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Premiê grego diz que Syriza "deixará Europa contra Grécia"

24 de janeiro de 2015

Em último comício antes das eleições no domingo, Antonis Samaras afirma que esquerdistas "vão nos obrigar a fazer novos empréstimos". Oposição garante querer permanência na zona do euro, mas com renegociação da dívida.

Foto: Angelos Tzortzinis/AFP/Getty Images

O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, fez nesta sexta-feira (23/01) um apelo final aos eleitores para que não votem no partido esquerdista Syriza nas eleições gerais deste domingo (25/01). Samaras pertence ao partido Nova Democracia, que nas pesquisas está atrás justamente do Syriza.

"O Syriza não vai mudar a Europa, mas deixará a Europa contra a Grécia", disse Samaras, no último comício de campanha, em Atenas, acrescentando que, apesar dos anos de austeridade, o país estava mostrando sinais de recuperação.

A possibilidade de uma vitória do Syriza na votação de domingo provocou temores de que a Grécia poderia dar um calote e deixar a zona do euro. "Eles [Syriza] vão nos levar ao ponto de precisar fazer novos empréstimos", afirmou Samaras.

Enquanto isso, o líder dos esquerdistas, Alexis Tsipras, declarou que seu partido restaurará a "dignidade" da Grécia. Ele pretende renegociar a dívida do país e acabar com as medidas de austeridade impostas por um resgate internacional. As medidas foram negociadas durante a crise de 2010 em troca da ajuda financeira de 245 bilhões de euros da chamada troica – Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (EBC) e a União Europeia (UE).

Em seu comício final, Tsipras afirmou que espera alcançar uma "solução mutuamente aceitável" com os credores da Grécia, mas garantiu também que o Syriza moderou a sua postura desde o auge da crise do euro, e disse que deseja a permanência da Grécia no bloco econômico europeu.

Porém, críticos afirmam que aquilo que o partido de Tsipras está defendendo pode significar que a Grécia seja forçada a deixar a zona do euro, querendo ou não.

Em 2014, a Grécia apresentou sinais de que saiu da recessão, mas sua média de desemprego continua o mais alto da Europa – aproximadamente 26%. Para o Syriza, a austeridade fiscal não trouxe benefícios à população.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, reiterou o desejo de que a Grécia continue na zona do euro, mesmo com a vitória do Syriza. "No centro de nossos princípios reside a solidariedade", disse. "Eu quero que a Grécia, apesar das dificuldades, permaneça como parte de nossa história."

Ao todo, são 300 cadeiras do Parlamento em jogo para os votos de 9,8 milhões de gregos. As pesquisas mostram que, atualmente, o Syriza não conseguiria atingir as 151 cadeiras necessárias para obter maioria. Precisaria negociar uma coalizão com legendas menores para indicar o primeiro-ministro.

PV/dpa/afp

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