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Arquitetura

Carlos Albuquerque9 de agosto de 2007

O Prêmio Alemão de Arquitetura deste ano vai para projeto de residência universitária em Munique. Até que ponto conceito energético e disposição funcional justificam um prêmio arquitetônico?

Residência universitária em Munique ganhou o Prêmio Alemão de ArquiteturaFoto: Michael Heinrich, München

O Prêmio Alemão de Arquitetura deste ano sai para um projeto de residência universitária da Universidade Técnica de Munique, em seu campus de Garching. Agraciado com os 30 mil euros do prêmio foi o escritório de arquitetura bávaro Fink & Jocher, responsável pelo projeto.

O prêmio é patrocinado pela empresa energética eon/Ruhrgas, contando com o apadrinhamento da Câmara de Arquitetos Alemães. Ao justificar sua decisão, o júri do prêmio destacou a eficiência energética, a proteção climática e o exemplo de convivência social no projeto de residência estudantil.

O prédio não possui nem corredores nem caixas de escada já que o acesso às moradias é feito por fora. A disposição funcional permite repúblicas de um a quatro apartamentos. Uma tela metálica envolvendo o edifício externamente torna o emprego de corrimãos supérfluos.

Mais importantes arquitetos internacionais

Cinco outros projetos também foram premiados pelo júri da mais renomada condecoração da arquitetura alemã, quatro deles executados pelos mais importantes arquitetos internacionais.

Museu da Mercedes-Benz é sensação em StuttgartFoto: picture-alliance/dpa

O Museu da Literatura Moderna, em Marbach, do inglês David Chipperfield; a Biblioteca de Filologia da Universidade Livre de Berlim, de Sir Norman Foster; a Biblioteca da Universidade de Cottbus, dos suíços Herzog & de Meuron e o festejado Museu da Mercedes-Benz, em Stuttgart, do holandês Ben van Berkel, estão entre os agraciados. O Centro de Documentação do Holocausto, em Hinzert, de um escritório de Saarbrücken, foi o único projeto alemão premiado, além do vencedor.

O Prêmio Alemão de Arquitetura, atribuído de dois em dois anos, existe desde 1971. Em 2005, a agraciada foi a estrela da arquitetura britânica, a inglesa de origem iraquiana Zaha Hadid, pelo prédio central da fábrica da BMW, em Leipzig. Desta forma, a premiação do bloco residencial de um escritório relativamente desconhecido de Munique foi uma surpresa, comparando-se aos outros agraciados.

Objeto de estudo exemplar da era eletrônica

Para a BDA, Biblioteca de Cottbus é marco para o futuroFoto: picture-alliance/ dpa

Paralelamente à documenta de Kassel, a Federação dos Arquitetos Alemães (BDA) anunciou também a entrega de sua principal condecoração: "A Grande Nike".

Para tirar dúvidas sobre patrocínios esportivos, é importante lembrar que "Nike" em grego quer dizer "vitória". Diferentemente do prêmio patrocinado pela companhia energética, a premiada foi a Biblioteca de Cottbus, do escritório suíço Herzog & de Meuron, na opinião dos arquitetos alemães.

Para a BDA, a arquitetura condiciona o mundo em que vivemos e funciona de forma muito mais diversificada do que somente através de belas fachadas. Segundo a Federação, a premiação da Biblioteca de Cottbus, cidade do Leste alemão tão carente de bons exemplos arquitetônicos, deveu-se à sua impressão geral escultórica, à função urbanística e à contribuição política e social.

Sem corrimãos, mas com boa concepção energética

Edifício premiado não tem corrimãos nem caixa de escadaFoto: Michael Heinrich, München

Os oito níveis do prédio curvilíneo se intercalam, eventualmente, formando pés-direitos de diferentes alturas, possibilitando visões diversas através da fachada impressa em serigrafia.

Para a BDA, os arquitetos suíços teriam criado um marco que funcionaria como um sinal do futuro da universidade de uma região estruturalmente fraca. A qualidade formal da biblioteca a torna um objeto de estudo exemplar da arquitetura da era eletrônica, justifica a BDA sua decisão.

O prédio da residência universitária de Munique não recebeu nenhuma premiação da Federação dos Arquitetos Alemães. Isto leva a refletir se a falta de corrimãos, o conceito energético e a distribuição funcional seriam suficientes para justificar um Prêmio Alemão de Arquitetura e até que ponto patrocínios privados seriam benéficos para condecorações tão importantes da vida cultural alemã.

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