Em festa pelos 27 anos da Reunificação, Steinmeier apela por debate franco sobre imigração e chama a atenção para as novas divisões que afligem a Alemanha. Evento ocorreu sob a sombra da ascensão dos populistas.
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O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, alertou nesta terça-feira (03/10), em cerimônia pelos 27 anos da Reunificação, sobre os novos muros que separam o país – "entre ricos e pobres, cidade e campo, online e offline".
O discurso foi feito na cidade de Mainz, no sudoeste da Alemanha. Ao lado da chanceler federal Angela Merkel e outras autoridades, Steinmeier evitou referência direta à ascensão dos populistas de direita nas eleições, mas não fugiu do tema.
"O grande muro que atravessava o nosso país não existe mais. Mas novos muros surgiram, menos visíveis, sem arames farpados e faixas da morte", discursou o presidente alemão.
Steinmeier tocou também na questão migratória e pediu um debate franco sobre "qual e quanta imigração" a Alemanha precisa. "Só quando levarmos a sério essas duas perguntas, vamos superar a polarização no atual debate", afirmou.
Geralmente festivo, o 3 de outubro, feriado nacional, foi ofuscado neste ano pelo forte desempenho dos nacionalistas da Alternativa para a Alemanha (AfD), um partido de retórica antimigração, nas últimas eleições alemãs.
Com mais de 12% dos votos, o partido entrou no Parlamento alemão pela primeira vez graças, em grande parte, ao bom desempenho em áreas rurais do leste do país, onde obteve votação expressiva de 22,5%.
Muitos moradores da região onde ficava a antiga Alemanha Oriental se sentem deixados para trás e alegam que sua condição de vida não melhorou de fato desde a reunificação alemã.
No leste alemão, o sentimento anti-imigrantes é maior do que no oeste, embora o número de estrangeiros vivendo ali seja bem menor do que o registrado na parte ocidental do país. Pesquisa de agosto do instituto Forsa mostrou que 55% dos moradores do leste não acreditam que os dois lados tenham crescido simultaneamente desde a Reunificação.
No evento em Mainz nesta terça-feira, Merkel, que cresceu na Alemanha Oriental, admitiu lacunas na Reunificação: "Podemos olhar para trás e dizer: muito da unificação funcionou bem, e isso deveria nos dar a força para resolver os problemas que ficaram."
Entre os principais problemas do Leste estão uma economia mais fraca, maior desemprego e uma queda na população, em parte por fuga de talentos – muitos jovens se mudam para o ocidente do país, em busca de melhores oportunidades de emprego.
Em 3 de outubro de 1990, a República Democrática Alemã (RDA) oficialmente aderiu à República Federal da Alemanha (RFA) – estava formalizada a Reunificação. Desde então, o povo alemão comemora o Dia da Unidade Alemã como seu feriado nacional.
Os 16 estados da Alemanha
Da Baviera a Hamburgo, de Brandemburgo à Renânia: uma viagem pelos 16 estados que, desde a Reunificação, formam a atual Alemanha. Conheça o ponto alto de cada região.
Baviera
A Baviera é o destino mais popular dos turistas na Alemanha – todos os anos, cerca de 7,5 milhões de estrangeiros visitam o estado. Ele é especialmente reconhecido por suas antigas tradições e belíssimas paisagens. Cerca de 12,5 milhões de pessoas vivem na Baviera, cuja capital é Munique.
Baden-Württemberg
Baden-Württemberg é um estado vizinho da Baviera, no sudoeste da Alemanha. Seu lema é: "Nós podemos tudo, menos falar o alemão padrão" – uma alusão ao forte dialeto local. Além da variedade de sotaques, o terceiro maior estado da Alemanha é diversificado também nas paisagens e na culinária. Mais de 10 milhões de pessoas vivem no local, cuja capital é Stuttgart.
Berlim
Entre os 16 estados da Alemanha, três deles são formados por cidades. Berlim é uma delas. A capital alemã, sede do governo e metrópole cultural, tem 3,4 milhões de habitantes, e é uma cidade empolgante que está constantemente em mudança – talvez seja por isso que os turistas gostam tanto dela.
Hamburgo
A cidade hanseática de Hamburgo também pertence às três cidades-estado e conta com aproximadamente 1,7 milhão de habitantes. "Grosse Freiheit" – ou "grande liberdade" – não é somente o nome de uma rua na área mais popular da cidade, mas uma representação do verdadeiro estilo de vida em Hamburgo.
Bremen
Do coração urbano de Bremen até o centro marítimo de Bremerhaven, é o menor estado da Alemanha, com apenas 664 mil habitantes. Ainda assim, a cidade-estado oferece uma ampla gama de atrações, moldadas sempre por tradições hanseáticas.
Baixa Saxônia
Poucas cidades e muitas paisagens rurais compõem a Baixa Saxônia. Dos lamaçais do Mar do Norte às colinas dos planaltos de Weser, o segundo maior estado da Alemanha orgulha-se de sua enorme variedade de paisagens. Cerca de 8 milhões de pessoas vivem na região, cuja capital é Hannover.
Renânia do Norte-Vestfália
O estado mais popular da Alemanha, com 18 milhões de habitantes, é conhecido por sua diversidade cultural, bem como pela população alegre e trabalhadora. A maior cidade da Renânia do Norte-Vestfália é Colônia, mas a capital é a cidade vizinha, Düsseldorf. A sede da DW fica em Bonn.
Renânia-Palatinado
Esse é um local de vinhos e madeiras, muito propício para caminhar. A natureza do estado é ainda mais bonita devido à presença de diferentes rios – Reno, Mosela, Nahe e Ahr – enquanto a rica cultura da região também oferece prazer garantido. Cerca de 4 milhões de pessoas vivem na Renânia-Palatinado, cuja capital é Mainz.
Hessen
O estado de Hessen oferece opções incríveis para todos que viajam pela Alemanha. É no norte da região que estão as paisagens dos contos de fadas dos irmãos Grinn. Na região do rio Meno, está a metrópole financeira Frankfurt, a maior cidade de Hessen. A capital é Wiesbaden e há cerca de 6,1 milhões de habitantes no estado.
Sarre
Localizado no oeste da Alemanha, o Sarre faz fronteira com França e Luxemburgo, é um estado pequeno e tem uma história bastante interessante. O estilo de vida europeu é parte da vida cotidiana em Sarre, que tem pouco mais de um milhão de habitantes e cuja capital é Saarbrücken.
Schleswig-Holstein
Com vista para o Mar Báltico e para o Mar do Norte, esse estado é fortemente influenciado pela vida marítima. As incríveis praias, ilhas e cidades portuárias são ótimas razões para visitar a região de Eslésvico-Holsácia. A capital é Kiel e cerca de 2,8 milhões de pessoas vivem em todo o estado.
Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental
Mecklemburgo-Pomerânia também tem sua parte de Mar Báltico. Antes da reunificação da Alemanha, em 1990, o estado pertencia ao lado leste do país. Nenhuma outra região possui tantos lagos e rios, e cerca de 1,7 milhões de pessoas vivem por lá. A capital é Schwerin.
Brandemburgo
Outro estado alemão recém-criado é Brandemburgo, vizinho de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. Berlinenses adoram dar uma viajada por lá para apreciar a beleza natural do local, que tem fácil acesso para a capital alemã. Brandemburgo tem 2,5 milhões de habitantes e sua capital é Potsdam.
Saxônia
A Saxônia, no leste da Alemanha, tem cerca de 4 milhões de habitantes e abrange 18.400 quilômetros quadrados, o que a coloca em algum lugar do meio da lista dos estados alemães. Mas a Saxônia não é mediana: há muito para ver na região. Um exemplo é a arquitetura barroca de Dresden, sua capital.
Saxônia-Anhalt
A Alta Saxônia atrai inúmeros visitantes devido à sua famosa arquitetura de Bauhaus, assim como suas lindas paisagens e jardins, como os de Dessau-Wörlitz, que datam do século 18. A região tem cerca de 2,4 milhões de habitantes e a capital é Magdeburg.
Turíngia
Apelidada de “o coração verde da Alemanha”, a Turíngia fica exatamente no centro do país. O estado tem cerca de 2,3 milhões de habitantes e sua capital é Erfurt.