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Presidente da África do Sul resiste a moção de censura

8 de agosto de 2017

Parlamento rejeita moção de desconfiança contra Jacob Zuma, no poder desde 2009 e envolvido em escândalos políticos. Apesar da derrota, oposição tem apoio de 26 parlamentares do partido governista.

Após votação, Zuma falou diante de uma multidão na Cidade do Cabo
Após votação, Zuma falou diante de uma multidão na Cidade do CaboFoto: Reuters/M. Hutchings

O Parlamento da África do Sul rejeitou nesta terça-feira (08/08) uma moção de censura contra o presidente do país, Jacob Zuma. Em votação secreta, 198 parlamentares se posicionaram a favor do mandatário, e 177 votaram para que ele deixasse o cargo. Outros nove deputados abstiveram.

Para que Zuma fosse derrotado, era necessária a maioria simples de 201 votos entre os 400 assentos do Parlamento, que é dominado pelo partido governista – o Congresso Nacional Africano (CNA). Ou seja, ao menos 50 dos 249 parlamentares da legenda do presidente precisariam votar contra ele.

Se o mandatário tivesse perdido a moção de desconfiança nesta terça-feira, ele seria obrigado a renunciar ao cargo, assim como todo o seu gabinete.

Zuma, no poder desde 2009 e alvo de diversos escândalos políticos, já sobreviveu a várias moções de censura no Parlamento, mas a votação desta terça-feira foi a primeira com voto secreto.

Os partidos da oposição acreditavam que uma votação secreta estimularia os parlamentares do CNA que estão insatisfeitos com o governo a votarem contra o presidente. De fato, os resultados mostram que 26 legisladores do partido governista se posicionaram a favor de sua saída do poder.

Após a divulgação do resultado, Zuma comemorou a vitória e disse que a oposição não pode assumir o poder por meio do Parlamento. "Estão fazendo propaganda através da mídia de que o CNA não é mais apoiado pelo povo. Fruto da própria imaginação", disse o presidente, diante de uma multidão na Cidade do Cabo. "O CNA é apoiado por uma maioria esmagadora."

A Aliança Democrática (AD), o maior partido da oposição na África do Sul, afirmou que Zuma e o CNA não têm "nada para comemorar". "O resultado de hoje, apesar da estreita vitória, sinaliza a morte do CNA", disse a AD em comunicado. "O resultado revela que o CNA está totalmente dividida contra si mesmo. Zuma está mortalmente ferido, e seu partido está em farrapos."

Manifestações a favor e contra o mandatário foram registrados nesta terça-feira no país, em grandes cidades como Joanesburgo, a capital, Pretória, e Cidade do Cabo, onde fica o Parlamento.

Parlamento sul-africano, de maioria governista, antes da votação nesta terça-feiraFoto: picture alliance/dpa/AP/Pool/R. Bosch

O voto de desconfiança foi proposto em abril pela AD, depois da controversa demissão do então ministro das Finanças, Pravin Gordhan, que levou duas agências de classificação de risco de crédito a baixarem a nota do país.

Mais tarde, a economia sul-africana entrou oficialmente em recessão e foi abalada por uma série de escândalos de corrupção, envolvendo inclusive o presidente. A oposição acusa Zuma de prejudicar a economia nacional para favorecer interesses de empresários. Cerca de 28% da mão de obra do país está desempregada, segundo dados publicados nesta segunda-feira.

Ao todo, o presidente responde na Justiça a 783 casos de corrupção. Em 2016, o Tribunal Constitucional da África do Sul obrigou Zuma a ressarcir o Estado em 500 mil euros gastos de forma irregular na reforma de sua residência particular.

EK/afp/ap/dpa/efe/rtr

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