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Novo órgão na UE?

2 de junho de 2011

Ao receber o Prêmio Carlos Magno de integração europeia em Aachen, Jean-Claude Trichet sugere instituição que vigie política orçamentária, integre o setor financeiro e represente a UE no exterior.

Jean-Claude TrichetFoto: dpa/DW-Fotomontage

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, recebeu o Prêmio Carlos Magno nesta quinta-feira (02/06) na cidade alemã de Aachen. Segundo o diretório que outorga a medalha, Trichet mereceu o prêmio pelos seus esforços em favor da estabilidade do euro e por ter contribuído "vivamente" e em tempos de crise para garantir a independência do BCE, assim como a integridade, as competências e a coesão da unidade monetária.

Em seu discurso, Trichet apelou para que seja detida com urgência a crise causada pela alta dívida pública em alguns países do euro. Além disso, propôs a criação de um mecanismo através do qual a União Europeia (UE) possa intervir diretamente caso algum país que tenha recebido ajuda financeira não se atenha às diretrizes e com isso ponha em risco todo o bloco.

Nesse sentido, o presidente do BCE sugeriu aos países-membros considerar a criação de um tipo de Ministério das Finanças para a zona do euro, com três objetivos: a vigilância das políticas orçamentárias, o acompanhamento da integração dos serviços financeiros e que represente os países do euro junto às instituições financeiras internacionais.

Trichet (c) ao lado do prefeito de Aachen (d) e de José Manuel Barroso, da Comissão EuropeiaFoto: dapd

"Ação decidida" contra infratores

Trichet se disse favorável a que a União Europeia tenha poderes para vetar medidas orçamentárias dos países com graves problemas financeiros, defendendo uma ação "mais decidida" contra países da zona do euro que se endividaram e não fazem o suficiente para equilibrar as contas públicas.

O francês de 68 anos foi um dos arquitetos do Tratado de Maastricht, que levou à União Monetária Europeia. Seu mandato de oito anos à frente do Banco Central Europeu expira em outubro próximo.

O Prêmio Carlos Magno de Aachen é concedido anualmente, desde 1950, a personalidades que tenham se destacado no processo de unificação do continente europeu. Winston Churchill, Bill Clinton, o rei Juan Carlos da Espanha, Tony Blair e François Mitterrand estão entre os agraciados. No ano passado, o distinguido foi o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk.

Em 2002, o prêmio fora outorgado à própria moeda comum europeia. Na época, a condecoração foi recebida de forma simbólica pelo então presidente do BCE, Wim Duisenberg.

RW/lusa/dpa
Revisão: Alexandre Schossler

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