Posição de Marina para segundo turno segue indefinida
8 de outubro de 2014
Após reunião, executiva da Rede Sustentabilidade defende não continuidade do governo atual e mudança qualificada. Ex-senadora só deve, porém, anunciar um possível apoio nesta quinta-feira.
Anúncio
A ex-candidata à Presidência da República, Marina Silva (PSB), disse, em nota nesta terça-feira (07/10), que o anúncio sobre possíveis apoios no segundo turno das eleições presidenciais seria feito apenas nesta quinta-feira, depois que as lideranças dos partidos aliados conseguissem costurar um entendimento.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, em reunião realizada na noite desta terça-feira, a executiva da Rede Sustentabilidade, grupo político que leva o nome da legenda que a ambientalista pretende criar, decidiu pela "não continuidade do governo" e por "uma mudança qualificada".
De acordo com a Folha, a executiva, que tem 24 membros, teria dado "aval para que a ambientalista confirme a tendência anunciada de apoio à candidatura de Aécio Neves (PSDB)". Já o jornal O Globo, afirma que, na reunião de quatro horas da noite desta terça, foi defendida uma mudança em relação ao atual governo, porém, "sem citar de forma explícita o indicativo de voto no tucano".
A reunião foi realizada por teleconferência e contou com a participação de Marina, que, segundo O Globo, "deixou claro que não seguirá necessariamente o que indicar a Rede". Marina tentou fundar o partido Rede Sustentabilidade no ano passado, mas teve o registro negado pela Justiça Eleitoral.
A decisão desta terça seria submetida ao diretório da Rede, composto por 120 pessoas, nesta quarta-feira, disse o coordenador geral da campanha de Marina, Walter Feldman, citado pela Folha. Os partidos da coligação Unidos pelo Brasil também devem se reunir nesta quarta, em Brasília, para discutir os critérios que irão balizar a escolha do grupo, segundo Marina.
Na nota emitida antes da reunião nesta terça, a ex-senadora havia dito que os resultados das eleições refletiram a insatisfação dos brasileiros com as atuais condições do país. Marina disse ainda respeitar as opiniões isoladas de cada partido, dirigentes e líderes, mas ressaltou que essas posições "não refletem em nenhuma hipótese" a sua opinião.
Citada pela imprensa, Marina teria dito também que um possível apoio deve ser fechado com base em projetos comuns. Entre os pontos de convergência entre a ambientalista e Aécio estão a reforma política, com o fim do direito à reeleição, e ampliação do mandato presidencial para cinco anos, além da redução do aparelho estatal e da reforma tributária.
De acordo com os assessores de Marina, entre as "exigências" negociadas figuram a inclusão de políticas de sustentabilidade e educação integral.
Em 2010, Marina também ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais. Após tentar negociar tanto com a então candidata Dilma Rousseff (PT), quanto com seu opositor José Serra (PSDB), a ambientalista optou pela neutralidade.
LPF/abr/lusa
Momentos marcantes da campanha eleitoral
Durante quase três meses os candidatos à Presidência da República disputaram votos. A campanha eleitoral foi intensa e marcada por ataques, escândalos e a morte de um presidenciável.
Foto: Reuters
Começa a disputa
Com a presidente Dilma Rousseff com amplo favoritismo e ainda com Eduardo Campos, a corrida ao Planalto começou em 6 de julho. A partir de então foi liberada a propaganda eleitoral dos candidatos à Presidência, governos estaduais, Congresso Nacional e Assembleias Legislativas.
Foto: Antonio Cruz/ABr
Tragédia muda cenário
A corrida eleitoral, que começara em 6 de julho, teve seus primeiros meses marcados pela morte de Eduardo Campos, candidato a presidente pelo PSB. Campos estava em plena campanha, quando o jato particular que o levava caiu em Santos, no litoral paulista, no dia 13 de agosto. Devido à tragédia, Dilma Rousseff e Aécio Neves suspenderam suas campanhas por alguns dias.
Foto: picture-alliance/dpa
Nova candidata
Depois de sete dias de reuniões e discussões, o PSB confirmou em 20 de agosto os nomes de Marina Silva e Beto Albuquerque como novos candidatos à Presidência e vice pelo partido. A entrada da nova candidata representou uma guinada na corrida eleitoral.
Foto: Getty Images/Mario Tama
No rádio e na TV
A propaganda eleitoral no rádio e na TV começou no dia 19 de agosto. O primeiro programa foi marcado por homenagens a Eduardo Campos. Logo, porém, o tempo passou a ser usado pelos partidos, sobretudo PSDB e PT, para ataques aos adversários.
Foto: AFP/Getty Images/Evaristo Sa
Ataques e debates
O espaço destinado ao debate entre os presidenciáveis foi marcado por ataques mútuos e discussões sobre escândalos de corrupçao. A apresentação de propostas acabou ficando em segundo plano.
Foto: picture-alliance/dpa/Sebastião Moreira
Altos e baixos
A entrada de Marina Silva na disputa pela Presidência casou uma reviravolta nas intenções de voto. A candidata teve um crescimento vertiginoso. Deixou para trás Aécio Neves, ficando em segundo lugar nas pesquisas, e passou a disputar votos acirradamente com Dilma Rousseff. Mas nas últimas sondagens, Marina vem perdendo força.
Foto: Reuters/Paulo Whitaker
Escândalos de corrupção
A um mês da eleição, o vazamento do depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, à Polícia Federal, sobre políticos beneficiados por um esquema de corrupção na estatal, serviu de munição para ataques a Dilma. Em sua defesa, ela vem afirmando ser a única presidenciável a apresentar propostas de combate à corrupção.
Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP/Getty Images
Campanha na ONU
A presidente Dilma Rousseff levou um discurso similar ao de sua campanha à abertura da Assembleia Geral da ONU. Ela usou o espaço para ressaltar os êxitos sociais de seu governo. Dilma negou ter usado o evento de campanha eleitoral e afirmou que o discurso seguiu a linha adotada nos anos anteriores.
Foto: Reuters/Mike Segar
Declarações homofóbicas
O quarto debate dos presidenciáveis da televisão foi marcado pelas declarações homofóbicas do candidato pelo PRTB, Levy Fidelix. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu a cassação de sua candidatura. Em algumas cidades do país, simpatizantes da causa LGBT organizaram beijaços em repúdio às declarações.
Foto: Miguel Schincariol/AFP/Getty Images
Reta final
A corrida eleitoral entrou na sua reta final. A propaganda eleitoral no rádio e na TV termina nesta quinta-feira (02/10) e na sexta é o último dia de vinculação de propaganda paga. No domingo, o Brasil vai às urnas eleger o próximo presidente da República, além de governadores, senadores e deputados federais e estaduais.