Premiê do Japão demite assessor por comentários homofóbicos
4 de fevereiro de 2023
Fumio Kishida classificou os comentários de seu secretário de gabinete Masayoshi Arai como "ultrajantes e completamente incompatíveis com as políticas do governo".
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O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, demitiu neste sábado (04/02) um assessor sênior por fazer comentários homofóbicos.
Masayoshi Arai, secretário do gabinete do primeiro-ministro, disse na sexta-feira que "nem quer olhar" para casais do mesmo sexo. Ele acrescentou que "nem gostaria se eles morassem ao lado", noticiou a emissora pública NHK.
Kishida repreendeu os comentários e os chamou de "ultrajantes e completamente incompatíveis com as políticas do governo".
No mesmo dia, Arai pediu desculpas, afirmando que as falas tinham sido inapropriadas, mesmo que fossem sua opinião pessoal.
Desconforto antes da cúpula do G7
Os comentários de Arai são um embaraço para Kishida, que se prepara para receber os líderes do G7 em maio – o país, é o único do grupo a não reconhecer a união entre pessoas do mesmo sexo.
No sábado, Kishida disse a repórteres que o Japão está "visando uma sociedade inclusiva, que reconheça a diversidade".
A constituição japonesa diz que "o casamento deve ser baseado apenas no consentimento mútuo de ambos os sexos" e "com direitos iguais de marido e mulher".
Atualmente, os casais do mesmo sexo no Japão não podem herdar os bens um do outro e não têm direitos parentais.
O movimento em direção à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo tem crescido no Japão, e os comentários de Aria provocaram protestos.
Em uma pesquisa realizada pela NHK em julho de 2021, dois meses antes de Kishida se tornar primeiro-ministro, 57% dos 1.508 entrevistados apoiavam o reconhecimento legal da união entre pessoas do mesmo sexo.
Em novembro de 2022, um tribunal de Tóquio confirmou a proibição do casamento homossexual. No entanto, também apontou que a falta de uma legislação sobre o assunto violava os direitos humanos.
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Queda nos índices de aprovação
A demissão de Arai marca outro golpe para o governo de Kishida, que enfrenta índices de aprovação em queda desde o ano passado.
De acordo com pesquisas recentes, o apoio público caiu pela metade, para cerca de 30%, após uma série de demissões de altos funcionários.
Nos últimos três meses, quatro ministros renunciaram por alegações de irregularidades financeiras ou ligações com a controversa igreja da unificação.
Em 2022, o ministro da Justiça deixou o cargo depois de fazer piadas sobre pena de morte e assuntos internos. Também no ano passado, o vice-ministro das Comunicações renunciou por causa de comentários sobre pessoas LGBTQ e a comunidade indígena Ainu do Japão.
Em 2021, Yoshiro Mori, então chefe do comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio, renunciou após fazer comentários sexistas, ao afirmar que "mulheres falam demais”.
le (Reuters, AFP, AP),
Dez espécies de animais que mostram como a homossexualidade é natural
Casais gays são frequentes no reino animal. Segundo estudos, ocorrem relações homossexuais entre indivíduos de cerca de 1.500 espécies – de girafas a cisnes e macacos.
Foto: picture-alliance/Mary Evans Picture Library
Mestres do flerte
Entre as girafas, há mais relações entre o mesmo sexo do que entre sexos opostos. Estudos apontam que relações sexuais homoafetivas correspondem a mais de 90% de toda a atividade sexual da espécie. E as girafas não vão direto ao ponto. Machos da espécie sabem flertar, esfregando o pescoço no corpo do outro. Essas preliminares podem durar até uma hora.
Foto: imago/Nature Picture Library
Bissexualidade em baixo d'água
Fêmeas e machos da espécie golfinho-nariz-de-garrafa exibem comportamentos homossexuais, incluindo interações orais em que um golfinho estimula o outro com o nariz. Interações homossexuais entre os golfinhos da espécie ocorrem com mais ou menos a mesma frequência que as heterossexuais. Os machos são geralmente bissexuais, mas passam por períodos exclusivamente homossexuais.
Foto: picture-alliance/Mary Evans Picture Library
Lealdade entre machos
A homossexualidade também é comum entre os leões. De dois a quatro machos costumam formar o que é conhecido como coalizão, trabalhando juntos para cortejar leoas. Para garantir lealdade, machos fortalecem seus laços fazendo sexo entre si. Muitos pesquisadores se referem a esse comportamento como um clássico "bromance".
Foto: ARTIS/R. van Weeren
Fêmeas difíceis
Entre bisões, interações homossexuais são mais comuns do que a copulação heterossexual. Isso ocorre, porque as fêmeas só acasalam com os machos uma vez por ano. Durante a temporada de acasalamento, os machos que sentem desejo interagem sexualmente com o mesmo sexo várias vezes ao dia. Mais da metade das relações sexuais entre bisões jovens acontece entre o mesmo sexo.
Foto: imago/Nature Picture Library
Só por uma noite
Entre macacos, tanto fêmeas quanto machos interagem sexualmente com o mesmo sexo. Enquanto machos costumam se envolver entre si só por uma noite, fêmeas estabelecem laços intensos entre si e geralmente são monogâmicas. Em algumas populações, o comportamento homossexual entre as fêmeas não é somente comum, mas é a regra. Quando não estão acasalando, elas ficam juntas para se defender de inimigos.
Foto: picture alliance/robertharding
Duas mães
O albatroz-de-laysan, comum no Havaí, é conhecido por seu grande número de parcerias homoafetivas. Cerca de 30% dos casais da espécie na ilha de Oahu são compostos por duas fêmeas. As aves são monogâmicas e geralmente ficam juntas por toda a vida, já que são necessários dois genitores para criar um filhote. Os filhotes normalmente são filhos de machos que já estão em outro relacionamento sério.
Foto: imago/Mint Images
Loucos por sexo
Também chamados de chimpanzés-pigmeus, os bonobos são considerados os parentes vivos mais próximos do homem e são conhecidos por buscar prazer sexual, inclusive com o mesmo sexo. Eles mantêm relações homossexuais por prazer ou para estabelecer laços afetivos e evitar conflitos. Cerca de dois terços dos relacionamentos homoafetivos ocorrem entre fêmeas, mas também são comuns entre machos.
Foto: picture-alliance/F. Lanting
Adoção por casais gays
Como muitos pássaros, cisnes também são monogâmicos e ficam somente com um parceiro por anos. Muitos escolhem parceiros do mesmo sexo. Cerca de 20% dos casais de cisnes são homossexuais e normalmente formam uma família juntos. Em alguns casos, eles adotam ovos abandonados. Em outros, um macho do casal gay acasala com uma fêmea e a repele após ela botar uma ninhada de ovos.
Morsas machos só atingem a maturidade sexual aos quatro anos de idade. Até lá, eles são quase exclusivamente homossexuais. Após atingir a maturidade, a maioria dos machos é bissexual e acasala com fêmeas apenas durante a temporada de reprodução. Mas não se trata apenas de prazer sexual entre os machos: eles também se abraçam e dormem juntinhos.
Foto: imago/Nature in Stock
Questão hormonal
Entre as ovelhas, estudos sugerem que até 8% dos machos preferem outros machos, mesmo quando fêmeas férteis estão por perto. No entanto, isso acontece apenas entre ovelhas domésticas. Foi descoberto nos estudos que as estruturas cerebrais das ovelhas homossexuais são diferentes daquelas das ovelhas heterossexuais e liberam menos hormônios sexuais.