Portugal volta a permitir entrada de turistas brasileiros
1 de setembro de 2021
Após 18 meses, país relaxa medida imposta para impedir contaminações pelo coronavírus. Quarentena não é mais exigida, mas é preciso apresentar teste com resultado negativo. O mesmo vale para EUA, Reino Unido e outros.
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Portugal voltou a permitir a entrada de turistas brasileiros a partir desta quarta-feira (01/09), quase 18 meses depois de proibir as viagens não essenciais de viajantes do Brasil, no intuito de evitar possíveis contágios com a covid-19.
Apesar de os brasileiros – que formam a maior comunidade estrangeira em solo português – disporem de permissão para entrar no país por motivos de família, trabalho ou saúde, a remoção da proibição aos turistas era amplamente aguardada.
O governo português decidiu também abrir o país para os turistas da União Europeia (UE) e das nações do Espaço de Schengen – a zona de livre trânsito entre países europeus – que possuam o certificado digital de vacinação. Oriundos dos Estados Unidos devem apresentar resultado negativos de testes para covid-19.
O mesmo vale para os brasileiros, que, apesar da exigência da apresentação do resultado negativo, não precisam mais ficar em quarentena após a chegada. Essas regras também são válidas para quem chega do Reino Unido, Japão, Austrália, Arábia Saudita, Nova Zelândia e Canadá.
As regulamentações se aplicam ao tráfego aéreo, aeroportos, fronteiras terrestres, marítimas e fluviais. Os testes aceitos pelas autoridades portuguesas são o laboratorial molecular por RT-PCR e o teste rápido de antígeno, realizados no máximo 72 ou 48 horas antes do embarque, respectivamente.
Vacinação rápida e eficiente
Os únicos viajantes que devem permanecer em quarentena de 14 dias após a chegada são os oriundos da África do Sul e do Nepal, que só podem viajar a Portugal por motivos essenciais.
O país removeu a maioria das restrições contra o coronavírus ao promover um programa em três etapas, apoiado por uma campanha de vacinação rápida e eficiente. Até o momento, já vacinou 73% de sua população.
Nesta terça-feira, o Brasil superou a marca 580 mil mortos pela covid-19, com mais de 20,7 milhões de infectados.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.743 pacientes de covid-19 e foi registrado um total de 1.037.927 casos, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
rc (Lusa, Reuters)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
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Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
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A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
Foto: picture-alliance/AA/A. Hosbas
Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
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Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine