afeto, mas algo meramente prático. Em partes da Papua Nova Guiné, por exemplo, pais mastigam os alimentos para seus bebês e, então, passam-lhes a comida numa espécie de beijo. Para os esquimós inuítes, esfregar os narizes e não as bocas é um sinal de afeto. Textos sânscritos antigos, por sua vez, referem-se a um beijo como uma fungadela.
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Você pode morrer de coração partido
Perder alguém pode realmente nos afetar fisicamente, provocando em alguns casos a cardiomiopatia induzida por estresse, ou "síndrome do coração partido". Trata-se de uma condição temporária, que pode ser desencadeada por um choque ou trauma. Geralmente, os pacientes se recuperam em cerca de uma semana, mas em pessoas mais velhas ou que já sofrem do coração, a doença pode levar à morte.
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Homens se apaixonam mais rápido
De acordo com um estudo feito pelo site americano match.com, enquanto as mulheres levam cerca de cinco meses para se apaixonarem, os homens demoram apenas três. De acordo com a bioantropóloga Helen Fisher, as mulheres precisam criar e avaliar uma espécie de memória afetiva baseada no comportamento do homem – como se lembrar do que ele prometeu fazer – antes de se permitirem se apaixonar.
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Talvez o afrodisíaco seja apenas psicológico
Não há provas científicas de que a ingestão de alimentos como a ostra tenha algum efeito químico sobre os órgãos sexuais. É mais provável que os poderes afrodisíacos da ostra, por exemplo, estejam ligados à aparência, que supostamente remete ao órgão sexual feminino. Nossos ancestrais também acreditavam que a cebola lembra uma parte do corpo masculino (pode ser divertido adivinhar qual seria!).
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Não somos os únicos que amam
Cientistas têm opiniões distintas quanto à capacidade dos animais de amar como os seres humanos. Mas é inegável que os bichos formam fortes ligações entre si. É o caso de um gorila fiel à sua parceira num zoológico de Boston, nos EUA. Ao perder a amada, ele uivou e bateu no peito e tentou reanimá-la. Também é comum haver laços entre diferentes espécies: como tartarugas e gansos ou leões e coiotes.
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Beijo é mais importante que sexo
Para as culturas que veem o beijo como um gesto erótico (a maior parte da população mundial), afirma-se que, quanto maior o número de beijos compartilhados, mais saudável tende a ser a relação do casal. Aparentemente, tal correlação não vale para o sexo. Os beijos também são conhecidos por diminuir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.
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Origem da palavra amor
Em português, "amor" vem da palavra com mesma grafia em latim e pode ter significados como afeição, compaixão ou atração. Em inglês, "love" pode estar associado ao verbo "lubere", também em latim, que significa "agradar", ou a "libere" (ainda mais próxima de "Liebe", em alemão), que significa "livre, aberto e francamente" – o que às vezes pode fazer sentido.
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Diferentes definições para o amor
Não há um conceito universal de amor. Um estudo recente indica que é mais comum para os chineses que para os americanos, associarem dor, ansiedade e medo ao amor – fenômeno que o psicólogo Artur Aaron associa à cultura de casamentos obrigatórios na China. Mas exames mostram que os padrões cerebrais de pessoas amadas são os mesmos em todo o mundo, o que sugere que a definição do amor é cultural.
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O amor é literalmente como um vício
Tomando por base reações cerebrais, cientistas afirmam que estar apaixonado é o mesmo que estar viciado. A bioantropóloga Helen Fisher explica que, em alguns casos de amor obsessivo, verificam-se os sintomas básicos de um vício, como mudar as próprias prioridades para satisfazer necessidades. Nesses casos, também podem ocorrer sintomas de abstinência, caso haja uma separação da pessoa amada.