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ONU Mulheres

9 de julho de 2010

ONU Mulheres vai reunir os quatro programas vigentes em apenas um, a partir de janeiro de 2011. O novo órgão terá 500 milhões de dólares para iniciar as atividades.

Órgão quer reforçar igualdade entre os sexosFoto: dpa

"Esperamos muito tempo por isso", comentou Karin Nordmeyer, presidente na Alemanha do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher, Unifem, esta semana em Bonn, ao comentar o novo órgão único criado pelas Nações Unidas para lidar com programas voltados às mulheres. A reforma no setor estava em processo há muitos anos, foi em 2006 que se deu o primeiro passo.

A Organização das Nações Unidas vai unir num só órgão os programas existentes até então destinados à mulher. A partir de janeiro de 2011, a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, denominada ONU Mulheres, passará a reunir todos os programas específicos ao público feminino.

A ONU Mulheres será montada a partir do trabalho de quatro instâncias das Nações Unidas: a Divisão para o Avanço das Mulheres (DAW, da sigla em inglês, criada em 1946), Instituto Internacional de Pesquisas e Capacitação para a Promoção da Mulher (Instraw, de 1976), Escritório de Assessoria Especial em Questões de Gênero (Osagi, criada em 1997), e Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem, criada em 1976).

O começo da mudança

Em 2006, quando Kofi Annan ainda era secretário-geral da ONU, ele encarregou um grupo de personalidades de investigar a eficiência das diversas organizações.

A pergunta central era: quão bem coordenados são os programas na área de desenvolvimento, ajuda humanitária e meio ambiente? Apesar de as mulheres estarem incluídas nesses programas, apenas três dos 15 participantes desse grupo de especialistas eram do sexo feminino.

Em vão, organizações não governamentais que trabalham com mulheres tentaram fazer com que o grupo ganhasse mais participantes do universo feminino. De fato, elas conseguiram fazer com que o tema "mulheres" fosse estabelecido como tópico nos pontos de discussão do grupo.

Isso quer dizer que o assunto ganhou discussão ampla e foi levado a governos, especialistas e Ongs mundo afora: debatia-se como a posição das mulheres poderia ser melhorada e quais problemas deveriam ser combatidos.

Fruto das discussões

Ao fim do processo, o grupo recomendou uma instituição mais forte para lidar com o tema "mulheres" dentro da ONU. Os Estados-membros da Organização apoiaram a ideia, que foi aceita pela Assembleia Geral no começo de julho, em Nova York.

A nova ONU Mulheres faz parte da arquitetura da Organização como uma instituição independente, especializada em mulheres. O novo órgão terá como tarefa o desenvolvimento de leis internacionais e o controle de seu cumprimento, assim como a moderação política e a implantação das decisões. Para cumprir tal missão, o órgão receberá meio bilhão de dólares.

À frente do novo órgão, ficará uma secretária-geral. O atual secretário-geral, Ban Ki-moon, avalia a organização como "uma guinada" a favor das mulheres e para a igualdade dos gêneros.

Autor: Ulrike Mast-Kirschning / Nádia Pontes

Revisão: Roselaine Wandscheer

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