Autor de livro sobre como o preconceito se tornou parte da humanidade, historiador analisa xenofobia, racismo, misoginia e outros tipos de discriminação no mundo contemporâneo.
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Professor na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o historiador Luiz Estevam de Oliveira Fernandes decidiu pesquisar as raízes do preconceito na humanidade para entender "a genética do mecanismo" e, assim, procurar "desnaturalizar" o processo.
O resultado está no livro Preconceito: Uma História, que ele acaba de lançar em parceria com o também historiador Leandro Karnal, ex-professor na Unicamp e colunista no jornal O Estado de S. Paulo. Com exemplos e explicações muito didáticas, a dupla demonstra como xenofobia, racismo, LGBTfobia, misoginia e capacitismo foram construídos pelas civilizações — e por que esses tipos de discriminação seguem existindo.
"Este livro toca em questões absolutamente primordiais, em todas as grandes questões que a gente tem hoje. Se vamos discutir desigualdade, uma das grandes questões do mundo hoje, quem vive mais abaixo são aqueles que a sociedade discriminou", diz Fernandes, à DW.
Em entrevista, Fernandes afirma que há esperança, sim, de solução. Porque o preconceito não seria uma coisa natural, mas sim uma construção histórica. "Nascemos com capacidade de sermos preconceituosos, mas com nenhum preconceito atávico pronto, isso tudo é ensinado para a gente", argumenta.
DW: Por que escrever um livro sobre preconceito?
Luiz Estevam de Oliveira Fernandes: Essa é uma questão ao mesmo tempo dolorida de responder e fácil de responder. O fácil é porque somos dois historiadores e buscamos fazer nesse livro uma síntese de muitas coisas do ponto de vista histórico. Quando pomos no ponto de vista histórico a genética do mecanismo do preconceito tentamos desnaturalizar o preconceito.
Não é natural, é uma construção histórica. Nascemos com capacidade de sermos preconceituosos, mas com nenhum preconceito atávico pronto, isso tudo é ensinado para a gente. E se é ensinado, pode ser desaprendido, desconstruído. E com os tijolos da desconstrução, podemos construir uma coisa muito melhor.
E qual o lado dolorido?
É perceber que este livro toca em questões absolutamente primordiais, em todas as grandes questões que a gente tem hoje. Se vamos discutir desigualdade, uma das grandes questões do mundo hoje, quem vive mais abaixo são aqueles que a sociedade discriminou. As questões que o capitalismo trouxe estão relacionadas ao preconceito, o preconceito embasa muitas delas. E isso é muito dolorido porque em pleno século 21 a gente já podia estar em outra fase.
Podemos dizer que o ser humano é preconceituoso em sua essência? O preconceito é algo que faz parte da natureza humana desde sempre ou, ao menos, desde o advento da civilização?
Sim, existe um mecanismo do preconceito que é atávico, ligado à nossa espécie desde o início. Evidências desde a pré-história parecem corroborar a ideia de que, sim, éramos preconceituosos desse o início. Se é essência, tem o que fazer? A gente pode se livrar da nossa essência? Argumentamos que a nossa espécie não é presa a uma essência biológica, a gente adora fugir dela. Nós não nascemos vestidos, mas inventamos roupas; não nascemos voando, inventamos o avião.
A natureza [do preconceito] estaria aparentemente ligada aos mesmos mecanismos que fazem a gente se proteger das coisas. Vamos imaginar, lá atrás, eu cruzando com outro ser humano que não fazia parte de meu bando. Ele pode ser perigoso, tem roupas diferentes, cheiro diferente, come coisas diferentes, tem uma cultura distinta. Então pode ser um problema. Dificilmente temos preconceito intragrupo, normalmente é extragrupo.
Mas também é de nossa natureza o cuidado um com o outro, com evidências desde a pré-história de que somos capazes disso. Se o cuidado faz parte do grupo, ampliemos o grupo para passarmos a cuidar uns dos outros com mais atenção. Isso evitaria muitas atitudes discriminatórias e perigosas do preconceito. Expor-se à diversidade, expôr nossa cabeça antiguinha, nosso hardware velhinho, a softwares novos, pessoas que pensam diferente, comidas diferentes, cheiros diferentes, amplia a experiência humana. Com isso, nos tornamos menos um idiota da aldeia e mais um ser capaz de pensar como a diferença nos completa, nos transforma, nos faz pensar diferente.
No livro, vocês recorrem à Bíblia para pontuar a misoginia como o primeiro preconceito. Os textos sagrados são causa ou consequência dessa visão?
É difícil responder o que vem primeiro, se o ovo ou a galinha. Os textos bíblicos são frutos certamente de uma sociedade que tinha lógica misógina, preconceito contra a mulher. E quem os escreveu apenas os colocou no papel naturalizando como se fosse na voz de um deus essa lógica misógina. Por sua vez, e isso foi consequência de uma causa, também chegaram leituras preconceituosas a todo o resto do planeta, depois que esses textos foram lidos. Criou-se uma câmara de eco para vários preconceitos que já existiam e também ajudaram a criar outro sobre as mulheres. Então causa e consequência se completam.
Outro preconceito abordado é a xenofobia. De que forma o crescimento de discursos de extrema-direita no mundo contemporâneo contribui para incitar esse tipo de preconceito?
São chave e fechadura, eles se retroalimentam. Os governos de extrema direita que a gente tem visto crescer no século 21 são construtores de muros, desde os muros na Palestina a muros nos Estados Unidos em relação ao México. Embora haja muros caindo, a gente vê muitos muros subindo. Estamos pensando em muros físicos, mas há também os invisíveis, de legislação, de um certo endurecimento. Isso porque parte do discurso da extrema direita é de ressentimento, de medo.
Fico pensando no ex-presidente americano Donald Trump. Quando ele diz "make America great again", o slogan de sua campanha original e na campanha que ele parece estar querendo levar a cabo nas próximas eleições americanas, o problema é o raciocínio de que no passado foi melhor. De qual passado ele fala? Sabemos: ele vai dizer algo ali entre os anos 1950, 1960, quando uma classe média branca tinha pleno emprego, acesso a um bem material, casa própria. Mas sabemos que era uma sociedade bastante patriarcal, xenófoba, racista. Então não é "make America great again", mas "make that America great again". E isso obviamente é um raciocínio de gente ressentida, já que nos últimos anos se discutiu política de cotas nos Estados Unidos, ascensão de mulheres no mercado de trabalho, ainda longe de ser o ideal, e começa-se a discutir a questão da polícia e os negros, uma série de coisas. Isso gera uma resposta de gente que se sente pressionada, normalmente homens brancos de classe média, heterossexuais. É uma câmara de eco grande para a direita hoje em dia essa coisa dos costumes, a mudança de costumes em uma sociedade que, para eles, estaria evaporando, entrando num lodaçal.
Em geral atribuímos a políticos e fanáticos de extrema direita um vasto leque de preconceitos, da xenofobia à LGBTfobia, passando por racismo e misoginia. A direita é mais preconceituosa? Por quê? Tem medo do diferente?
A extrema direita hoje traz um discurso de fanáticos para fanáticos e tem encontrado uma câmara de eco bastante grande, o suficiente para se tornarem maiorias em eleições. Essas pessoas têm ganhado eleições, ganharam nos Estados Unidos, no Brasil, estão em vias de ganhar na Argentina, estão no poder na Polônia, na Hungria, na Turquia… Então há um movimento de um certo discurso radical, extremamente misógino, LGBTfóbico, racista, valorizando essas coisas. E quem se sente contemplado acaba votando. No quadro de hoje, a bola parece estar mais com o a direita mesmo.
Mas historicamente também os governos de extrema esquerda que tivemos, como na União Soviética e regimes na Ásia, também foram extremamente preconceituosos e isso gerou a morte de muita gente. É a tese de Hannah Arendt [(1906-1975)], os extremos se irmanam, a tecnologia dos totalitários de direita e de esquerda é muito parecida. Objetivamente, a direita hoje parece mais preconceituosa. Historicamente, a bola mudou nos dois campos. Mas é preciso lembrar que Angela Davis fala que quando ela entrou para os Panteras Negras, o papel das mulheres era passar cafezinho. Mesmo dentro dos movimentos radicais de esquerda, ou coisa que o valha, há a questão da misoginia. Ninguém está isento.
Embora os preconceitos resistam, a sociedade politicamente correta passou a rever e condenar essas posturas. Estamos começando a erradicar os preconceitos?
Ao conseguir debater abertamente alguns preconceitos, é óbvio que a gente está começando a pensar maneiras de eliminá-los. E já há alguns ganhos, como leis de cotas, maior participação feminina na política, extensão dos direitos de formação de família, propriedade e herança para uniões de pessoas do mesmo sexo.
Tudo isso são vantagens, passos adiantes que caminham na direção da superação dos preconceitos. Mas não consigo ainda ver resolução. Há uma possível luz no fim do túnel, mas ainda dá medo de ver se a luz é de fato uma saída ou se é um trem vindo em nossa direção.
O mês de outubro em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês.
Foto: Amir Cohen/REUTERS
Ataque atinge região de campo de refugiados em Gaza
Um ataque aéreo na região do campo de refugiados Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, deixou pelo menos 50 mortos e 150 feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. As Forças de Defesa de Israel confirmaram ter conduzido um ataque à região, e que diversos militantes do Hamas foram mortos, incluindo Ibrahim Biari, comandante do Hamas que lideraria as operações do grupo no norte de Gaza. (31/10)
Foto: Anas al-Shareef /REUTERS
Israel anuncia 1ª refém resgatada de Gaza durante ofensiva
Soldada sequestrada pelo Hamas da base de Nahal Oz em 07/10, Ori Megidish foi libertada no 4º dia de ação terrestre na região. Ela é a quinta a regressar à família dentre mais de 200 pessoas mantidas reféns há mais de três semanas. Hamas divulgou vídeo com outras reféns para pressionar por acordo de libertação de palestinos presos em Israel, e Netanyahu rejeitou cessar-fogo. (30/10)
Foto: Israeli Security AgencyAP/picture alliance
Em busca de comida, multidão invade armazéns da ONU em Gaza
ONU diz que invasão às instalações com ajuda humanitária é "sinal preocupante" do desespero da população e do colapso da ordem civil após três semanas de conflito. Israel anuncia religação da segunda tubulação de água que abastece Gaza e diz que permitirá a entrada de mais ajuda, enquanto acusa o Hamas de deter "mantimentos suficientes". (29/10)
Foto: Mohammed Abel/AFP
Atirador que matou 18 nos EUA é encontrado morto
Autoridades do Maine afirmam que reservista do Exército que abriu fogo em um bar e um boliche em Lewiston, matando 18 pessoas, foi encontrado sem vida com um aparente ferimento autoinfligido. Caçada ao agressor de massacre durou dois dias. (28/10)
Foto: Matt Rourke/dpa/AP/picture alliance
Gaza fica sem internet em meio a ameaça de invasão, e ONU apela por trégua
Conflito na região se intensifica após Israel anunciar a expansão de operações militares em reação aos ataques terroristas de 7 de outubro do grupo radical islâmico Hamas. "Por que vocês não estão responsabilizando o Hamas?", reage Israel ao comentar resolução aprovada na Assembleia-Geral da ONU. (27/10)
Foto: AFP
Furacão Otis arrasa cidade mexicana de Acapulco
A passagem do ciclone deixou um saldo de ao menos 27 mortos e quatro desaparecidos, segundo as autoridades locais. Comércios e estabelecimentos (foto) foram danificados, comunidades inteiras ficaram incomunicáveis e sem luz. Pessoas saquearam supermercados em busca de água e alimentos. Pesquisadores afirmam que tempestade evoluiu em tempo recorde. (26/10)
Foto: Henry Romero/REUTERS
Aliado de Trump é eleito no líder da Câmara dos EUA
O deputado Mike Johnson, aliado do ex-presidente Donald Trump, foi eleito como novo líder da Câmara dos Representantes dos EUA ao superar o impasse interno no Partido Republicano que havia provocado caos parlamentar nas últimas semanas. Johnson, um conservador com pouca experiência em liderança, foi o quarto republicano que se lançou ao cargo em apenas duas semanas. (25/10)
Foto: ALEX WONG/Getty Images/AFP
China demite ministro da Defesa que estava "desaparecido"
O regime chinês destituiu oficialmente seu ministro da Defesa, na segunda mudança envolvendo um membro da alta cúpula do país em três meses e levantando questões sobre a estabilidade da liderança em torno de Xi Jinping. O general Li Shangfu, que não era visto publicamente há dois meses, foi demitido do cargo de ministro da Defesa e conselheiro de Estado, de acordo com a mídia estatal. (24/10)
Foto: Vincent Thian/AP/picture alliance
Ataque a tiros em escola de SP deixa uma estudante morta e outros três feridos
Uma aluna morreu e outros três ficaram feridos em um ataque a tiros dentro da Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, um adolescente de 15 anos, também aluno, entrou armado no colégio e efetuou os disparos. Ele foi apreendido junto com a arma. Por meio de nota, a gestão estadual lamentou o episódio. (23/10)
Foto: Agência Brasil/T. Rêgo
Caminhões de transporte de combustíveis chegam à Faixa de Gaza
Pela primeira vez desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, caminhões-tanque transportando combustíveis tiveram permissão para entrar no enclave palestino. A ONU vinha alertando que hospitais e outros serviços essenciais precisavam urgentemente de combustíveis para os geradores de energia, após Israel interromper o abastecimento de energia elétrica no território. (22/10)
Foto: Mohammed Abed/AFP/Getty Images
Manifestação pró-Palestina em Londres reúne 100 mil
Em torno de 100 mil pessoas participaram de uma enorme manifestação em Londres em prol da Palestina. Os manifestantes pediram o fim dos bombardeios israelenses e do bloqueio imposto à população de mais de 2 milhões de pessoas na Faixa de Gaza. Segundo a polícia, a manifestação transcorreu de maneira pacífica. Protestos semelhantes também foram realizados em diversas cidades europeias. (21/10)
Foto: Stefan Rousseau/empics/picture alliance
PF prende membros da Abin por espionagem ilegal de celulares
A Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar o uso de um esquema secreto de monitoramento de geolocalização de celulares sem autorização judicial por funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A prática ilegal teria ocorrido no governo de Jair Bolsonaro. O software teria sido usado contra jornalistas, políticos e adversários do ex-presidente. (20/10)
Foto: JoŽdson Alves/Agência Brasil
Jovem cuja morte gerou onda de revolta no Irã ganha prêmio de direitos humanos
A iraniana Jina Mahsa Amini, morta sob custódia policial no Irã em 2022, foi premiada postumamente com o Prêmio Sakharov 2024 de direitos humanos, juntamente com o movimento iraniano Mulher, Vida, Liberdade. A honraria é concedida anualmente pelo Parlamento Europeu. Desde sua morte, os iranianos têm realizado inúmeros protestos contra a repressão aos direitos das mulheres. (19/10)
Centenas de pessoas morreram em um ataque aéreo ao Hospital Batista Al-Ahli, na Cidade de Gaza. O Ministério da Saúde, ligado ao Hamas, falou em até 500 mortos, com diversas pessoas sob os escombros. Palestinos acusaram Israel de ter perpetrado o ataque. Militares israelenses negaram envolvimento, dizendo que o incidente foi causado por um foguete palestino. (17/10)
Foto: Abed Khaled/AP/picture alliance
Bélgica eleva alerta de terrorismo após ataque em Bruxelas
Dois cidadãos suecos foram mortos a tiros na capital belga, o que levou as autoridades elevarem o alerta de terrorismo ao nível mais alto. Promotoria belga avalia "possível motivação terrorista". Suspeito abriu fogo contra pessoas que provavelmente estavam no país para assistir uma partida entre Bélgica e Suécia, que acabou sendo suspensa após ter sido iniciada. (16/10)
Foto: Johanna Geron/REUTERS
Fuga em massa de Gaza
Milhares de palestinos deixaram o norte de Gaza depois que Israel deu um prazo de 24 horas para a evacuação, antes de uma possível invasão terrestre, em uma escalada de violência que, segundo a ONU, ameaça consolidar uma "catástrofe humanitária". Apesar da fuga, há pouca chance de a população sair do território palestino, inclusive pelo Egito, que não está disposto a abrigar refugiados. (13/10)
Foto: Hatem Moussa/AP/picture alliance
Alemanha oferece ajuda militar a Israel
O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, destacou a responsabilidade histórica da Alemanha em relação à segurança de Israel e ofereceu ajuda militar ao país. Scholz também chamou o silêncio do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, de "vergonhoso". Mais tarde, Abbas se manifestou, condenando "as práticas que levam à morte ou ao abuso de civis de ambos os lados". (12/10)
Foto: Bernd von Jutrczenka/dpa/picture alliance
Bombardeios em Gaza
Autoridades de saúde de Gaza afirmaram que os ataques aéreos retaliatórios de Israel já deixaram mais de mil palestinos mortos e mais de 4 mil feridos. Regiões inteiras da Cidade de Gaza, principal área urbana do enclave, foram reduzida a ruínas. Segundo as Nações Unidas, cerca de 200 mil habitantes da Faixa de Gaza, que tem população de pouco mais de 2 milhões, fugiram de suas casas. (11/10)
Foto: Fatima Shbair/AP/picture alliance
Brasileiros mortos no ataque do Hamas em Israel
Foram confirmadas as mortes de dois brasileiros que estavam no festival de música próximo à fronteira com a Faixa de Gaza que se tornou um dos alvos da ofensiva do grupo terrorista Hamas em Israel. Ranani Glazer, de Porto Alegre, e Bruna Valeanu, do Rio de Janeiro, ambos de 24 anos, estavam no festival de música eletrônica quando militantes do grupo islamista deram início ao ataque. (10/10)
Foto: Jack Guez/AFP/Getty Images
Israel ordena "cerco total" à Faixa de Gaza
O ministro da Defesa de Israel anunciou um "cerco total" à Faixa de Gaza, o superpopuloso enclave palestino de onde partiu o ataque terrorista do Hamas que matou centenas de israelenses. Israel suspendeu o fornecimento de água, eletricidade, alimentos e combustível para Gaza, onde vivem cerca de 2 milhões de palestinos, que já sofre com um severo bloqueio econômico e de circulação há 15 anos.
Foto: Mohammed Salem/REUTERS
Pró-palestinos celebram em Berlim o conflito no Oriente Médio
Enquanto o governo da Alemanha reafirma seu apoio a Israel perante os ataques iniciados pela organização radical islâmica Hamas, na capital Berlim um grupo pró-palestino festejou o conflito. Integrantes do Samidoun realizaram sua manifestação no bairro de Neukölln, no sul da capital. De início a polícia se absteve, porém o evento escalou, terminando por ser dissolvido. (08/10)
Foto: Paul Zinken/dpa/picture alliance
Ataque sem precedentes do Hamas deixa centenas de mortos em Israel
Israel foi pega de surpresa por um ataque por ar, mar e terra lançado pelo grupo palestino Hamas, que combinou infiltração de terroristas armados, lançamento de foguetes e tomada de reféns. Terroristas massacraram civis e chegaram a tomar o controle de comunidades israelenses próximas da fronteira da Faixa de Gaza. Israel contabilizou pelo menos 600 mortos e mais de 2.200 feridos. (07/10)
Foto: Tsafrir Abayov/AP/picture alliance
Ativista iraniana recebe Prêmio Nobel da Paz
Comitê do Nobel concedeu prêmio a Narges Mohammadi por "sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e para promover os direitos humanos e a liberdade para todos". Vice-presidente do Defenders of Human Rights Centre, ela foi presa 13 vezes pelo regime fundamentalista e condenada a um total de 31 anos de prisão e a 154 chicotadas. Teerã criticou a premiação como "tendenciosa e política". (06/10)
Foto: www.nobelprize.org
Mais de 50 morrem em bombardeio russo na Ucrânia
Mísseis russos transformaram em ruínas uma mercearia e um café localizados no vilarejo de Hroza, em Kharkiv, nordeste da Ucrânia, matando ao menos 51 civis, incluindo uma criança de 6 anos. Outras seis pessoas ficaram feridas. O ataque foi um dos mais letais perpetrados pela Rússia contra civis ucranianos desde o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022. (05/10)
Prelados atendem a missa presidida pelo papa Francisco na abertura do 16º Sínodo dos Bispos. Antecedendo evento histórico no Vaticano para debater os rumos da Igreja Católica, o pontífice pregou tolerância aos LGBTQI+ e sinalizou liberação para benção de casais do mesmo sexo. Ele abriu o evento frisando a necessidade de reparação para tornar a Igreja um lugar de acolhimento a todos. (04/10)
Foto: Andrew Medichini/AP Photo/picture alliance
Nobel de Física vai para trio de pesquisadores de elétrons
O Prêmio Nobel de Física de 2023 foi concedido a três pesquisadores que desenvolveram métodos experimentais para o estudo da dinâmica dos elétrons. Os premiados são Pierre Agostini, da Universidade de Ohio, EUA, Ferenc Krausz, do Instituto Max Planck para Ótica Quântica e da Universidade Ludwig-Maximilians de Munique, Alemanha, e Anne L'Huillier, da Universidade de Lund, na Suécia. (03/10)
Foto: Anders Wiklund/TT News Agency/REUTERS
Primeiro dia do julgamento de Trump por fraude empresarial
Teve início o julgamento do ex-presidente dos EUA em Nova York. Ele é acusado de fraude empresarial, com a qual ele e seus aliados teriam lucrado mais de 1 bilhão de dólares ao inflacionarem relatórios financeiros para obterem vantagens em bancos e seguradoras. Trump aproveitou para criticar seus detratores e repetir o discurso de que estaria sendo vítima de uma "vingança política". (02/10)
Foto: Charlie Neibergall/AP Photo/picture alliance
Começa transformação de casa natal de Hitler em delegacia policial
"Pela paz, liberdade e democracia, fascismo nunca mais, advertem milhões de mortos" diz a pedra diante da casa onde nasceu Adolf Hitler, na cidade austríaca de Braunau am Inn. Prédio que depois da 2ª Guerra Mundial serviu como biblioteca, escola e oficina para portadores de deficiência, será transformado em delegacia. Destinação cultural traria perigo de encorajar culto ao ditador nazista. (01/10)