Premiê escocesa propõe plebiscito para independência em 2023
28 de junho de 2022
Líder do governo da Escócia afirma que país foi "arrancado" da União Europeia contra a vontade durante o Brexit, e traça planos para uma independência do Reino Unido sem a necessidade do aval de Londres.
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A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, anunciou nesta terça-feira (28/06) planos para realizar um novo plebiscito para retirar o país do Reino Unido.
Na esteira do Brexit, Sturgeon, líder do Partido Nacional Escocês (SNP), disse ter chegado a hora de conduzir a Escócia de volta à União Europeia (UE) como um país independente.
Sturgeon afimou que queria que os cidadãos da Escócia votassem a favor da independência em 19 de outubro de 2023.
"A Escócia, ao longo de gerações, pagou um preço por não ser independente. Governos de Westminster nos quais não votamos, impondo políticas públicas que não apoiamos, muitas vezes nos impedindo de realizar nosso potencial", disse Sturgeon ao Parlamento escocês.
"Os conservadores têm apenas seis deputados da Escócia, apenas 10% da representação escocesa, e ainda assim nos arrancaram da UE contra nossa vontade", afirmou.
Ela disse que o Parlamento escocês poderia promover um novo plebiscito de independência sem o consentimento do governo britânico.
Londres irá "estudar cuidadosamente" a proposta
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e seu Partido Conservador, que está na oposição na Escócia, opõem-se a qualquer votação desse tipo. Eles dizem que a questão foi resolvida em 2014, antes do Brexit, quando o eleitorado escocês votou, por 55% a 45%, para permanecer no Reino Unido.
"Nossa posição permanece inalterada. Tanto a prioridade [do governo britânico] como a do governo escocês deveria ser trabalhar juntos com foco incessante nas questões que sabemos ser importantes para as pessoas em todo o país", disse o porta-voz de Johnson.
"Uma decisão foi tomada pelo primeiro-ministro, então estudaremos cuidadosamente os detalhes da proposta e a Suprema Corte irá agora considerar se aceita o encaminhamento do governo escocês", acrescentou o porta-voz.
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Mudança na realidade política?
Sturgeon disse que o Brexit levou a uma mudança tão significativa do cenário político que uma nova votação era necessária. Cerca de 62% dos escoceses se opuseram a que o Reino Unido deixasse a UE no plebiscito de 2016.
Crítica tanto de Johnson como do Brexit, Sturgeon disse que a Escócia e sua população de cerca de 5,5 milhões de moradores estavam sendo bloqueados.
De acordo com a lei, o governo do Reino Unido em Londres deve primeiro concordar com um plebiscito. Para fazer isso, teria que emitir uma ordem conhecida como seção 30. Mas, em um discurso no início do mês, Sturgeon disse que iria levar a proposta adiante de forma independente.
"Se quisermos manter a democracia aqui na Escócia, devemos forjar um caminho para avançar, se necessário sem uma ordem da seção 30. (...) No entanto, devemos fazer isso de uma maneira legal", disse.
A Escócia e a Inglaterra fundiram-se em uma união política em 1707, criando formalmente o Reino da Grã-Bretanha com um parlamento unificado em Londres. Até então, elas eram Estados separados com Legislativos independentes, mas com o mesmo monarca.
bl (Reuters, AFP)
Dicas em Edimburgo, para além dos kilts e gaitas de fole
Capital da Escócia é um dos pontos mais apreciados das ilhas britânicas, acolhendo ao ano sete vezes mais turistas do que sua população. Ela é ideal para os fãs de teatro, locais históricos, praia, gim e muito mais.
Foto: Imago/Westend61/W. Dieterich
Verão é tempo de festivais
Edimburgo é uma mistura de altiva história escocesa e monumentos nacionais, como o de Calton Hill (foto), de estilo urbano hipster com feiras de alimentos veganos e uma animada cena criativa. Com apenas meio milhão de habitantes, a capital escocesa recebe 3,5 milhões de turistas ao ano. E é nos festivais de verão que ela realmente desabrocha.
Foto: Imago/Westend61/W. Dieterich
Fringe: divertido, colorido, criativo
A mostra Fringe se estabeleceu em 1947, como alternativa ao Festival Internacional de Edimburgo de artes cênicas. E acabou se consagrando como o maior dos 12 eventos da cidade. Em agosto ela transforma Edimburgo num gigantesco palco para humorismo, acrobacia e performance. Em seus 300 locais de apresentação, o foco do Fringe é no inusitado e polêmico.
Foto: edinburgh.org
Castelo de Edimburgo, marco histórico
O Royal Edinburgh Military Tattoo, uma das festividades de agosto, tem como impressionante pano de fundo o Castelo de Edimburgo, o mais visitado da Escócia. Marcada por kilts e gaitas de fole, a parada é organizada pelo Real Regimento da Escócia. O clímax é o evento "Massed Pipes and Drums", encerrado com uma mostra de fogos de artifício atrás da icônica fortaleza medieval.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Hirth
Patrimônios da Unesco
O castelo fortificado medieval não é o único Patrimônio Cultural da cidade. Construído no século 18, o New Town também foi escolhido pela Unesco em 1995. Ele abriga construções neoclássicas, como a Galeria Nacional (centro), com obras de Rembrandt a Monet. E quem escala os 61 metros do Scott Monument (dir.) é recompensado com uma vista panorâmica das cidades nova e antiga.
Foto: picture-alliance/robertharding/N. Clark
Visita à Rainha em Holyrood Palace
Nenhuma viagem à capital escocesa está completa sem uma visita à residência oficial da família real britânica no país, o Palace of Holyroodhouse. As dependências oficiais da atual monarca britânica e as câmaras históricas de Maria Stuart, Rainha dos Escoceses, podem ser visitadas durante quase todo o ano. E também vale conhecer o prédio futurista do Parlamento, situado logo em frente
Foto: picture-alliance/dpa/M. Locke
Royal Mile: rua de passagem com vida subterrânea
Defronte do Holyrood Palace começa a Royal Mile, uma série de ruas de paralelepípedos de quase dois quilômetros de extensão. Ela passa pela igreja mais antiga da capital, a Saint Giles' Cathedral (dir.), levando até o Castelo de Edimburgo. Sob os imponentes edifícios e becos transversais, encontra-se um emaranhado de ruelas onde os cidadãos mais pobres viviam até o século 18.
Foto: Imago/robertharding/N. Clark
Grassmarket, nas pegadas de Harry Potter
Antes tanto mercado de pecuária e comércio de cavalos quanto praça de execuções públicas, o Grassmarket é hoje um ponto de encontro badalado, repleto de pubs, restaurantes e cafés. Todo sábado há uma feira vegana. Consta que J.K. Rowling teria trabalhado num dos cafés locais no que se tornaria a série Harry Potter, tirando inspiração da vista do castelo e de uma escola particular próxima.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Hirth
Greyfriars Bobby, lealdade e devoção canina
O fato de que cães são bem-vindos em muitos pubs, cafés e hotéis de Edimburgo pode ter a ver com este: Bobby, o skye terrier que guardou fielmente o túmulo de seu dono. Uma pequena estátua recorda o animal na entrada do velho cemitério Greyfriars Kirkyard. Diz a lenda que esfregar seu focinho traz boa sorte.
História sanguinolenta e design art nouveau, ciência e alta engenharia: no Museu Nacional da Escócia encontra-se tudo o que seja tipicamente escocês. Isso inclui a ovelha provavelmente mais famosa do mundo, Dolly – o primeiro mamífero clonado a partir de uma célula adulta. Subindo ao terraço do museu, tem-se uma das mais belas vistas do Castelo de Edimburgo.
Foto: National Museum Scotland
Portobello, idílio à beira-mar
A praia de Portobello, com seus mais de três quilômetros de areia fina em Firth of Forth, é o paraíso balneário de Edimburgo. Cafés, barraquinhas de comida e restaurantes povoam a avenida beira-mar. Casas vitorianas acrescentam charme nostálgico a esse subúrbio costeiro do século 19.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Milligan
Vida noturna à moda escocesa
Com arte feita de ossos de animais nas paredes e uma mesa de operação ajustável no bar, Summerhall é um local de eventos onde antes ficava a Escola Veterinária da Universidade de Edimburgo. Durante o Fringe, lá se realizam shows de humorismo e música, exposições de arte e cursos de dança. O gim vem da destilaria da casa. Então, à saúde! Ou como dizem os escoceses: "Slàinte Mhath!".