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Mais solidariedade com refugiados na Europa

30 de junho de 2014

Joachim Gauck volta a se referir à questão dos refugiados, pedindo tratamento mais humano e solidário aos que buscam asilo no continente europeu. Na Sicília, 30 refugiados morrem em embarcação.

Joachim Gauck discursa em BerlimFoto: picture-alliance/dpa

O presidente da Alemanha, Joachim Gauck, lançou um apelo nesta segunda-feira (30/06) para que os que buscam asilo na Europa sejam tratados de modo mais humano e solidário. "Os refugiados que desembarcam na costa da Itália ou de Malta não são apenas uma questão da Itália ou de Malta", declarou Gauck durante uma jornada organizada pela Academia Evangélica de Proteção aos Refugiados.

"A forma de lidar com essas pessoas é responsabilidade conjunta de todos os europeus. Os refugiados têm direitos que a Europa se comprometeu a velar", declarou. "As imagens dos caixões no hangar do aeroporto de Lampedusa, ou das pessoas escalando os alambrados de Ceuta e Melila, não combinam com as imagens que nós europeus temos de nós mesmos."

O apelo do chefe de Estado alemão vem num momento em que o afluxo de refugiados à Europa alcança proporções dramáticas. Segundo fontes da Marinha italiana, nesta segunda-feira foram resgatados os corpos de mais 30 refugiados numa embarcação superlotada, no litoral da Sicília. Deduz-se que os fugitivos tenham sufocado durante a perigosa travessia. A Marinha informou ainda, ter salvo neste fim de semana mais de 5 mil migrantes no Mar Mediterrâneo, apenas num período de 48 horas.

Países do Mediterrâneo arcam com maior carga de refugiadosFoto: picture-alliance/AP Photo

Esforços relativos

Em seu discurso em Berlim, Gauck pediu, ainda, maior flexibilidade na transição entre asilo e migração laboral. O presidente defendeu o desenvolvimento de uma política europeia comum que permita que cada refugiado possa fazer valer seus direitos, e que as pessoas não sejam devolvidas a seus países de origem, "antes de serem ouvidas sobre seus motivos de fuga e, dado o caso, receberem proteção contra a perseguição".

Para ele, é importante que não se jogue a responsabilidade de um lado a outro, e que a carga "seja dividida de maneira mais justa, mais transparente e mais solidária". O presidente ressaltou que os europeus devem evitar, acima de tudo, "enumerar reciprocamente o que cada o outro deveria fazer, antes de nós mesmos nos movermos".

Gauck voltou a repetir a pergunta que já havia feito em seu pronunciamento de Natal: "Fazemos tudo o que podemos? A resposta é: nós, a Alemanha e também a Europa, fazemos muito, mas nem tanto quanto algumas vezes nos parece".

Neste mês, a Alemanha concordou em receber mais 10 mil refugiados da Síria. Até há pouco, o país rechaçava o debate sobre uma divisão de tarefas, alegando acolher o maior número de refugiados. Porém em proporção ao número de habitantes, os alemães estão em nono lugar na Europa, atrás de países como a Suécia, Áustria, Hungria e Bélgica.

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