Premiê da Nova Zelândia cancela casamento devido à ômicron
23 de janeiro de 2022
Jacinda Ardern diz que o próprio matrimônio não vai acontecer devido às novas restrições impostas por seu governo para impedir a disseminação da nova variante do coronavírus.
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A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, disse neste domingo (23/01) que seu próprio casamento foi cancelado devido às restrições impostas por seu governo para impedir a disseminação da variante ômicron do coronavírus.
"O meu casamento não vai acontecer. Não sou diferente de milhares de outros neozelandeses afetados pela pandemia. O mais devastador é não poder estar com um ente querido quando este está gravemente doente", disse a chefe de governo, durante uma entrevista coletiva. "Isso supera em muito qualquer tristeza que eu esteja sentindo."
Ela se casaria com seu parceiro de longa data, Clarke Gayford, com quem tem uma filha de 2 anos. A premiê, entretanto, não divulgou detalhes sobre quando ou onde a cerimônia deveria acontecer, mas rumores davam conta de que o evento ocorreria brevemente.
A partir da meia-noite deste domingo, entraram em vigor na Nova Zelândia regras mais rígidas sobre o uso de máscara, assim como um limite de frequentadores em eventos.
Bares, restaurantes e celebrações como casamentos devem ter uma afluência máxima de 100 pessoas (25 se não for exigido o certificado de vacinação), o que obrigou a própria primeira-ministra a cancelar a sua festa de matrimônio.
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Casos de ômicron
As restrições foram determinadas depois que um foco de nove casos de ômicron confirmou temores sobre transmissão comunitária da variante após ela ter sido detectada pela primeira vez entre membros de uma família que retornaram à Ilha Sul depois de participarem de um casamento para 100 convidados na Ilha Norte no início deste mês. Uma comissária de bordo também testou positivo.
Atualmente, 94% dos neozelandeses maiores de 12 anos já receberam duas doses de da vacina contra a covid-19, enquanto 56% receberam uma terceira dose de reforço.
Com 5 milhões de habitantes, a Nova Zelândia foi uma das nações que agiu mais cedo e com mais medidas para travar a pandemia, tendo conseguido manter o número total de infeções em cerca de 15.550 e as mortes em 52.
As fronteiras do país estão fechadas para estrangeiros desde março de 2020, e o governo também adiou os planos de reabertura em fases de meados de janeiro até o final de fevereiro.
Em outubro, o país havia abandonado a estratégia de "zero covid", devido ao aumento da vacinação, e adotou um sistema de "semáforos", que consiste em vários níveis de alerta e restrições que podem ser aplicados por zonas geográficas.
md (AFP, EFE, DPA)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
Foto: Andre M. Chang/Zuma/picture alliance
A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
Foto: picture-alliance/AA/A. Hosbas
Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
Foto: DesignIt/Zoonar/picture alliance
Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine