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Presidente egípcio liberta presos condenados por protestos

18 de junho de 2015

Em gesto pré-Ramadã, Abdel Fattah al-Sisi perdoa 165 sentenciados por violarem lei que restringe manifestações públicas. No entanto, nenhum dos libertados está nas listas internacionais de prisioneiros políticos.

Foto: Getty Images/Afp/K. Desouki

Um total de 165 pessoas presas sob os termos de uma controversa lei antiprotesto receberam o perdão oficial do Egito, nesta quarta-feira (17/06), num gesto simbólico pré-Ramadã destinado a apaziguar os críticos do presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi.

A maioria dos libertados eram "jovens e menores", segundo a declaração presidencial. Entre os prisioneiros recém libertados, nenhum figurava nas listas internacionais de prisioneiros políticos e nem era um dos muitos bem conhecidos ativistas, que foram presos por violar a lei que restringiu drasticamente o direito de protestar.

A lei foi aprovada em meados de 2013, poucos meses depois de o Exército do Egito, que era controlado pelo atual presidente Sisi, ter derrubado Mohammed Morsi. O líder da Irmandade Muçulmana era o sucessor eleito democraticamente do ditador deposto Hosni Mubarak. Segundo a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), aproximadamente 40 mil pessoas foram detidas por violarem a lei que restringe manifestações públicas.

Entre os presos e acusado sob esta lei está Ahmed Maher, fundador do Movimento Jovem 6 de Abril e uma das vozes de destaque durante as manifestações de 2011, que derrubaram Mubarak. Ele foi sentenciado a três anos de prisão. O blogger esquerdista Alaa Abdel-Fattah recebeu um veredicto similar: cinco anos na cadeia.

Durante a administração de Sisi, centenas de pessoas foram condenadas à morte, incluindo o ex-presidente Morsi, cuja Irmandade Muçulmana também foi banida. Os expressos julgamentos em massa, que se tornaram rotina no Egito, são "sem precedentes na história da humanidade", de acordo com as Nações Unidas.

PV/afp/rtr

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