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Pouco da América Latina na Feira de Livros de Frankfurt

(sm) 20 de outubro de 2005

Sete mil editoras fazem negócios em Frankfurt. Diante dos altos custos de participação, a América Latina está sub-representada na Feira deste ano. O segmento mais promissor é o de livros eletrônicos.

Mercado de livros impressos ainda é a base econômica das editorasFoto: AP

Os organizadores da Feira do Livro de Frankfurt, realizada até 23 de outubro, consideram "decepcionante" a participação latino-americana no evento deste ano. Apenas 150 de sete mil expositores vindos de 100 países são da América Latina, segundo informou Jürgen Boos, diretor da Feira do Livro.

Esta situação não se deve a uma crise de criatividade dos autores latino-americanos, que continuam produzindo – nas palavras de Boos – "uma literatura com muita vitalidade" e atraente para outros mercados editoriais. Prova disso é o relevante número de traduções.

O que garante a representação da literatura hispano-americana na Feira de Livros de Frankfurt deste ano é o fato de a Espanha publicar muita coisa produzida do outro lado do Atlântico.

Apesar de Boos insistir que existem possibilidades menos dispendiosas de uma editora estar presente em Frankfurt, a fraca participação da América Latina se deve em grande parte a fatores econômicos. Para tentar reverter a sub-representação latino-americana, a Feira de Frankfurt vai ter um estande próprio na próxima Feira de Livros de Buenos Aires.

Frankfurt mantém sedes permanentes em vários países, porém nenhuma de língua espanhola e portuguesa. Apesar de a Feira ter grande interesse de "integrar mais a América Latina", a expansão deste serviço para as línguas ibéricas não caberia no orçamento. Por enquanto, a instituição que cumpre esta função é o Instituto Goethe.

Editoras lucram com mídias eletrônicas

As publicações eletrônicas se tornam cada vez mais relevantes para o mercado livreiro alemão, apesar de sua participação nos programas editoriais ainda ser reduzida e a maior parte do faturamento provir dos livros impressos.

Cerca de três quartos das editoras esperam lucrar mais com as mídias eletrônicas nos próximos dez anos. Uma enquete realizada pela Associação do Mercado Livreiro Alemão (Börsenverein des Deutschen Buchhandels) indicou que 43% de 72 editoras consultadas conseguiram cobrir com as vendas seus custos de produção de publicações eletrônicas, enquanto 29% delas chegaram até a ter lucros.

O mercado eletrônico impõe novos desafios ao setor editorial, sobretudo quanto à proteção de direitos autorais e ao combate à pirataria eletrônica. Três quartos das editoras acreditam que a proteção contra pirataria através da gestão de direitos digitais (DRM) tende a ganhar cada vez mais importância. A Associação do Mercado Livreiro Alemão já criou uma comissão de combate às cópias piratas.

Comércio por internet dividido entre os grandes

O comércio de livros na internet deve crescer de 5% a 10% este ano, segundo a plataforma eletrônica de vendas "buch.de". Como o líder de mercado, Amazon, detentor de 55% do comércio online de livros, não divulga informações sobre seu faturamento na Alemanha, o volume de vendas no setor só pode ser estimado por alto.

A maioria dos especialistas calcula que o setor venha a movimentar cerca de meio bilhão de euros este ano. Novas plataformas de venda de livros pela internet têm que contar com grande dificuldade de penetração no setor, pois o mercado já foi praticamente segmentado entre os maiores sites.

O sucesso de público da Feira de Livros de Frankfurt aumenta a cada ano. No primeiro dia do evento (19/10), 44 mil pessoas visitaram a maior feira de negócios do setor livreiro em todo o mundo. A cada hora, o site do evento é acessado por até um milhão de usuários.

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