'Príncipe'e cidade alemã chegam a acordo sobre castelo
28 de fevereiro de 2020
Para encerrar batalha legal e continuar sendo dona de baluarte medieval, Sankt Goar concorda em repassar parte da receita arrecadada com a venda de ingressos ao herdeiro de kaiser Guilherme 2°.
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A longa disputa legal sobre a propriedade do Castelo de Rheinfels, localizado no munícipio alemão de Sankt Goar, foi finalmente resolvida. O Conselho da Cidade aprovou nesta quinta-feira (28/02) um acordo extrajudicial com o "príncipe" da Prússia, que reivindicava o vasto baluarte medieval sobre o rio Reno.
Antiga propriedade da nobre família Hohenzollern, o castelo pertence à cidade de Sankt Goar, no estado da Renânia-Palatinado, desde 1924. Georg Friedrich Ferdinand, 'príncipe' da Prússia e bisneto do último monarca do Império Alemão, o kaiser (imperador) Guilherme 2°, reivindicava na Justiça a restituição do prédio do século 13.
O acordo aprovado põe fim a essa disputa. Pela proposta, as ruínas do castelo continuam sendo propriedade de Sankt Goar, porém, parte do valor arrecadado na venda de ingressos para visitar o local será repassado à Fundação Kira da Prússia. Em contrapartida, o 'príncipe' se comprometeu a investir esse montante em projetos para crianças e jovens da cidade.
O valor repassado anualmente dependerá do número de visitantes, mas para a apoiar a fundação, o valor do ingresso será aumentado em um euro para adultos e em 50 centavos de euro para crianças.
O prefeito de Sankt Goar, Falko Hönisch, estima que cerca de 50 mil euros possam ser arrecadados anualmente para a fundação. "Devido a esse dinheiro, independente do orçamento da cidade, o trabalho com crianças e jovens está garantido por décadas".
A cooperação com a fundação deve começar a partir de janeiro de 2021. O valor do ingresso, porém, será reajustado a partir de março deste ano.
O acordo com a cidade foi alcançado mesmo após uma derrota de Georg Friedrich em junho de 2019. Na época, Tribunal Regional de Koblenz rejeitou a queixa do "príncipe" da Prússia, que prometeu recorrer da decisão.
A casa de Hohenzollern comprou o castelo em meados do século 19. As posses imperiais de Guilherme 2°, porém, foram confiscadas pela jovem República de Weimar em 1918. Em 1924, a cidade de Sankt Goar tornou-se proprietária do local, com a condição de que as enormes muralhas medievais não fossem vendidas.
Em 1998, a cidade e um hotel assinaram um contrato de arrendamento do castelo por 99 anos, com a possibilidade de uma renovação contratual por igual período de tempo. O príncipe da Prússia usou esse arrendamento para argumentar que o processo equivaleria à venda o castelo e, por isso, teria o direito de recuperar a propriedade.
O Castelo de Rheinfels é apenas umas das propriedades e objetos tomados pelo Estado após as duas guerras mundiais que herdeiros do kaiser Guilherme 2° tentam recuperar atualmente.
Glória e esplendor da Prússia: os belos palácios de Brandemburgo
Impressionantes prédios representam ainda hoje o passado de poder da antiga Prússia, no nordeste da Alemanha. Além de sua residência em Berlim, a família Hohenzollern construiu vários prédios magníficos em Brandemburgo.
Foto: picture-alliance/dpa
Palácio Sanssouci
Pequeno, mas requintado: o Palácio Sanssouci, em Potsdam, era somente a residência de verão de Frederico, o Grande, mas hoje é a estrela entre os castelos da família real prussiana. Sanssouci, palavra francesa que significa "sem preocupações", encanta centenas de milhares de turistas todos os anos graças à localização pitoresca e à sofisticação arquitetônica.
Foto: picture-alliance/C. Wojtkowski
Novo Palácio
Este gigantesco palácio está localizado a poucos metros do Sanssouci. Apesar do tamanho, não é tão conhecido quanto o anterior, embora o esplendor dos cômodos surpreenda os visitantes. O grande complexo, com salões de festas, galerias e apartamentos suntuosamente mobiliados, já serviu como símbolo da Prússia.
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Palácio Charlottenhof
O príncipe herdeiro e mais tarde rei Frederico Guilherme 4º recebeu a casa de verão de presente de Natal do pai em 1825. O arquiteto Karl Friedrich Schinkel e o designer de jardins Peter Joseph Lenné converteram a antiga casa em palácio neoclássico. Assim como os outros dois palácios anteriores, Charlottenhof fica no parque Sanssouci.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Kalaene
Palácio Babelsberg
Ao ver Babelsberg, às margens do Havel, o visitante se sente na Inglaterra. O palácio foi construído em estilo neogótico inglês e serviu como residência de verão para o casal real e, mais tarde, imperial Wilhelm 1º e Augusta von Sachsen-Weimar. Nos anos 1860 e 1880, Babelsberg foi um dos lugares mais importantes da vida social e política da Prússia.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Settnik
Palácio de Mármore
Nos arredores de Potsdam se localiza o Neue Garten (Novo Jardim), um parque paisagístico em modelo inglês, que oferece excelentes vistas dos lagos do Havel. Nesta paisagem romântica, encontra-se o Palácio de Mármore, uma residência de verão do rei Friedrich Wilhelm 2º, revestida de mármore da Silésia.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Settnik
Palácio Cecilienhof
O Palácio Cecilienhof, que também fica no Neue Garten, foi o último prédio construído pela família Hohenzollern, no estilo de uma casa de campo inglesa. Com o fim da Segunda Guerra, de 17 de julho a 2 de agosto de 1945, ali se escreveu história. No Cecilienhof, as nações vitoriosos se encontraram para a Conferência de Potsdam, que marcou o fim da Segunda Guerra e começo da Guerra Fria.
Foto: picture-alliance/Eventpress
Palácio Caputh
O Palácio Caputh remonta a 350 anos de história. O pequeno prédio do tempo do grande príncipe-eleitor Friedrich Wilhelm de Brandemburgo é uma joia da história da arte, que mantém viva o esplendor da cultura principesca em torno dos anos 1700. Após a venda do prédio, tornou-se uma escola profissionalizante em meados do século 20. Hoje em dia, Caputh é um museu.
Friedrich Wilhelm 1º, conhecido como "Rei Soldado" e pai de Frederico, o Grande, amava Wusterhausen, a sudeste de Berlim. Aqui, ele se preparou para o reinado e, mais tarde, passou felizes dias de outono com a família. No palácio, ele cumpria seus deveres de soberano e também praticava caça.
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Palácio Paretz
Longe da etiqueta da corte e do esplendor da capital prussiana, Berlim, a rainha Luise passava anualmente os meses de verão com o marido, Friedrich Wilhelm 3º, e os filhos, nesta paisagem isolada perto do rio Havel, em Paretz. Aqui, a 20 quilômetros de Potsdam, eles não apenas desfrutaram da vida familiar, como também vivenciaram uma forma moderna de vida rural.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Settnik
Palácio Oranienburg
Por volta de 1700, o Palácio Oranienburg foi considerado a mais bela das residências reais da Prússia. Sua história começou como propriedade rural da princesa de Oranien-Nassau, que deu seu nome ao local, Oranienburg. Ao longo dos séculos, foi usado e ampliado de várias formas. Hoje, abriga esplêndidas obras, como a prata real e os móveis de marfim, que podem ser vistos no museu do palácio.
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Palácio Rheinsberg
No Palácio Rheinsberg, no lago Grienericksee, Frederico, o Grande, passou seus dias mais felizes como príncipe-herdeiro. Ele gostava de música e artes e criou um museu, ampliado pelo seu irmão. Theodor Fontane também foi inspirado pelo local e em seu diário de viagem "Wanderungen durch die Mark Brandenburg" (Caminhando por Brandemburgo) transformou o palácio em monumento literário.
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Testemunhas de uma época
O Reino da Prússia existiu de 1701 a 1918. Um reino perdido que se destacou, sobretudo, pela obediência, cumprimento de ordens e militarismo, bem como pela tolerância e liberdade religiosa. Capacetes típicos e uniformes caracterizam a imagem dessa época. Mas, acima de tudo, ainda hoje são símbolos do Reino da Prússia os espetaculares palácios da família Hohenzollern.