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Prefeito de Nova York anuncia pré-candidatura à Casa Branca

16 de maio de 2019

Democrata Bill de Blasio promete priorizar trabalhadores e "frear Trump", criticando atuais políticas ambientais e de imigração. Nas últimas semanas, prefeito e Bolsonaro trocaram farpas em redes sociais e entrevistas.

Bill de Blasio
De Blasio é o 23º nome do Partido Democrata a manifestar interesse em concorrer à Presidência dos EUAFoto: Getty Images/D. Angerer

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou nesta quinta-feira (16/05), por meio de um vídeo no YouTube, que vai concorrer à candidatura democrata para as eleições presidenciais americanas de 2020, com a intenção de "priorizar os trabalhadores". Nas últimas semanas, De Blasio e o presidente Jair Bolsonaro se atacaram mutuamente nas redes sociais e em entrevistas, após o prefeito deixar claro que o brasileiro não era bem-vindo em Nova York para receber um prêmio da Câmara de Comércio Brasil-EUA.

Prefeito da maior cidade do país desde 2014, de Blasio é o 23º nome democrata a manifestar interesse em concorrer à Casa Branca nas próximas eleições. No vídeo, ele propõe "frear Trump", critica as políticas de imigração e meio ambiente impulsionadas pelo atual governo e se refere às conquistas progressistas de sua gestão em Nova York, como o aumento do salário mínimo.

"Há muito dinheiro neste mundo, há muito dinheiro neste país, só que está nas mãos erradas", disse De Blasio no começo de seu anúncio formal.

Referindo-se a "garçons, lavadores de pratos, comerciantes e pequenos empresários, que são a coluna vertebral de Nova York", De Blasio defendeu o aumento do salário mínimo para US$ 15 a hora, a licença médica remunerada, a extensão da cobertura médica à saúde mental e a educação infantil gratuita.

No vídeo também discursa a esposa do prefeito, Chirlene McCray, que esteve envolvida no governo local através de iniciativas de saúde mental, assegurando que os cidadãos "agradecem" De Blasio por suas políticas, que "fazem diferença na vida das famílias".

O político democrata criticou a separação de famílias imigrantes na fronteira com o México, lembrou que Nova York tomou medidas legais para apoiá-las e que é contra a saída dos EUA do Acordo do Clima de Paris.

Na última segunda-feira, o prefeito de Nova York se juntou a um protesto dentro da Trump Tower para denunciar que os edifícios do presidente americano estão entre os maiores poluidores da cidade.

Troca de farpas ente De Blasio e Bolsonaro

Nas últimas semanas, De Blasio e Bolsonaro trocaram farpas. A polêmica começou em abril, quando se aproximava um evento da Câmara de Comércio Brasil-EUA em que seria entregue a homenagem de "Pessoa do Ano" ao presidente brasileiro, em Nova York. De Blasio deixou claro desde o início que não simpatizava com a visita do presidente, a quem chamou de "ser humano perigoso" e acusou de ser "racista, homofóbico e destrutivo".

Inicialmente, o prêmio de Personalidade do Ano seria entregue em evento no Museu de História Natural de Nova York (AMNH), porém, após pressão de ativistas e funcionários, a instituição decidiu revogar o aluguel do espaço. Após o incidente e críticas de vários setores da sociedade americana, patrocinadores recuaram do apoio ao evento, e um restaurante também se negou a sediá-lo. Por fim, Bolsonaro cancelou a viagem a Nova York.

Depois do recuo, De Blasio comemorou no Twitter: "Jair Bolsonaro aprendeu da maneira mais difícil que os nova-iorquinos não fecham os olhos para a opressão. Nós denunciamos a sua intolerância. Ele fugiu. Nenhuma surpresa — valentões não aguentam um soco. Já vai tarde, Jair Bolsonaro. Seu ódio não é bem-vindo aqui", escreveu.

No último domingo, em entrevista à Rádio Bandeirantes, Bolsonaro disse que De Blasio pretende concorrer à presidência contra Trump, mas que não vai conseguir nada porque é  "um fanfarrão, paspalhão e bobalhão” e que "se existisse PSOL lá nos Estados Unidos, seria o partido adequado pra ele". 

Bolsonaro também acusou o prefeito de levantar a população contra ele, inclusive incitando a jogarem ovos e estrume nele. O presidente disse que desistiu do evento em Nova York porque poderia levar uma ovada na cara e que "essa era a imagem que iria levar para o mundo". 

Acusado por Bolsonaro de ser "radical", o prefeito respondeu no Twitter que "se é 'radical' se levantar contra sua ideologia destrutiva, então somos radicais com orgulho".

A cerimônia de entrega do prêmio "Pessoa do Ano" pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, em Nova York, foi realizada na terça-feira, sem a presença do presidente brasileiro, que decidiu viajar a Dallas. Na cidade texana, Bolsonaro disse que ainda pretende ir a Nova York – quando o prefeito atual deixar o poder.

E março, em visita aos EUA para se encontrar com o presidente americano, ao ser questionado por um jornalista, Bolsonaro disse que acredita "piamente na reeleição de Trump".

LE/efe/ots

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