Grande parte do Ocidente está em choque após um temido cenário político se tornar realidade: Donald Trump como presidente dos EUA. Reunimos cinco motivos por que as perspectivas não são tão ruins quanto parecem.
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Eleição é eleição
Eleições livres são um dos princípios da democracia e são invioláveis. Portanto, os resultados eleitorais devem ser aceitos, independentemente de quem foi o vencedor. Especialmente em um pleito extremamente polarizado, a vontade dos eleitores precisa ser respeitada.
Trump: de populista a pragmático
Provocações fazem parte das campanhas eleitorais, e a luta pela vitória inclui também golpes baixos. Mas, depois do triunfo nas urnas, vem a reconciliação com os adversários políticos. Donald Trump tentou isso em seu primeiro discurso após a eleição. Isso significa que, como presidente, ele deve abrandar ou até mesmo esquecer muito do que defendeu durante a campanha.
Tudo funciona de acordo com o lema: "não é o homem que molda o cargo, mas o cargo que molda o homem". Trump é um homem de negócios e vai agir rapidamente de forma muito pragmática.
A descoberta dos desfavorecidos
Trump é o líder da classe média branca. Nos últimos anos, uma grande parte desse segmento populacional vivenciou um declínio econômico e social e recebeu pouca atenção do establishment político.
O republicano reuniu a frustração da classe média negligenciada, a luta das classes sociais mais carentes pela sobrevivência, a falta de perspectivas ao longo da região chamada Rust Belt (cinturão da ferrugem) e das antigas regiões industriais. Assim, Trump assumiu o papel de representante dos interesses desses grupos.
A esse "senhor" dos desfavorecidos interessa apenas uma coisa: mais postos de trabalho para sustentar famílias. Com Trump, essa parcela da população se move das margens ao centro da opinião pública.
Mais investimentos
Não existe política boa ou ruim, mas apenas política bem-sucedida. O slogan de Trump Make America great again ("Fazer os EUA grandiosos novamente", em tradução livre) não é, de modo algum, o prenúncio de um novo imperialismo americano.
Ele foca na política interna: infraestrutura em vez do envio de missões ao exterior; pontes e escolas em vez de Síria e Iraque. No final, a política econômica de Trump acabará determinando seu sucesso.
O recomeço de um país
Sob a presidência de Trump, os EUA têm a chance de se reinventarem, refletindo a ira de grande parte dos eleitores do republicano. Há analistas que avaliam a inesperada vitória do milionário como um grito de liberdade.
A profunda divisão no país, que com a vitória de Trump parece ter sido plantada para durar anos, proporciona a oportunidade de reformular o American Way of Life (o estilo de vida dos americanos). Para que não só os hipsters de Manhattan ou São Francisco se beneficiem dele, mas também os cidadãos comuns no sul e centro-oeste. Agora, Trump tem que fazer o que prometeu.
Trump: populista, milionário, presidente
Donald Trump é empreendedor imobiliário, autor de best-seller, estrela de televisão e muitos não o levavam a sério. Mas ele foi eleito o 45º presidente dos Estados Unidos. Conheça sua trajetória.
Foto: picture-alliance/dpa
A família, seu império
Trump com a família: a esposa, Melania (de branco), as filhas Ivanka e Tiffany, os filhos Eric e Donald Junior, e os netos Kai e Donald Junior 3º. Os filhos são "vice-presidentes seniores " do conglomerado Trump.
Foto: picture-alliance/dpa
1984
Esta foto, tirada em 1984, marca a abertura do Harrah's at Trump Plaza, um complexo envolvendo hotel, restaurante e cassino em Atlantic City. Este foi apenas um dos investimentos que tornou Trump bilionário.
Foto: picture-alliance/AP Images/M. Lederhandler
Frederick Junior, o pai
Donald Trump herdou o dinheiro para seus investimentos do pai, Frederick, que lhe deu um capital inicial de um milhão de dólares. Após sua morte, em 1999, Donald e seus três irmãos herdaram uma fortuna de 400 milhões de dólares.
Foto: imago/ZUMA Press
O nome é a marca
Trump investe de forma agressiva, mas também sofre fracassos. Numa perspectiva de longo prazo, no entanto, obtém sucesso, como por exemplo com a Trump Tower em Nova York. Ele calcula sua fortuna hoje em 10 bilhões de dólares. Especialistas, entretanto, consideram um terço desse valor mais realista.
Foto: Getty Images/D. Angerer
"Very good, very smart" (Muito bom, muito inteligente)
É o que Trump diz de si mesmo. E acrescenta que cursou a universidade de elite Wharton (foto), na Filadélfia, onde se formou em 1968.
Foto: picture-alliance/AP Photo/B.J. Harpaz
Capitão Trump
Antes disso, quando tinha 13 anos, seu pai o havia enviado para um internato militar em Cornwall-on-Hudson, onde deveria aprender a ser disciplinado. No último ano, ele obteve inclusive uma patente militar. Ele diz que, ali, recebeu mais treinamento militar do que nas Forças Armadas americanas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/
Dispensado da Guerra do Vietnã
Devido a um problema no calcanhar, Trump foi dispensado e não lutou na Guerra do Vietnã.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Ivana, primeira esposa
Em 1977, Trump se casou com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem teve três filhos. O relacionamento foi acompanhado de rumores sobre relacionamentos extraconjugais. Foi Ivana quem apelidou Trump de "The Donald".
Foto: Getty Images/AFP/Swerzey
Família número 2
Em 1990, Trump se divorciou de Ivana e se casou com Marla, 17 anos mais jovem que ele. A filha do casal se chama Tiffany.
Foto: picture alliance/AP Photo/J. Minchillo
As meninas de Trump
Em público, Trump não aparece só ao lado de sua esposa. Ele costuma acompanhar concursos de beleza ao lado de jovens modelos. De 1996 a 2015, ele foi o responsável pelo concurso de Miss Universo nos EUA.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
A arte de negociar
Como fazer milhões de forma rápida? O best-seller de Trump "A arte da negociação" é um exemplo. O livro é em parte autobiográfico, em parte um livro de dicas para empresários ambiciosos. A publicação não foi somente uma das mais vendidas nos EUA, como também colocou Trump no centro das atenções no país.
Foto: Getty Images/AFP/M. Schwalm
"The Donald" no ringue
Como poucos, Trump consegue chamar a atenção da mídia. Seu campo de ação inclui até um ringue de luta livre. Em seu programa "O Aprendiz", os candidatos eram contratados ou demitidos. Sua frase favorita no programa era "Você está demitido!"
Foto: Getty Images/B. Pugliano
Trump na política
Na verdade, ele quase não teve uma carreira política. Em 16 de junho de 2015, Trump anunciou sua candidatura para a corrida presidencial pelo Partido Republicano. Seu slogan: "Faça a América grande outra vez". A campanha foi feita ao lado da família e com slogans contra imigrantes, muçulmanos, mulheres e sadversários políticos.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Lane
45º presidente dos Estados Unidos
O populista e showman é agora o novo presidente dos Estados Unidos, o que muitos não poderiam sequer imaginar. Mas a história de Donald J. Trump também mostra que este homem tem a capacidade de se transformar como um camaleão.