Mais um problema
18 de julho de 2010A chanceler federal alemã, Angela Merkel, perdeu outro importante aliado regional neste domingo (18/07), com a renúncia do prefeito de Hamburgo, Ole von Beust, de 55 anos. Ele disse que deixará o cargo no próximo dia 25 de agosto.
"Há tempo para tudo", declarou Von Beust, ao explicar sua decisão, que afirmou não estar relacionada com o plebiscito sobre a reforma do sistema de ensino que acontece neste domingo em Hamburgo. A reforma é um dos principais projetos do governo local e sofre a oposição de uma iniciativa popular, que conseguiu angariar assinaturas para forçar a realização do plebiscito.
Von Beust é o sexto governador da União Democrata Cristã (CDU, partido de Merkel) a deixar o poder em dez meses, diminuindo consideravelmente o número de lideranças experientes do maior partido da Alemanha. A eles soma-se ainda o ex-presidente da Alemanha Horst Köhler, que renunciou ao cargo no final de maio passado.
Analistas vêem na saída de Von Beust mais um revés para a coalizão entre conservadores e liberais que governa a Alemanha, pois ela priva a CDU de um líder carismático e deixa Merkel na condição de praticamente única liderança experiente do partido.
Pesquisas de opinião mostram que a aliança governista tem cada vez menos apoio entre a população, insatisfeita com a forma como o governo reagiu à crise econômica e com as brigas públicas entre liberais e conservadores.
Von Beust é tido como uma das lideranças moderadas da CDU, um partido dominado por políticos conservadores. Homossexual declarado, ele é apontado como um dos responsáveis pela popularidade do partido entre grupos jovens, especialmente em áreas urbanas.
O político que agora renuncia governou Hamburgo durante nove anos. Em 2008, selou a primeira aliança estadual entre a CDU e o Partido Verde.
De acordo com Von Beust, Merkel se mostrou compreensiva ao ser informada da decisão. A CDU está no poder em nove dos 16 estados da federação, sendo que seu partido parceiro, a CSU (União Social Cristã), governa o décimo, a Baviera.
AS/dpa/rtr/afp
Revisao: Soraia Vilela