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Rival de Netanyahu é encarregado de formar novo governo

24 de outubro de 2019

Após fracasso do premiê, Benny Gantz terá 28 dias para tentar formar uma coalizão de governo e superar impasse político. Presidente tenta evitar terceira eleição em menos de um ano. 

Israel Präsident Reuven Rivlin mit Benny Gantz
Benny Gantz recebe oficialmente de Reuven Rivlin a incumbência de formar um novo governoFoto: Reuter/R. Zvulun

O presidente israelense, Reuven Rivlin, encarregou oficialmente nesta quarta-feira (23/10) o ex-general Benny Gantz de formar um governo e tentar tirar o país do maior impasse político de sua história.

Rivlin disse que os partidos políticos deveriam fazer "concessões", enquanto Gantz prometeu "tentar formar um governo de união liberal".

Após as eleições de 17 de setembro, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tentou formar uma coalizão, mas acabou admitindo ter fracassadona tarefa na última segunda-feira, abrindo caminho para seu principal rival receber a oportunidade. 

Gantz também terá 28 dias para tentar cumprir a tarefa. Se falhar, Rivlin pedirá ao Parlamento que nomeie um candidato para formar um governo. Se essa opção também não funcionar, Israel pode convocar um novo pleito, o terceiro em menos de um ano.

"Devemos agir com responsabilidade em relação aos cidadãos israelenses e evitar novas eleições", disse Gantz, que afirmou ainda ter espaço para "todos os elementos da sociedade israelense" em sua coalizão.

Rivlin com Netanhayu no final de setembro, quando o premiê recebeu a tarefa de formar uma nova coalizão de governoFoto: Getty Images/AFP/M. Kahana

Os negociadores do partido Azul e Branco de Gantz e do Likud, a legenda de Netanyahu, se reunirão na quinta-feira.

Recentemente, o Likud acusara o Azul e Branco de postura de bloqueio frente a um governo de unidade com uma divisão partilhada entre seus parceiros. Gantz, por outro lado, enfatizou que seu partido não faria parte de um governo "cujo presidente enfrenta uma acusação séria".

Netanyanu está enfrentando acusações de suborno, fraude e abuso de confiança em três casos de corrupção. Após quatro dias de audiências sobre as alegações, o procurador-geral quer agora decidir sobre uma acusação até o final do ano.

Logo após a eleição, Netanyahu formou um bloco com os partidos religiosos e de direita. Ele insiste em incluí-los numa aliança governamental. No entanto, Gantz visa a uma grande coalizão secular.

No pleito de 17 de setembro, o Likud de Netanyahu conseguiu 32 cadeiras, segundo a última contagem. Já o Azul e Branco de Gantz obteve 33 assentos. Um governo israelense que deseje ter estabilidade normalmente precisa contar com pelo menos 61 cadeiras no Parlamento.

Normalmente, para atingir esse número, os líderes partidários formam coalizões com legendas menores. A coalizão buscada pelo Likud de Netanyahu só conseguiria 56 cadeiras no Parlamento. Nem o Azul e Branco conseguiu por enquanto arregimentar um número suficiente de deputados.

A única opção viável seria um pacto entre os dois grandes partidos rivais. Rivlin chegou a sugerir a alternância no poder entre as duas legendas, mas em nenhum momento elas estiveram perto de um acordo.

JPS/afp/rt/lusa

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