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Esporte

Presidente da DFB rejeita acusações de racismo

26 de julho de 2018

Após polêmica envolvendo jogador de ascendência turca Mesut Özil, Reinhard Grindel afirma ser a favor da diversidade. Ele admite, no entanto, que poderia ter feito mais para proteger o meio-campista de discriminação.

Reinhard Grindel
"Toda forma de hostilidade racista é inaceitável e intolerável", disse GrindelFoto: picture-alliance/dpa/G.Kirchner

O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Reinhard Grindel, rejeitou nesta quinta-feira (26/07) acusações de racismo feitas pelo jogador Mesut Özil, mas admitiu falhas ao lidar com o caso do meio-campista de ascendência turca, que decidiu não jogar mais pela seleção do país.

"A eliminação [da Alemanha] na Copa do Mundo colocou muitas coisas em questão", escreveu Grindel em comunicado no site da DFB. "Claro que eu também me pergunto o que poderia ter feito melhor durante esse período."

"Admito abertamente que as críticas à minha pessoa me atingiram. Sinto ainda mais por meus colegas, os muitos voluntários em ação e os funcionários da DFB, terem sido ligados ao racismo. Pela federação e também pessoalmente, rejeito isso decididamente", acrescentou.

Grindel admitiu, no entanto, que deveria ter feito mais para proteger o jogador de comentários racistas. Özil foi alvo de controvérsia em maio após posar para fotos com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. Nos últimos anos, as relações entre Turquia e Alemanha se deterioraram à medida em que Erdogan passou a agir de maneira cada vez mais autoritária, levando a mídia, parte do meio político e a própria DFB a criticar a atitude do jogador.

Comentando o caso, Grindel disse que os valores de diversidade, solidariedade e não discriminação da DFB são seus próprios valores pessoais. "Vivemos nossos valores. Por isso a DFB questionou a foto com o presidente turco Erdogan. Lamento profundamente que ela tenha sido motivo de comentários racistas."

"Em retrospecto, vejo que, como presidente [da DFB], eu deveria ter dito inequivocamente o que é óbvio para mim como pessoa e para todos nós como federação: toda forma de hostilidade racista é inaceitável e intolerável", disse Grindel.

Özil entregou uma camiseta de seu clube, o Arsenal, a Erdogan em maioFoto: picture-alliance/dpa/Presidential Press Service

Özil, de 29 anos, anunciou que não jogaria mais pela seleção alemã em um longo comunicado no último domingo, no qual não poupou críticas diretamente ao chefe da DFB. "Aos olhos de Grindel e seus apoiadores, eu sou um alemão quando ganhamos, mas um imigrante quando perdemos", disse.

O anúncio levou Erdogan a se manifestar, dizendo que Özil foi vítima de racismo por causa de sua fé. O presidente turco expressou seu apoio diretamente ao jogador em uma conversa por telefone.

Em meio à polêmica, o Partido Verde e o Conselho Central de Muçulmanos da Alemanha, entre outras entidades, pediram a renúncia de Grindel, mas o chefe da DFB não fez referências ao tema em seu comunicado.

Por que Özil deixou a seleção alemã?

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Em vez disso, estabeleceu três temas centrais para a DFB no futuro: dar novo ímpeto ao seu trabalho com integração, analisar corretamente o desempenho da seleção alemã na Rússia para melhorar a performance futura e, por último, ele mencionou o "objetivo comum" de sediar o Campeonato Europeu de 2024.

Também nesta quinta-feira, o presidente do Parlamento alemão, Wolfgang Schäuble, declarou que vê a DFB como a principal culpada pelo acirramento da polêmica envolvendo Özil.

"Até hoje não entendi por que se permitiu na DFB que uma foto imprudente [de Özil com  Erdogan] fosse transformada num assunto de Estado desse tipo. Isso é uma pena", disse o político da União Democrata Cristã (CDU), o partido da chanceler federal Angela Merkel.

"Alguém inteligente poderia e deveria ter impedido isso. Como as estrelas do futebol são todos jovens, é preciso ajudá-los, guiá-los, se necessário, também através de críticas", concluiu.

PJ/dpa/afp

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