Presidente alemão reconhece erro em gasoduto com a Rússia
5 de abril de 2022
Em meio a críticas da Ucrânia e da Polônia, Frank-Walter Steinmeier admitiu, pela primeira vez, que foi um equívoco apoiar a construção do Nord Stream 2 para transportar gás russo para a Alemanha.
Anúncio
Pela primeira vez, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, admitiu nesta segunda-feira (04/04) um erro de avaliação por ter defendido a necessidade de levar adiante o gasoduto alemão-russo Nord Stream 2, quando era ministro das Relações Exteriores, durante o governo da ex-chanceler federal Angela Merkel.
Steinmeier é um defensor de longa data da reaproximação entre o Ocidente e a Rússia. No entanto, o presidente alemão disse que a invasão russa à Ucrânia significa que ele e outros têm que reconhecer honestamente onde erraram.
"Meu apoio ao Nord Stream 2 foi claramente um erro", disse ele. "Estávamos aderindo a uma ponte na qual a Rússia não acreditava mais e contra a qual outros parceiros nos alertaram."
No passado, Steinmeier foi um membro proeminente de uma ala do Partido Social Democrata (SPD), liderada pelo ex-chanceler federal Gerhard Schröder, que argumentava que laços econômicos estreitos com a Rússia eram uma maneira de ancorá-la dentro de um sistema global orientado para o Ocidente.
O agora cancelado Nord Stream 2, que críticos consideram ter enfraquecido a Ucrânia ao excluí-la do trânsito de energia, foi uma peça central dessa estratégia.
"Nós falhamos em construir uma casa europeia comum", disse Steinmeier. "Eu não acreditava que Vladimir Putin abraçaria a completa ruína econômica, política e moral de seu país por causa de sua loucura imperial", acrescentou. "Nisto, eu, como outros, estava enganado."
Período como ministro
Steinmeier foi chefe da Chancelaria no governo do social-democrata Gerhard Schröder, de 1999 a 2005 - cargo considerado o braço direito do chanceler federal. Depois, foi ministro do Exterior sob o comando da conservadora Merkel de 2005 a 2009 e de 2013 a 2017, antes de se tornar presidente.
Quando Steinmeier esteve à frente da Chancelaria, Schröder e o seu aliado político, o presidente russo Vladimir Putin, assinaram o acordo para a construção do primeiro gasoduto, o Nord Stream 1, que se tornou operacional em 2011.
O acordo foi firmado meses antes da chegada de Merkel ao poder, em 2005. Depois, Schröder se tornou chefe do conselho do Nord Stream, posição que ainda ocupa, apesar da pressão atual para romper com Putin.
Em 2011, após o início do funcionamento do primeiro gasoduto, foi acordada a construção do Nord Stream 2, para aumentar o transporte direto de gás russo para a Alemanha através do Mar Báltico.
Este segundo projeto permaneceu em vigor apesar da anexação pela Rússia da região ucraniana da Crimeia, em 2014. Na época, a decisão foi tomada por Merkel e seus então parceiros, os social-democratas de Steinmeier.
No entanto, a Alemanha vem rejeitando categoricamente a possibilidade de embargar petróleo, gás e carvão importados da Rússia devido à sua forte dependência energética de Moscou.
A Ucrânia critica essa posição, e o próprio presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, convidou Merkel a visitar Bucha para ver in loco as atrocidades cometidas pelas tropas russas na cidade. Numa mensagem de vídeo, o líder ucraniano afirmou que as graves atrocidades cometidas por militares russos nos subúrbios de Kiev eram resultado da política adotada nos últimos anos em relação à Rússia.
O governo polonês também pediu a Berlim que endureça as sanções contra a Rússia e interrompa as importações de gás, petróleo e carvão russos.
le (Lusa, Reuters, ots)
Energia solar onde menos se espera
Painéis fotovoltaicos para coletar a luz do Sol estão sendo usados por todo o mundo, do deserto e do mar até o espaço: uma fonte de energia poderosa e totalmente verde.
Foto: Halil Fidan/AA/picture alliance
Catamarã solar em giro pelo mundo
O Race for Water é o maior iate solar do mundo e prescinde inteiramente de combustíveis fósseis. Módulos fotovoltaicos no deque movimentam os motores elétricos e recarregam as baterias para a noite. Em vez de mastros e velas, o catamarã usa uma pipa para determinar sua direção.
Foto: Race for Water/Peter Charaf
Não é coisa de burro
Este pastor da Turquia carrega o telefone celular com um módulo solar portátil. Os dispositivos são muito populares entre excursionistas e campistas, também em versões para mochilas e tendas. Assim, quem viaja longe das redes elétricas está equipado para qualquer emergência.
Foto: Halil Fidan/AA/picture alliance
Voar sem combustível
O Solar Impulse deu a volta ao mundo em diversos estágios, voando totalmente sem combustível de jato. Painéis solares na fuselagem e nas asas alimentam os motores e carregam as baterias da aeronave. Com uma viagem em torno do planeta, os pioneiros do voo solar promoveram essa forma de energia verde e mostraram que nem mesmo o céu é o limite.
Foto: Solar Impulse/Revillard/Rezo.ch
No espaço, de vela solar
Módulos solares possibilitam voos espaciais mais longos, podendo ser desdobrados no espaço para abastecer estações como a EEI, ou satélites e cápsulas não tripuladas. Os cientistas até já cogitam construir parques fotovoltaicos no espaço. Sondas solares de exploração já voaram até Júpiter. Lá, porém, a radiação é 25 vezes mais fraca do que na Terra, devido à distância do Sol.
Foto: NASA SPACEX/HO/dpa/picture alliance
Primeiro telefonema com energia solar
Em 1955, o primeiro módulo fotovoltaico foi instalado no sul dos EUA, para alimentar amplificadores telefônicos. Depois, veio a revolução do uso da tecnologia nas viagens espaciais. Desde então, o Sol tem brilhado em praticamente todo tipo de aplicação de energia.
Foto: AP Images/picture alliance
Revolução na agricultura
O trabalho no campo é pesado e maçante. O Farmdroid, da Dinamarca, movido pelo Sol, faz tudo sozinho, automaticamente e sem prejudicar o meio ambiente. O robô é capaz de semear beterraba e colza, por exemplo, e arrancar ervas daninhas – e isso sem necessidade de tirar folga. Ele é controlado por GPS, e sua força vem dos módulos instalados no teto.
Foto: Nikolai Tuborg/Farmdroid
Captando o Sol sobre a água
Estes trabalhadores estão orgulhosos da primeira plataforma solar flutuante no Quênia. A planta abastece com eletricidade uma fazenda de flores ao norte da capital, Nairóbi. Os módulos foram instalados em pontões especiais. Em outros lugares, os módulos flutuantes sobre lagos são às vezes combinados com piscicultura.
Foto: ecoligo GmbH
Uma ilha com energia do Sol
Em 2019, painéis fotovoltaicos flutuantes foram instalados no mar das Ilhas Maldivas, a fim de fornecer eletricidade para uma estância turística. Gerando 680 quilowatts, o sistema pode ser modesto, mas é um dos maiores do gênero. Ainda é necessário pesquisa para otimizar as instalações "offshore", já que tormentas, ondas fortes e a água marinha atacam os módulos muito mais do que em terra firme.
Foto: Swimsol
A energia que gosta do frio
O Muttsee, perto da Basileia, é o maior reservatório da Suíça. Um grande sistema solar foi instalado na parede da barragem, gerando grande quantidade de energia, sobretudo no inverno, pois, além de os módulos serem mais eficientes no frio, a neve reflete luz natural. Além disso, a intensidade do Sol é muito maior no alto, já que a névoa permanece no vale.
Foto: Axpo
Eletricidade para todos
Não há rede elétrica no lugarejo de Tukul, no Sudão do Sul. Mas painéis solares geram energia localmente, para uso, por exemplo, em telefones celulares e lâmpadas. A pobreza energética é um enorme problema: em 2016, 840 milhões de pessoas no planeta não dispunham de eletricidade. Conta-se que até 2030 a cifra terá caído para 650 milhões, em grande parte devido a módulos solares descentralizados.