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Premiê francês rejeita retirar reformas trabalhistas

26 de maio de 2016

Manifestações na França afetam usinas nucleares, refinarias de petróleo, aeroportos e ferrovias. Sindicatos protestam contra projeto de flexibilização do mercado de trabalho.

Trabalhadores de uma refinaria bloquearam uma rodovia perto de Douchy-Les-MinesFoto: Getty Images/AFP/F. Lo Presti

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls rejeitou nesta quinta-feira (26/05) a possibilidade de desistir das reformas trabalhistas, apesar dos protestos que atingem várias regiões do país, mas admitiu modificações pontuais.

Valls afirmou que o governo está disposto a fazer possíveis alterações no texto, mas se recusou a considerar uma retirada das propostas de reforma ou a diluição de seus princípios centrais. O presidente François Hollande, que está no Japão para a cúpula do G7, afirmou que apoia a posição de Valls.

Manifestações começaram em várias cidades da França ao redor do meio-dia. Os sindicatos protestam contra as controversas reformas que visam a flexibilização do mercado de trabalho. Este é o oitavo dia de mobilização desde março.

Em Paris, dezenas de jovens mascarados se envolveram em confrontos com a polícia, às margens de uma manifestação contra a nova legislação trabalhista. Eles destruíram várias viaturas policiais e jogaram garrafas contra policiais, que revidaram com gás lacrimogêneo.

Valls admite ajuste pontuaisFoto: Getty Images/AFP/P. Kovarik

Em toda a França, funcionários de 19 usinas nucleares – que geram 75% da eletricidade do país – aderiram à paralisação, sendo que os trabalhadores de 12 centrais já haviam cruzado os braços durante a madrugada.

Quase 10% dos trabalhadores da companhia francesa EDF, que opera as usinas, entraram em greve, segundo um porta-voz da empresa, que assegurou que o fornecimento de energia está "garantido".

Greves em refinarias provocaram longas filas em postos de gasolina, com motoristas abastecendo seus carros a preços mais altos do que o normal. Cerca de 20% dos postos de combustível enfrentam escassez do produto devido às paralisações. Seis das oito refinarias do país se encontram total ou parcialmente fechadas, segundo a União Francesa de Indústrias Petrolíferas.

Trabalhadores de uma refinaria bloquearam uma rodovia perto de Douchy-Les-MinesFoto: Getty Images/AFP/F. Lo Presti

Trens de longa distância e regionais também foram afetados, e 15% dos voos no aeroporto de Orly foram cancelados devido a uma greve convocada pelo sindicato dos controladores de tráfego aéreo.

No início desta semana, a operadora ferroviária francesa SNCF afirmou que o nível de participação em greves tem diminuído desde que foi atingida uma taxa de 35,5% em 9 de março. Na quarta-feira, a taxa de participação foi de 10,6%, segundo a SNCF.

Os piquetes de greve também encerraram ou bloquearam parcialmente o acesso a centros industriais, como a zona portuária de Brest, área de fabricação de submarinos nucleares.

Ações semelhantes ocorreram em infraestruturas estratégicas, como nas pontes de Normandia e de Tancarville sobre o rio Sena, no aeroporto de Nantes e na linha férrea entre Paris e Brest.

MD/dpa/lusa/afp

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