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Presidente alemão condena "nacionalismo exacerbado"

16 de dezembro de 2019

No 75º aniversário da última grande ofensiva nazista na Segunda Guerra, Frank-Walter Steimeier pede união na Europa. Ofensiva das Ardenas matou mais de 19 mil soldados americanos.

Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, discursa
"Uma Europa unida e pacífica é a lição que tiramos da guerra de aniquilação", disse SteinmeierFoto: Getty Images/AFP/Belga/D. Waem

O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, fez nesta segunda-feira (16/12) um alerta contra nacionalismo e pediu coesão na Europa.

"Uma Europa unida e pacífica: essa é a lição que nós, europeus, tiramos do nacionalismo exacerbado e racismo, da guerra de aniquilação", disse em discurso numa cerimônia na Bélgica para lembrar o 75º aniversário do início da Ofensiva das Ardenas pelas tropas nazistas, na Segunda Guerra Mundial. "Por favor, não vamos esquecer! Especialmente nesta época em que o nacionalismo e o pensamento etnocêntrico estão recuperando seu poder sedutor", frisou.

O evento ocorreu na pequena cidade belga de Bastogne, onde os aliados conseguiram repelir a última grande ofensiva alemã da Segunda Guerra Mundial. Mais de 19 mil soldados americanos foram mortos no que é considerada uma das batalhas mais sangrentas da história dos Estados Unidos. "Aqueles que morreram foram vítimas de ódio, ilusão e uma fúria destrutiva originadas no meu país", ressaltou Steinmeier, acrescentando que a Alemanha reconhece e assume sua responsabilidade pela guerra.

Tanque americano durante o cerco de Bastogne pelas forças nazistas, em 1944Foto: picture-alliance / United Archives/TopFoto

A cerimônia transcorreu no memorial de Mardasson, construído em memória dos soldados americanos mortos e feridos no confronto. Além de Steinmeier, participaram do evento a primeira-ministra belga, Sophie Wilmes, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, e o presidente da Polônia, Andrzej Duda.

A Ofensiva das Ardenas foi a última tentativa da Alemanha de Hitler de derrotar os Aliados, depois de o desembarque das tropas americanas na Normandia, em junho de 1944, marcar o ponto de virada decisivo na Segunda Guerra Mundial.

As forças alemãs iniciaram seu ataque em 16 de dezembro de 1944. O objetivo era tomar o porto de Antuérpia para interromper a rota de fornecimento aos Aliados. A ofensiva conseguiu repelir temporariamente as tropas americanas. Os soldados alemães cercaram os paraquedistas americanos da 101ª Divisão Aerotransportada, que haviam desembarcado na Normandia meses antes, na pequena cidade de Bastogne, na fronteira com Luxemburgo.

Tropa dos EUA nos arredores de Bastogne. Batalha das Ardenas custou a vida de mais de 19 mil soldados americanosFoto: picture-alliance/Usis-Dite/Leemage

Em 20 de dezembro, as forças nazistas atacaram Bastogne. Mas o general americano Anthony McAuliffe recusou-se a se render. Impôs-se um cerco de três semanas à cidade. O episódio passou a fazer parte da cultura popular americana através de vários livros, filmes e, sobretudo, a série de TV Irmãos de Guerra.

Foi o Terceiro Exército dos EUA, comandado pelo general George S. Patton que veio socorrer os 18 mil paraquedistas americanos cercados. Em janeiro de 1945, os Aliados assumiram a vantagem na disputa.

À tarde, juntamente com o grão-duque Henri e o primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, Steinmeier e os outros representantes políticos, visitaram o túmulo de Patton no cemitério militar americano no bairro de Luxemburgo Hamm. O general americano morto em 1945 foi enterrado no local a seu próprio pedido, para repousar entre seus soldados.

Os episódios de batalha da Ofensiva das Ardenas já haviam sido encenados no domingo por centenas de atores em uniformes históricos. A convite do Instituto Belga de História da Guerra, testemunhas da época belgas, americanas e alemãs também participaram das comemorações.

MD/dpa/ap/afp

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