Pouco depois de as autoridades restringirem uso do imunizante anglo-sueco, Steinmeier recebe 1ª dose e diz confiar em todas as vacinas aprovadas no país. Uso chegou a ser suspenso em razão de suspeita de causar trombose.
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O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, de 65 anos, recebeu a primeira dose da vacina AstraZeneca-Oxford em um hospital de Berlim nesta quinta-feira (01/04).
A aplicação serve como um sinal da confiança das autoridades alemãs no imunizante, que teve o uso no país restrito a pessoas com mais de 60 anos.
Na última terça-feira, a Comissão Permanente de Vacinação da Alemanha (Stiko, na sigla em alemão) havia recomendado que pessoas com menos de 60 anos não recebessem a vacina da AstraZeneca.
A decisão foi motivada por suspeitas de casos de trombose venosa cerebral, sobretudo em mulheres jovens, após a vacinação. Esta foi a segunda vez em um mês que o uso do imunizante foi questionado.
Em meados de março, a aplicação da vacina foi suspensa em vários países europeus. Alguns governos acabaram retomando as vacinações depois de a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) reforçar a classificação do imunizante da AstraZeneca como seguro e recomendar sua utilização.
Na Alemanha, os especialistas, alteraram a recomendação para pessoas mais jovens "com base na ocorrência de efeitos colaterais tromboembólicos raros, mas muito graves".
Ministro do Interior rejeita vacina da AstraZeneca
Steinmeier disse em nota que confia nas vacinas autorizadas pelas autoridades do país. "A vacinação é uma etapa decisiva no caminho para deixarmos a pandemia. Aproveite as oportunidades, junte-se a nós”, afirmou.
O ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, de 71 anos, teria se recusado a receber o imunizante da AstraZeneca. Segundo o jornal alemão Bild, ele rejeitou um pedido do ministro da Saúde, Jens Spahn, para que recebesse a vacina da farmacêutica anglo-sueca.
A chanceler federal alemã, Angela Merkel, de 66 anos, disse que está pronta para receber o imunizante, mas ainda não se sabe quando isso deverá ocorrer.
rc (DPA, AFP, AP)
As vacinas contra covid-19 aprovadas na UE
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) liberou cinco imunizantes para combater a pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2. Saiba de onde vêm e como funcionam.
Foto: Christof STACHE/AFP
Pfizer-Biontech (BNT162b2)
Desenvolvida pela alemã Biontech e produzida pela americana Pfizer, é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA). Seu princípio é fazer o próprio corpo produzir a proteína do vírus. Depois que o material é injetado no corpo humano, ele instrui o organismo a produzir a proteína, incentivando a fabricação de anticorpos contra Sars-Cov-2. O produto exige a aplicação de duas doses.
Foto: Liam McBurney/REUTERS
AstraZeneca (AZD1222 ou ChAdOx1 nCoV-19)
A tecnologia usada chama-se vetor viral recombinante, que usa um adenovírus incapaz de causar doenças. No corpo humano, a vacina incentiva a produção da proteína do coronavírus, que o sistema imune reconhece como ameaça e destrói. Quando o Sars-Cov-2 infecta o organismo de verdade, o corpo reconhece e combate o vírus. São necessárias duas doses.
Foto: Marco Passaro/Independent Photo Agency Int./imago images
Moderna (mRNA-1273)
Também usa a tecnologia de RNA mensageiro, que imita a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2, que ajuda na invasão das células humanas. A cópia não é nociva como o vírus, mas desencadeia uma reação das células do sistema imune. Ela também deve ser aplicada em duas doses. Como todas as vacinas contra covid-19, é aplicada em forma de injeção intramuscular.
Foto: Markus Mainka/dpa/picture-alliance
Janssen, da Johnson&Johnson (Ad26.COV2-S)
O produto da farmacêutica Janssen exige a aplicação de apenas uma dose. Sua tecnologia é baseada em vetores de um tipo de vírus que causa resfriado comum. Na vacina, parte da proteína das espículas do vírus é colocada no adenovírus (que é o transportador). No corpo vacinado, inicia-se um processo de defesa, com a produção de anticorpos contra o invasor e a criação de uma "memória" contra o vírus.
Foto: Michael Ciaglo/Getty Images
Nuvaxovid, da Novavax (NVX-CoV2373)
A quinta vacina aprovada pela União Europeia contra o coronavírus é a Nuvaxovid, fabricada pela americana Novavax. Ela é baseada em proteínas, ou seja, contém pequenas partículas proteicas do vírus Sars-CoV-2 produzidas em laboratório. Com isso, as proteínas atuam como anticorpos neutralizantes e, assim, bloqueiam o vírus causador de covid-19.