1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Premiê holandês ganha força para chefiar a Otan

22 de fevereiro de 2024

Indicação de Mark Rutte como novo secretário-geral da aliança militar recebe apoio de EUA, Alemanha e Reino Unido. Troca de comando marcará fim de uma década de liderança do norueguês Jens Stoltenberg.

Mark Rutte
Mark Rutte tem sido um rosto conhecido na política europeia após completar 13 anos como primeiro-ministro da Holanda Foto: Nina Liashonok/REUTERS

O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, recebeu nesta quinta-feira (22/02) um impulso para se tornar o próximo secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), ao receber o apoio dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Alemanha.

"Com sua imensa experiência, seu grande conhecimento em política de segurança e suas fortes habilidades diplomáticas, ele é um candidato excepcional", disse o porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, que acrescentou que Rutte tem o apoio do chanceler federal, Olaf Scholz.

O presidente dos EUA, Joe Biden, também apoia "fortemente" o premiê holandês, de acordo com uma autoridade americana. "O primeiro-ministro Rutte tem uma profunda compreensão da importância da aliança, é um líder e comunicador nato, e sua liderança serviria bem à aliança neste momento crítico", disse a repórteres.

Paralelamente, um porta-voz do primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, disse que Rutte era muito respeitado entre os membros da Otan e "tem sólidas credenciais em defesa e segurança".

Posição delicada

O atual secretário-Geral da Otan, Jens Stoltenberg, vai encerrar seu mandato em outubro, após permanecer uma década no posto.

Seu sucessor terá que procurar equilibrar o apoio dos membros da Otan à Ucrânia e, ao mesmo tempo, evitar qualquer escalada que possa levar a aliança a uma guerra contra a Rússia.

Dependendo do resultado das eleições presidenciais americanas de novembro, o próximo chefe da Otan poderá ainda ter que lidar com um segundo mandato de Donald Trump, que foi alvo de críticas de autoridades ocidentais no início do mês por questionar o compromisso dos EUA em defender os países-membros da aliança.

Fundada em 1949 para contrabalancear a força da União Soviética durante a Guerra Fria, a Otan é uma aliança política e militar de países da América do Norte e da Europa.

Consagrado no Artigo 5 de seu tratado de fundação está o princípio da defesa coletiva - a ideia de que um ataque a um membro é considerado um ataque a todos.

Mark Rutte e o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski. Próximo chefe da Otan terá que lidar com apoio da aliança ao país do leste europeuFoto: ROB ENGELAAR/ANP/IMAGO

Indicação precisa de apoio de todos os 31 países-membros

A indicação para o cargo de secretário-geral da Otan é escolhida por consenso, o que significa que todos os membros devem concordar com a decisão final. No entanto, os EUA costumam exercer mais peso na escolha. Atualmente, a aliança tem 31 membros - em breve ela deve ser expandida com a entrada da Suécia.

Rutte tem sido um rosto conhecido na política europeia após completar 13 anos como primeiro-ministro da Holanda - o mais longo mandato na história do país.

Ele anunciou inesperadamente sua saída da política holandesa no ano passado, mas continua a liderar o país de forma interina até que um novo governo de coalizão possa ser formado após a última eleição, em 22 de novembro.

No ano passado, Rutte disse à mídia holandesa estar aberto à ideia de assumir chefia da Otan, algo que ele classificou como "um trabalho muito interessante".

Além de Rutte, a lista de aspirantes confessos ao cargo inclui a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, e o ministro das Relações Exteriores da Letônia, Krisjanis Karins. O nome do presidente romeno Klaus Iohannis também tem sido mencionado em discussões informais recentemente.

Espera-se que o sucessor de Stoltenberg seja anunciado em Washington, o mais tardar, em julho, para coincidir com a reunião que vai marcar o 75º aniversário da aliança.

jps/le (Reuters, dpa, AFP)