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SaúdeSuécia

Premiê diz que autoridades suecas subestimaram coronavírus

16 de dezembro de 2020

Primeiro-ministro Stefan Löfven afirma que autoridades de saúde avaliaram mal poder de ressurgimento do vírus. Comissão afirma que governo fracassou na proteção dos idosos.

Stefan Löfven
"Acho que a maioria das pessoas da área não conseguiu ver uma onda como esta a sua frente", disse Stefan LöfvenFoto: Lindahl Björn/Imago Images

As autoridades de saúde da Suécia, que optaram por não impor um confinamento nacional em resposta à primeira onda da pandemia do novo coronavírus, avaliaram mal o poder do ressurgimento do vírus, disse nesta terça-feira (15/12) o primeiro-ministro Stefan Löfven.

"Acho que a maioria das pessoas da área não conseguiu ver uma onda como esta a sua frente, elas falaram sobre diferentes clusters", disse o primeiro-ministro ao jornal Aftonbladet

Uma comissão que analisou a reação sueca à pandemia de covid-19 divulgou suas conclusões preliminares nesta terça-feira, com uma série de críticas, em particular, ao modo como o país lidou com os idosos.

Segundo a comissão, a estratégia sueca para proteger os mais velhos fracassou, e o presidente da comissão, Mats Melin, afirmou que governo atual e os anteriores são os principais responsáveis.

A culpa pelas deficiências estruturais no sistema de saúde do país pode ser atribuída a várias autoridades e organizações. As medidas adotadas no primeiro semestre do ano foram tardias e insuficientes, acrescentou a comissão.

O país de pouco mais de 10 milhões de habitantes já acumula 341.029 infecções confirmadas e 7.667 mortes associadas à doença, números bem mais altos do que os de seus vizinhos Noruega, Finlândia e Dinamarca.

O governo tinha a intenção de estabelecer a comissão após o final da crise de saúde, mas enfrentou forte pressão para que agisse mais cedo.

Críticas ao "modelo sueco"

O epidemiologista-chefe do governo, Anders Tegnell, defendeu a controversa estratégia do país, o chamado "modelo sueco", de não impor um lockdown e confiar no senso de civismo da população, mesmo com a Suécia tendo um dos maiores índices de morte per capita por covid-19 no mundo.

As autoridades recomendaram o distanciamento social e a observação das regras de higiene, mas escolas, bares e restaurantes puderam continuar abertos, ao contrário do que ocorreu na maioria dos outros países europeus.

Distanciamento social e a observação das regras de higiene foram apenas recomendadasFoto: imago images/TT/J. Nilsson

Entretanto, várias autoridades, incluindo Tegnell, vêm sendo criticadas. Algumas até se desculparam pelo fracasso em proteger os idosos, principalmente nas casas de repouso. O relatório da comissão afirma que, nos países vizinhos, os cuidados aos mais velhos estavam entre as prioridades dos governos desde o início da pandemia.

Os casos de covid-19 começaram a aumentar no país no segundo semestre, após o verão no hemisfério norte. As infecções se espalharam rapidamente entre os profissionais de saúde, o que aumentou a pressão para que o governo adotasse medidas mas rígidas, incluindo uma proibição à venda de bebidas alcoólicas em todo o país após as 22hs. Atualmente, reuniões sociais com mais de oito pessoas estão proibidas no país.

A agência de estatísticas do país afirma que, somando todas as causas de mortes, 8.088 óbitos foram registrados no mês de novembro em todo o pais – a mortalidade mais alta desde a devastação causada pela gripe espanhola, entre 1918 e 1920. Somente em novembro de 1918 morreram 16,6 mil pessoas, segundo dados da agência.

RC/ap/rtr/lusa

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