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EsporteBrasil

Presidente da CBF é afastado

6 de junho de 2021

Rogério Caboclo vai deixar cargo por 30 dias após decisão da Comissão de Ética. Dirigente foi acusado de assédio sexual por funcionária. Entidade também passa por crise envolvendo a realização da Copa América.

Brasilien Fußball-Verband Rogerio Caboclo CBF
Caboclo foi acusado de assédio sexual. Patrocinadores e vários dirigentes estaduais pressionaram por seu afastamentoFoto: picture-alliance/AP Photo/L. Correa

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, foi afastado do comando da entidade neste domingo (06/06). A decisão foi tomada pela Comissão de Ética da CBF e vale por 30 dias.

No período, a CBF será comandada por Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, um dos cinco vice-presidentes da entidade, seguindo o critério de antiguidade no cargo. Nunes já ocupou o cargo entre 2017 e 2019, no período do afastamento de Marco Polo Del Nero até a posse de Caboclo.

Caboclo passou a ser alvo de pressão para se afastar nesta semana, após uma funcionária da entidade acusá-lo de assédio sexual e moral. A defesa do dirigente nega as acusações.

Caboclo vinha resistindo a deixar o cargo. Segundo veículos de imprensa  brasileiros, houve pressão de patrocinadores e de vários dirigentes de federações estaduais pelo afastamento de Caboclo. A denunciante relatou conversas inoportunas e comportamento inapropriado por parte do dirigente.

O afastamento de Caboclo também ocorre menos de uma semana depois de o dirigente ter se aliado ao presidente Jair Bolsonaro para trazer a Copa América ao Brasil, após Argentina e Colômbia desistirem de sediar o torneio. A decisão de trazer uma competição internacional em meio à pandemia - o Brasil é  o segundo país com mais mortes pela doença no mundo - abriu uma crise com a seleção, com jogadores e o técnico Tite, sinalizando que não desejam jogar o torneio.

Segundo o jornalista do SporTV André Rizek, Caboclo chegou a prometer a Bolsonaro que a crise seria resolvida com a substituição de Tite, que poderia ocorrer na próxima semana. Um nome foi especulado para substituir o técnico, o ex-jogador Renato Gaúcho, um apoiador do governo Bolsonaro. O início da Copa América está previsto para 13 de junho.

Segundo jornais brasileiros, o governo está irritado com a possibilidade de que a seleção não dispute jogos do torneio, o que seria um vexame para o Planalto, que articulou a vinda da Copa América.

Caboclo estava no cargo desde 2019. Três antecessores do dirigente na chefia da CBF perderam o cargo entre 2012 e 2017 após escândalos, entre eles Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero.

jps (ots)

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