Premiê japonês expressa a Fidel temor sobre Coreia do Norte
23 de setembro de 2016
Em Havana, Shinzo Abe discute com líder cubano os últimos testes de mísseis de Pyongyang, com quem Cuba mantém relações. Ele é o primeiro chefe de governo do Japão a visitar a ilha caribenha.
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O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, esteve em Havana, nesta quinta-feira (22/03), na primeira visita de um chefe de governo do Japão a Cuba. Abe se encontrou com Fidel Castro, procurando apoio contra as ambições nucleares da Coreia do Norte, que mantém relações com a ilha caribenha.
"O primeiro-ministro salientou a necessidade que a comunidade internacional tem de responder a isso rigorosamente unida", afirmou o porta-voz do Ministério do Exterior do Japão Yasuhisa Kawamura, após o encontro de 70 minutos entre Abe e Fidel.
No início do mês, a Coreia do Norte realizou seu quinto e maior teste nuclear e anunciou ter capacidade de montar uma ogiva em um míssil balístico. Nunca foi possível verificar de maneira independente as afirmações de Pyongyang, que classifica Coreia do Sul e EUA como seus maiores inimigos.
Um comunicado oficial divulgado na TV afirmou que os dois líderes "discutiram a complexidade e os perigos que afetam o mundo e a necessidade de aumentar os esforços com vista à eliminação das armas nucleares e a manutenção da paz."
Fidel, que visitou Hiroshima em 2003, disse a Abe que os problemas com Pyongyang precisam ser resolvidos pacificamente, através do diálogo.
Impulso comercial
Abe também conversou com o presidente cubano, Raúl Castro, sobre relações econômicas e comerciais. Falando para o jornal do Partido Comunista Cubano, Granma, o premiê japonês declarou que espera expandir o comércio, após a decisão de Cuba de tornar a sua economia mais favorável aos negócios.
"Eu espero, sinceramente, que a minha estada aqui se torne uma oportunidade para abrir um novo capítulo na relação de amizade entre as duas nações", afirmou o premiê. "Acredito firmemente que as companhias japonesas podem, como parceiros confiáveis, prestar uma contribuição notável para Cuba, que está atualizando seu modelo sócio-econômico", acrescentou.
Diversos líderes ocidentais visitaram recentemente Cuba, desde que o país deu início à normalização de laços com os EUA, dois anos atrás. O presidente americano, Barack Obama, visitou a ilha em março, após quase seis décadas de gelo diplomático com o regime castrista.
A árvore genealógica de Fidel Castro é vasta e ramificada. A família ganhou destaque nesta semana após a morte de Ramón Castro, irmão mais velho do ex-dirigente. Conheça nessa galeria os rostos do clã
Foto: picture-alliance/dpa
Onde tudo começou
Ángel Castro Argiz nasceu nesta casa em Láncara, na província galega de Lugo, no noroeste da Espanha. Em 1899 ele chegou a Havana. Após ser bem-sucedido em vários negócios, se converteu em latifundiário e casou-se com sua primeira mulher, María Luisa Argota Reyes. A união fracassou, e Angel casou em 1943 com Lina Ruz González. Eles tiveram sete filhos, entre eles Fidel e Raúl Castro.
Foto: picture-alliance/dpa/J.M. Castro
Lina Ruz
A mãe de Fidel Castro. Com ela, Ángel Castro Ariz manteve uma relação extraconjugal e teve uma primeira filha, Ángela, quando ainda estava casado com María Luisa Argota, com quem já tinha dois filhos. Nesta imagem, uma funcionária da Casa Museu Fidel Castro mostra uma fotografia de Fidel, Raúl e Ramón Castro. Ao lado, um retrato da mãe do trio, Lina Ruz.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Soler
Fidel Castro
Foi primeiro-ministro (1959-1976) e presidente de Cuba (1976-2008) e se manteve como primeiro-secretário do Partido Comunista até 2011, quando transferiu todos os poderes ao seu irmão Raúl. Fidel tem dez filhos conhecidos: o mais velho, Fidel Ángel, é fruto do casamento com Mirta Díaz-Balart; outros cinco, da união com Dalia Soto del Valle; outros quatro foram gerados em casos extraconjugais.
A segunda mulher de Fidel Castro, com quem ele se casou em 1980. O casal tem cinco filhos. Todos têm nomes iniciados com a letra "A". Alexis, Alexander, Antonio, Alejandro e Ángel. Discreta, Dalia sempre viveu sob a sombra do "comandante". Em 2015, durante uma visita do presidente François Hollande a Fidel, em Havana, muitos a confundiram com uma assessora.
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Raúl Castro
É presidente de Cuba desde 2008. Raúl casou-se com Vilma Espín em 1959 e teve quatro filhos. Dois são bem conhecidos: Mariela Catro, uma política e sexóloga de renome que atua como diretora do Centro Nacional de Educação Sexual de Cuba; e Alejandro Castro, que ostenta a patente de coronel e atua como assistente pessoal do pai.
Foto: picture alliance/AP Photo/D. Boylan
Vilma Espín
A falecida mulher de Raúl Castro foi uma destacada dirigente política da Revolução Cubana e membro do Movimento 26 de Julho. Ela estudou engenharia química e foi membro do Comitê Central do Partido Comunista cubano de 1965 até a sua morte. Ela se casou com Raúl em 1959. O casal teve quatro filhos: Deborah, Mariela, Nilsa e Alejandro. Vilma morreu em consequência de um câncer em junho de 2007.
Foto: Imago/GranAngular
Ramón Castro
O irmão mais velho de Fidel e Raúl Castro faleceu no dia 23 de fevereiro de 2016 em Havana, aos 91 anos. Nascido em 14 de outubro de 1924, Ramón Castro cooperou com a guerrilha liderada pelo seu irmão Fidel e o Movimento 26 de Julho. Após o triunfo da revolução, ele desempenhou diferentes atividades no setor agropecuário.
"A última vez que falei com meu irmão Raúl foi em 18 de junho de 1964, um dia antes da minha partida." Após descobrir em primeira mão os excessos da Revolução, Juanita exilou-se no México e depois em Miami. Em 1965, ela obteve a nacionalidade americana. Crítica da política cubana, ela admitiu ter colaborado com a CIA em 1963. Em 2009, publicou "Fidel e Raúl, meus irmãos – a história secreta".
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Alina Fernández
Uma das filhas que Fidel teve em seus relacionamentos extraconjugais e que foi reconhecida pelo comandante. Ela passou a sua infância junto com a mãe, Natalia Revuelta, e foi registrada com o sobrenome do marido dela. Por causa da sua crescente insatisfação política, Alina abandonou o país em 1993, contra a vontade do pai. Em 1997 ela publicou o livro "Memórias da Filha de Fidel Castro".
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Fidel Ángel Castro Díaz-Balart
É o filho de Fidel com sua primeira esposa, Mirta Díaz-Balart. Após se formar na Universidade de Lomonosov, em Moscou, Fidel Ángel esteve ligado ao Instituto Kurchatov, uma instituição soviética para pesquisa de energia atômica. Na década de 1980, ele esteve vinculado ao desenvolvimento do setor atômico em Cuba, onde fundou o Instituto Superior de Ciências e Tecnologias Nucleares de Havana.
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Alex Castro
Nascido em 1963, é um dos três filhos de Fidel com mais exposição pública. É artista e atua como fotógrafo oficial do seu pai. Há algumas semanas, declarou em entrevista que compreende a retomada das relações de Cuba com os Estados Unidos como "algo lógico". Também afirmou que Fidel "sempre esteve de acordo com a reaproximação e o restabelecimento das relações entre os dois países".
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Antonio Castro
É filho de Fidel Castro com Dalia Soto. É um cirurgião que atua como médico da equipe nacional de beisebol de Cuba e presidente da federação cubana desse esporte. Ao longo da sua vida foi protagonista de vários escândalos.