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Presidente alemão na América Latina

rw18 de novembro de 2003

Johannes Rau inicia no México viagem por quatro países latino-americanos. O presidente alemão, que estará nos dias 27 e 28 no Brasil, considera São Paulo mais importante que Xangai para a economia alemã.

Economia, cultura e futebol na bagagemFoto: dpa

Até o próximo dia 29, o presidente da Alemanha terá passado pelo México, Chile, Uruguai e Brasil, sendo este o único país que ele já conhece. No Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, Rau participará das festividades dos 40 anos do Acordo Básico Teuto-Brasileiro de Cooperação Técnica, cujos resultados foram sentidos principalmente pelas pequenas e médias empresas e nas áreas de meio ambiente e educação.

Na agenda brasileira do presidente alemão estão ainda encontros com os presidentes da Câmara, do Senado e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, além, é claro, de ser recebido pelo chefe de governo brasileiro. O presidente da Alemanha conhece Luiz Inácio Lula da Silva dos tempos em este era sindicalista.

A visita do chefe de Estado alemão, que não concorre à reeleição no próximo ano, começa nesta terça-feira no México e vai durar dez dias. Viagens oficiais, lamenta, são sempre apressadas. Uma mistura entre hotéis climatizados, conversas sobre política e passeios turísticos, afirma Rau, de 72 anos.

Interesses econômicos

Não se espera polêmica de conteúdo político deste giro, ainda mais que a Alemanha considera o Brasil e o México como fundamentos da democracia na região.

Sob o aspecto econômico, a visita é um gesto importante para o México, que busca o apoio europeu para se emancipar dos Estados Unidos e do Nafta, assim como para os países do Mercosul, que querem incrementar o comércio com a União Européia, destaca o encarregado da bancada social-democrata para a América Latina, Lothar Mark.

Segundo o diretor da Associação Ibero-América de Hamburgo, atualmente há duas mil empresas alemãs na América Latina, das quais 1200 no Brasil. Um potencial a ser melhor aproveitado, diz Frank Westermann, "pois as transações com a América Latina representam apenas 3% na balança comercial alemã, o mesmo que a pequena Suíça".

O presidente Rau está convicto de que, às portas da ampliação da União Européia com a entrada de uma série de jovens democracias ─ como a Polônia e a Bulgária ─, o velho continente pode ser um parceiro útil à América Latina. No que acredita também a secretária-adjunta do Ministério das Relações Exteriores, que acompanha o presidente alemão. Kerstin Müller, do Partido Verde, aposta no curso de reformas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Interesses culturais

Outra prioridade da viagem é o intercâmbio cultural. A falta de verba e o fechamento de vários institutos Goethe ameaçam a divulgação da cultura alemã na região, por isso Johannes Rau pretende se engajar especialmente pela divulgação do seu idioma.

Como não poderia deixar de ser, o bom filho de pastor luterano também pretende visitar bairros pobres e se informar sobre projetos eclesiásticos na periferia de grandes centros urbanos.

Em comum com o Brasil, a Alemanha também tem a paixão pelo futebol. Por isso, Rau não esconde a alegria de estar sendo acompanhado pelo cineasta Sönke Wortmann, diretor do filme O Milagre de Berna.

A obra, lançada nos cinemas em outubro, enfoca a conquista da primeira Copa do Mundo pela Alemanha, em 1954. O presidente alemão pretende ver o filme com crianças numa escola no México e, no Brasil, com o presidente Lula.

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