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Fim brusco

7 de maio de 2011

Visita de Wulff à siderúrgica da multinacional alemã no Rio fecharia giro presidencial pela América Latina. Presidente alemão se irritou por não ter sido avisado do plano de reestruturação da empresa.

Presidentes Christian Wulff (e) e Dilma RousseffFoto: AP

O presidente da Alemanha, Christian Wulff, decidiu abreviar sua estada no Brasil após a metalúrgica ThyssenKrupp divulgar um plano de reestruturação que prevê o corte de 35 mil funcionários. Ele planejava visitar a nova siderúrgica da empresa alemã no estado do Rio de Janeiro neste sábado (07/05). Com o anúncio, a visita foi cancelada.

Wullf reagiu com irritação à notícia por não ter sido comunicado com antecedência pela direção da ThyssenKrupp. Ele ficou sabendo dos planos de reestruturação pela imprensa, nesta sexta-feira, poucas horas antes da visita.

Um dia antes, o chefe para a América da empresa, Hans Fischer, informara Wulff sobre a estratégia para o exterior da metalúrgica, sem mencionar as demissões.

O chefe de Estado alemão e sua esposa voltaram a Berlim neste sábado, num voo de carreira, depois de o Airbus 310 da comitiva apresentar problemas técnicos. o avião ficará retido em São Paulo ao menos até este domingo.

Motivo para frustração
Fábrica da ThyssenKrupp na AlemanhaFoto: ThyssenKrupp

A visita à nova siderúrgica da empresa, no estado do Rio de Janeiro, concluiria o giro de uma semana do presidente alemão pela América Latina, que o levara antes ao México e a Costa Rica.

Da declaração distribuída pela porta-voz de Wulff, durante recepção no Instituto Goethe, consta a decisão foi tomada devido às "abrangentes reestruturações dentro do conglomerado ThyssenKrupp, anunciadas a curto prazo e com consequências ainda não previsíveis".

O presidente tem motivos para estar frustrado com o inesperado anúncio da empresa, já que a visita à siderúrgica na Baía de Sepetiba também tinha caráter de socorro à multinacional sediada em Essen, Alemanha. Após investir mais de 5 bilhões de euros nas instalações, ela enfrenta a resistência de ambientalistas. Ao longo de sua visita ao Brasil, Wulff diversas vezes elogiou o empreendimento.

Reações compreensivas

Segundo o secretário parlamentar de Estado no Ministério alemão da Economia, Hans-Joachim Otto, não havia alternativa ao cancelamento. De modo geral, a comitiva de Wulff – inclusive os empresários que o acompanhavam – demonstrou compreensão, embora alguns tenham lamentado a estratégia de comunicação infeliz.

A reação da ThyssenKrupp foi igualmente compreensiva. O presidente do conselho de empresa Thomas Schlenz expressou-se "um tanto surpreso" pelo cancelamento, pois "não se trata de cortes de pessoal, mas sim de vendas e reestruturação". Entretanto ele disse achar "bom que a política se preocupe pelas nossas vagas de trabalho".

"Isto deve ser um estímulo para que a ThyssenKrupp feche um pacote de segurança conosco durante as conversas com os representantes dos empregados, atualmente em curso ", comentou Schlenz.

AV/dapd/dpa
Revisão: Alexandre Schossler

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