Presidente chinês pede "contenção" aos EUA e Coreia do Norte
12 de agosto de 2017
Xi Jinping diz que Washington e Pyongyang devem evitar declarações que elevem as tensões entre os dois países. Macron pede responsabilidade e retomada do diálogo.
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Em conversa telefônica com o presidente americano, Donald Trump, nesta sexta-feira (11/08), o presidente da China, Xi Jinping, pediu "contenção" para evitar uma escalada da crise na Península Coreana em meio à série de trocas de ameaças entre Washington e Pyongyang.
"As partes envolvidas devem evitar declarações e ações que aumentem a tensão", disse Xi. O presidente chinês também assegurou que seu país "está disposto a trabalhar com o governo americano para resolver a questão", informou a agência oficial Xinhua.
Xi defendeu que as partes devem exercer "contenção" e "continuar na direção do diálogo, das negociações e de uma solução política".
Horas antes da conversa entre Trump e Xi, o Ministério das Relações Exteriores da China pediu aos EUA e à Coreia do Norte que "abandonem o velho método de demonstração de poder" e "controlem suas palavras e ações".
Trump criticou em várias ocasiões a China, o principal aliado da Coreia do Norte, por "não fazer nada" para resolver a crise, e Pyongyang também manifestou seu descontentamento com Pequim depois que o governo chinês decidiu apoiar as sanções econômicas contra o regime no Conselho de Segurança da ONU.
A China, por outro lado, se opõe à instalação do escudo antimíssil americano THAAD em território sul-coreano, que, em teoria, foi desenvolvido como defesa contra possíveis projéteis lançados pela Coreia do Norte. Pequim considera que este equipamento representa uma ameaça à sua segurança, já que seu raio de alcance inclui partes do território chinês.
Macron pede contenção
Neste sábado (12/08), o presidente da França, Emmanuel Macron, apelou para responsabilidade "de todos" para impedir uma escalada das tensões na Coreia do Norte, que, em sua opinião, constitui uma ameaça.
"A comunidade internacional deve agir de forma coordenada, firme e eficaz, como acaba de fazer o Conselho de Segurança, para que a Coreia do Norte retome incondicionalmente a via do diálogo ", disse em comunicado.
O governante francês transmitiu ainda sua preocupação sobre o agravamento da ameaça balística e nuclear da Coreia do Norte, que prejudica "a preservação da paz e da segurança internacional". Como membro do Conselho de Segurança da ONU, a França pediu que a Coreia do Norte "cumpra sem demora as suas obrigações internacionais e proceda o desmantelamento completo, verificável e irreversível dos seus programas nucleares e balísticos".
As tensões aumentaram depois que o regime norte-coreano ameaçou atacar com mísseis a ilha de Guam, território americano no Pacífico. A declaração foi dada após Trump prometer responder às ameaças de Pyongyang com "fogo e fúria". Nesta sexta, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, afirmou que não acredita numa "solução militar" para a crise.
KG/efe/ap
O que o regime mostra na Coreia do Norte
A DW viajou à Coreia do Norte para descobrir o que há por trás da propaganda. Saímos às ruas com o acompanhante disponibilizado pelo governo e registramos o que vimos - ou nos deixaram ver - em Pyongyang.
Foto: DW/A. Foncillas
Árvores floridas
Os prédios da capital norte-coreana estão pintados com cores vivas, dando um ar de alegria à cidade. A época da floração da cerejeira contribui para a variedade cromática. O número crescente de automóveis nas ruas faz concorrência às bicicletas.
Foto: DW/A. Foncillas
Brincando no parque
Os clichês do mundo ocidental em relação à Coreia do Norte nos fazem esquecer que, além da devoção fervorosa aos seus líderes, a população não é muito diferente da de outras latitudes. Na semana de comemorações do Dia do Sol, é comum ver crianças praticando esportes em parques.
Foto: DW/A. Foncillas
Líder aclamado
Performances de todos os tipos oferecidas por crianças são um elemento-chave do lazer no país. A aparição do ditador Kim Jong-un no telão gera aplausos na plateia.
Foto: DW/A. Foncillas
Kimjongília e kimilsúngia
O culto à personalidade atinge o cúmulo com a orquídea batizada kimilsungia e a begônia kimjongilia, nomes que homenageiam o pai e avô do atual ditador. Nesta exposição de flores, trabalhadores de diferentes ministérios e universidades trouxeram flores que cultivam em seu local de trabalho.
Foto: DW/A. Foncillas
"Um dos cortes permitidos, por favor!"
O catálogo de cortes nos salões de cabeleireiros em Pyongyang oferece os 20 penteados recomendados no país. Já a barba é feita de forma convencional, com espuma e lâmina.
Foto: DW/A. Foncillas
Diversão para os ricos
Na capital há um imenso complexo de lazer para a classe rica. Lá há três piscinas e muitos restaurantes, que oferecem cerveja, comidas típicas do país e o típico kimchi, prato similar ao chucrute.
Foto: DW/A. Foncillas
Consumo caro
Modestas reformas econômicas têm permitido a abertura de supermercados, onde se pode encontrar uísque escocês, eletrodomésticos japoneses e roupas americanas de marca. Não é incomum os clientes pagarem com dólares ou cartões de crédito.
Foto: DW/A. Foncillas
Os jovens
Muitos jovens norte-coreanos frequentam cafés de luxo como qualquer outro jovem de uma capital europeia. Isso só se podem permitir os filhos da elite vinculada ao comércio exterior e com acesso a divisas internacionais. A jovem da foto estudou Finanças na Índia e defende que, em Pyongyang, não faltam opções de lazer.
Foto: DW/A. Foncillas
Esporte popular
O vôlei é um dos esportes mais populares do país. Este ginásio oferece instalações de alto nível.
Foto: DW/A. Foncillas
Internet a preço de sorvete
No Centro de Divulgação Científica aberto recentemente em Pyongyang, as pessoas podem jogar videogame e se conectar à internet "pela metade do preço de um sorvete", disse o guia. A internet é limitada a sites norte-coreanos, sem acesso a páginas de fora do país.
Foto: DW/A. Foncillas
Guarda de trânsito
Os uniformes são onipresentes no país. O controle de tráfego é feito principalmente por mulheres jovens vestidas com minissaias e botas.
Foto: DW/A. Foncillas
À espera do desfile
O Exército norte-coreano tem 1,2 milhão de soldados para uma população de 25 milhões de pessoas. A maior parte dos escassos recursos do país é destinada aos militares. Na foto, o desfile militar do Dia do Sol, em homenagem ao fundador do país, Kim Il-sung.
Foto: DW/A. Foncillas
Sempre sorrindo
Meninas aprendendo música em uma academia. Na Coreia do Norte, é comum este tipo de escola, que, segundo o regime, valoriza especialmente talentos em disciplinas artísticas e esportivas.
Foto: DW/A. Foncillas
Luxo subterrâneo
O metrô de Pyongyang é o mais profundo do mundo e serve como refúgio em caso de ataque. O luxo desta estação contrasta com os trens antiquados. Os usuários podem aproveitar o tempo de espera informando-se sobre o mais recente míssil lançado.
Foto: DW/A. Foncillas
Arquitetura e militares
A arquitetura da capital é tanto tradicional quanto moderna. Os novos edifícios são octogonais, ovais ou tem qualquer outra forma ousada. Eles se assemelham a um livro invertido se ali vivem acadêmicos, ou parecem uma tomada, se se destinam a cientistas.
Foto: DW/A. Foncillas
Meninos e futebol
Meninos jogam futebol em uma escola de órfãos na capital. Os responsáveis por eles garantem que as crianças ingerem 3.500 calorias por dia, mais do que necessita um esportista de elite em qualquer país do mundo.
Foto: DW/A. Foncillas
Propaganda por todo lugar
Cartazes de propaganda são comuns nas ruas de Pyongyang. Eles ressaltam a força do Exército, a necessidade de uma pátria unida contra o inimigo externo, dos trabalhadores como a base de um sistema ideológico que só existe aqui: a ideologia Juche.
Foto: DW/A. Foncillas
Passos firmes
Desfiles militares são atividades recorrentes no calendário da Coreia do Norte. O objetivo do governo é mostrar Forças Armadas bem equipadas, que agem com marcialidade.